O cabeça de lista do Chega às eleições legislativas da Madeira, Miguel Castro, perspetivou esta quinta-feira o crescimento do partido no parlamento regional, contando com o seu líder nacional, André Ventura, na campanha e acreditando que esse apoio “dará frutos”.

“A nossa expectativa, e obviamente que será legitimada por aquilo que os madeirenses e porto-santenses nos derem, é que o partido cresça. Nós vemos a olhos vistos que o partido está a crescer”, afirmou Miguel Castro, numa arruada no centro do Funchal, desde o Teatro Municipal Baltazar Dias ao Mercado dos Lavradores.

Com cerca de três dezenas de apoiantes e militantes, com bandeiras do partido e de Portugal, e com tambores a rufar, a caravana do Chega não passou despercebida e André Ventura foi a figura de destaque entre a população, com várias pessoas a pedirem fotografias, sobretudo jovens e idosos.

Para ajudar na interação, parte da comitiva ia à frente da arruada a perguntar às pessoas se queriam cumprimentar o presidente do Chega. Houve quem dissesse para André Ventura ir ao seu encontro na mesa de café e quem declinasse o convite por ter “medo dos seguranças” que acompanhavam o dirigente.

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Isto é um Salazar que está aqui“, contestou um madeirense à passagem de André Ventura, ao que um dos membros da comitiva do Chega lhe pediu: “Não diga disparates.”

Entre palavras de força, a caravana do Chega foi abordada por um grupo de idosos a pedir, “se for verdade um casamento com o PSD“, apoio às reformas e à habitação.

“Pouco importa, pouco importa que falem bem ou mal. Queremos André Ventura a mandar em Portugal”, gritaram os apoiantes da candidatura à chegada do Mercado dos Lavradores.

Em declarações à agência Lusa, o líder regional do Chega na Madeira e candidato à presidência do Governo Regional reforçou a expectativa de o partido “crescer” nas eleições de domingo, com o aumento do número de deputados no parlamento madeirense, onde atualmente conta com quatro eleitos.

“A nossa expectativa é de crescer. Não lhe posso dar um número, até seria um bocado pretensioso da minha parte. […] Acho que para termos uma importância cada vez mais relevante dentro do parlamento, temos de efetivamente que crescer”, disse Miguel Castro.

O cabeça de lista sublinhou que só com o resultado das eleições de domingo se poderá “tirar as ilações sobre o que é que os madeirenses querem”, realçando que a principal bandeira da sua candidatura é o combate à corrupção.

“Vamos lá ver se os madeirenses e porto-santenses nos dão essa responsabilidade de termos um peso efetivo nesse mesmo combate à corrupção”, indicou.

O líder regional do Chega destacou ainda o apoio do presidente do partido: “Dá-nos imenso orgulho de termos um líder nacional que tenha uma ligação tão grande a esta estrutura regional e que nos acompanhe. […] André Ventura fez exatamente o mesmo na campanha dos Açores e obviamente que deu frutos. Com certeza que dará aqui na Madeira”.

As legislativas da Madeira decorrem no domingo, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Madeira. Miguel Albuquerque constituído arguido, presidente da Câmara do Funchal e dois empresários detidos

Em 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.