O Governo deu esta segunda-feira posse à nova equipa de direção da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), a quem atribui “mérito profissional e perfil humano” para garantir a sustentabilidade financeira, tentando aumentar os projetos de ação social.

Gerir uma instituição como a Santa Casa não é como gerir uma empresa qualquer“, salientou a ministra do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social na cerimónia de posse da vice-provedora e dos quatro vogais da mesa, respetivamente Rita Prates, David Lopes, Ângela Guerra, André Brandão de Almeida e Luís Carvalho e Rego.

Na cerimónia de posse, realizada na Sala de Extrações da SCML, Maria do Rosário Palma Ramalho disse acreditar que com a nova equipa “estão reunidas as condições necessárias do ponto de vista da gestão para que a instituição secular possa agora enfrentar e superar os exigentes desafios de gestão que tem pela frente”.

Para a ministra, começou esta segunda-feira “um novo ciclo na gestão e também na longevidade da vida da SCML”, com a liderança de um novo provedor, um gestor “com provas dadas também na área social”, que será apoiado por uma equipa a quem reconhece “mérito profissional mas também perfil humano”.

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Maria do Rosário Palma Ramalho disse que a SCML estará “em boas mãos e em melhores condições para enfrentar os desafios que agora tem pela frente“, sendo o seu maior desafio a “sustentabilidade financeira”, problema que “ditou a substituição da anterior mesa pela mesa atual”.

A ministra pediu à nova equipa que “aumente a função essencial [da SCML], que é a ação social”, uma missão que reconhece só ser possível com o “reconhecimento e valorização diários do trabalho dos muitos dirigentes e colaboradores”.

Também o novo provedor da SCML, Paulo Duarte de Sousa, recordou o “momento difícil” que vive a SCML, afirmando que os trabalhadores juntos “irão conseguir enfrentar os desafios”.

“Semear práticas e metodologias inovadoras” e “orientar o trabalho para o futuro” foram algumas das promessas do novo provedor, que disse querer “fortalecer a instituição”.

Paulo Duarte de Sousa tomou posse há cerca de duas semanas, sucedendo no cargo a Ana Jorge.

A mudança na gestão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa acontece num momento de grande turbulência e instabilidade na instituição, com a provedora Ana Jorge exonerada antes de completar um ano à frente do organismo, acusada pelo atual governo de “atuações gravemente negligentes” que afetaram a gestão da Santa Casa.

Ana Jorge acusada de “atuações gravemente negligentes” pelo Governo. Provedora fala em exoneração “rude”

Escolhida pelo anterior governo, Ana Jorge herdou uma instituição com graves dificuldades financeiras, depois dos anos de pandemia e de um processo de internacionalização dos jogos sociais, levado a cabo pela administração do provedor Edmundo Martinho, que poderá ter causado prejuízos na ordem dos 50 milhões de euros.