O INEM esclareceu que as chamadas que dão entrada via 112 para o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) são descentralizadas, avançando que esta terça-feira de manhã estavam ao serviço 48 técnicos, 24 dos quais em atendimento.

“No turno da manhã de hoje, dia 18 de junho, encontram-se 48 profissionais TEPH [Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar] no CODU, 24 dos quais com a função de atendimento de chamadas, apoiados por sete Médicos Reguladores. Esta Central Médica do INEM é nacional, o que significa que as chamadas que dão entrada via 112 são atendidas em qualquer um dos quatro CODU“, adiantou à agência Lusa o Instituto Nacional de Emergência Médica.

O esclarecimento surge depois de o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar (STEPH), Rui Lázaro, ter dito que o CODU do INEM em Lisboa estava esta terça-feira de manhã sem técnicos para atender chamadas do 112.

“Hoje é um dia absolutamente histórico, uma vez que, às oito da manhã, quando se iniciou o turno da amanhã, no CODU de Lisboa, que é o maior de Lisboa, não havia nenhum técnico para atender chamadas. Os que estavam presentes chegavam apenas para comportar os postos de acionamento e de receção de dados”, afirmou à Lusa.

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Explicando que o atendimento é o que faz a triagem das chamadas que são encaminhadas para central do 112, Rui Lázaro disse que tem uma “consequência direta” no atraso do atendimento das chamadas, alertando para denúncias recebidas nas últimas semanas.

“Nós temos vindo a receber denúncias ao longo das últimas semanas. Denúncias diárias de várias dezenas de chamadas em espera para serem atendidas. Hoje, sem ninguém no CODU de Lisboa, antecipamos já que o cenário vai ser ainda bastante pior”, salientou.

INEM admite que houve chamadas em espera nos últimos dias

De acordo com Rui Lázaro, havia apenas seis elementos para acionar meios de emergência e dois para receber dados das equipas.

O dirigente sindical advertiu também que os CODU de Porto, Coimbra e Algarve, “por vezes, têm só um elemento para atender chamadas”, e a situação de Lisboa “sobrecarrega os outros”.

“Como não têm capacidade de responder a todas as chamadas, vão ficando em espera e são atendidas à medida que cada operador fique disponível. Também sobrecarrega os técnicos que estão a atender a chamadas, que lhes provoca um elevado desgaste e, consequentemente, têm necessidade de ficar de baixa médica por estarem sobrecarregados de trabalho”, acrescentou.

À Lusa, o INEM recordou que os cidadãos devem ligar para o 112 apenas em situações de emergência.

“Em todas as outras situações não emergentes, devem entrar em contacto com o SNS24, através do número 808 24 24 24, para referenciação e aconselhamento adequados”, sublinhou.