O espetáculo “Orfeu e Eurídice”, pelo Teatro das Marionetas do Porto, com encenação de Roberto Merino, estreia-se na quinta-feira no Teatro de Belomonte, no Porto, onde vai ficar em cena até 7 de julho.

Num cenário com ondas azuis-celeste, uma sereia que canta, uma nau com um velho de barbas brancas e espírito poderoso, onde se ouvem trovões a avisar que há tempestade no mar, surge um Orfeu com cerca de dois palmos de altura, vestido com uma saia clara, calçado com sandálias e com um lenço de cor ocre pelos ombros, a tocar uma lira dourada.

O espetáculo, que dura cerca de 50 minutos e é para maiores de 10 anos de idade, resulta de uma proposta apresentada ao Teatro de Marionetas do Porto por parte do encenador chileno Roberto Merino e integra-se na sua própria vontade de “fechar todo um ciclo de vida dedicado à encenação e ao ensino teatral”, lê-se na nota de imprensa.

Em entrevista à agência Lusa, o responsável pela encenação e dramaturgia do espetáculo “Orfeu e Eurídice” contou que este espetáculo é uma adaptação para marionetas que “faz parte de um projeto antigo”.

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Questionado pela Lusa sobre o porquê da escolha da tragédia grega para um espetáculo de marionetas, Roberto Merino explicou que escolheu Orfeu porque é um tema que persegue a humanidade “há muito tempo”.

“A ideia de redenção, a ideia do resgate, a ideia, de certa forma, de um amor inconcluso, que não chegou a ser desfrutado na sua plenitude”, relatou o encenador, admitindo que é uma pessoa que “gosta dos temas clássicos”.

Neste espetáculo, além do Orfeu e da sua amada Eurídice, vai ser possível ver o pai de Orfeu, Apolo, mas também uma camponesa que narra a história de como Eurídice morre. Há ainda uma figura simbólica que é a Esperança.

Caronte, o barqueiro do reino de Hades, Cérbero, um cão com três cabeças, Plutão e Perséfone completam o resto das personagens que vão entrar neste “Orfeu e Eurídice”.

“São estas personagens a quem Orfeu vai pedir a possibilidade de reaver a sua amada Eurídice”, acrescentou o encenador Roberto Merino.

O espetáculo baseia-se na tragédia grega de Orfeu, que na mitologia é um músico e cantor que se apaixonou por Eurídice.

Os dois decidem casar-se, mas pouco tempo antes do casamento, Eurídice é mordida por uma cobra ao tentar fugir de um admirador, Aristeu.

Inconformado, Orfeu resolveu descer ao mundo de mortos e pedir a Hades e Perséfone para que pudesse trazer a sua amada de volta.

Comovidos com a história e pela música da sua lira, Hades e a esposa vão permitir que Eurídice regresse para os braços do seu amado desde que ele não olhe para trás até que ambos saíam do mundo dos mortos e cheguem ao mundo superior.

Orfeu não resiste à tentação e perde Eurídice para sempre.

O espetáculo estreia-se na quinta-feira e fica em cena até dia 7 de julho, sempre às 19h00, exceto ao domingo que é as 16h00.