O Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar Branco, promete “contribuir para um clima” que ajude a encontrar consensos, particularmente entre PS e PSD, e defende que o “pior que podia acontecer” ao país era uma nova crise política. Já sobre o seu próprio futuro político, Aguiar Branco deixa uma porta, pelo menos, entreaberta para a Presidência da República, recusando “limitar-se” nos seus futuros direitos políticos.

Numa entrevista à RTP, esta quarta-feira, a segunda figura do Estado disse “querer acreditar” que haverá espaço para consensos entre PS e PSD, numa altura em que os partidos entram num choque quase diário no Parlamento. “Conhecendo os líderes [de PS e PSD], que são homens que gostam de assumir riscos, quero acreditar que esse gostar de assumir riscos também será o de assumir o risco de chegar a consensos e soluções”, defendeu. Assegurando que fará o seu trabalho nesse sentido, aproveitou para lançar uma farpa aos antecessores: “Acho que faço o meu papel de contribuir para um clima que facilite esse encontrar de soluções e talvez no passado não tenha sempre assim”, o que “potenciou zonas de tensão”.

Na mesma entrevista, Aguiar Branco avisa que não será “nada aconselhável” que se crie um quadro de instabilidade e que “o pior que podia acontecer” ao país seria mesmo uma nova dissolução do Parlamento. Quanto ao seu próprio futuro político e às hipóteses de que este passe por Belém — uma vez que o seu mandato na Assembleia da República termina em 2026, graças à proposta de divisão do mandato em duas partes que PS e PSD acordaram — a porta fica entreaberta: “A minha resposta teria sempre interpretações que seriam para todos os paladares. Não fico inibido dos meus direitos constitucionais para poder ser o que muito bem entender ser um dia que saia. Não me vou limitar”, disse entre risos.

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