“Clube Zero”

Novak (Mia Wasikowska) é uma professora de Nutricionismo que vai lecionar num colégio particular seleto, e começa a aplicar um conceito que concebeu, Comer com Consciência, a um grupo restrito de alunos, alterando radical e perigosamente a sua alimentação. À primeira vista, Clube Zero, de Jessica Hausner, é uma sátira de cara séria sobre os perigos das práticas alimentares alternativas e extremas, em nome da saúde e do planeta. Mais profundamente, é uma história sobre a manipulação e a fanatização de gente influenciável, bem-intencionada e ingénua, para “causas” alegadamente benfazejas, por parte de pessoas carismáticas com grande capacidade de persuasão e totalmente convictas da verdade, da utilidade e da absoluta necessidade para as pessoas daquilo que pregam. O Clube Zero da professora Novak (interpretada por Wasikowska como uma fanática calma e impassível) podia ser uma seita religiosa, uma célula política militante ou uma organização terrorista (leia aqui a crítica).

“O Coleccionador de Almas”

Realizado por Osgood Perkins, filho de Anthony Perkins, este filme de terror vem — exageradamente — acompanhado do rótulo do “mais assustador dos últimos anos”. Maika Monroe (Vai Seguir-te) interpreta Lee Harker, uma solitária e ensimesmada agente do FBI que investiga uma sucessão de horríveis massacres cometidos por pais de família nas suas casas ao longo de vários anos, e sempre no mesmo dia de aniversário das filhas. Por trás deles está Longlegs (Nicolas Cage, que é também um dos produtores da fita e não cabotina, estando bem metido na bizarra personagem), um assassino em série que poderá ou não ter poderes sobrenaturais ou extrasensoriais. Osgood Perkins não é realizador para sustos básicos e gratuitos e faz um filme que se escora no estilo, nas atmosferas e na sugestão para obter os seus arrepios, embora a história seja algo turva e retorcida e tenha ecos de fitas e séries como O Silêncio dos Inocentes ou Ficheiros Secretos, bem como do cinema de David Lynch (leia aqui a crítica).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Deadpool & Wolverine”

Mais um filme do Universo Cinematográfico Marvel, Deadpool & Wolverine, de Shawn Levy, promove o encontro entre o sarcástico anti-(super) herói do uniforme vermelho e negro, vivido por Ryan Reynolds,  e “o” X-Man por excelência (ou, para ser mais preciso, um dos muitos Wolverines alternativos do multiverso, já que o “oficial” morreu em Logan, de James Mangold, em 2017), interpretado como sempre por Hugh Jackman. Esta dupla desirmanada, que tudo divide, tem que se entender para derrotar uma super-vilã, Cassandra Nova, a irmã gémea maléfica do Professor Charles Xavier dos X-Men, que vive no Vácuo entre os vários universos paralelos. E que quer deitar as mãos a um engenho que interfere no tempo, construído à socapa pelo vilão menor da fita, Paradox, para transformar tudo num imenso Vácuo. Deadpool & Wolverine foi escolhido como filme da semana pelo Observador e pode ler a crítica aqui.