O presidente da Área Metropolitana do Porto disse esta sexta-feira não ter conhecimento de pedidos para a autoridade de transportes permitir o uso do Andante na Linha do Vouga, que os Transportes Intermodais do Porto afirmam estar preparados para lançar.

Está “tudo preparado” para avançar com sistema Andante na Linha do Vouga, afirma agrupamento Transportes Intermodais do Porto

“Não há nada, neste momento, que esteja em nossas mãos. Nós, enquanto autoridade de transportes, agilizaremos tudo. Não é aos TIP [Transportes Intermodais do Porto] que compete pedir o que quer que seja. Não compete aos TIP exibir problemas, compete resolver”, disse esta sexta-feira Eduardo Vítor Rodrigues aos jornalistas, no final da reunião do Conselho Metropolitano do Porto.

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O presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP) e autarca de Vila Nova de Gaia respondia a questões relativas à instalação do sistema Andante na Linha do Vouga, após o agrupamento TIP ter afirmado à Lusa que está “tudo preparado” para avançar com a implementação no terreno, faltando apenas aprovação formal da AMP.

“No que nos diz respeito às autorizações enquanto autoridade metropolitana, quando elas cá chegam nós contactamos os municípios, discutimos com os municípios e atempadamente tratamos”, disse Eduardo Vítor Rodrigues, reiterando não ter conhecimento de qualquer pedido.

O autarca de Gaia disse ainda que o TIP deve concentrar-se em garantir “que um Andante não valide duas vezes quando se passa de um autocarro para o metro”, um “problema tecnológico que os TIP têm que resolver”.

Esta sexta-feira, a Lusa noticiou que o agrupamento TIP referiu que no que diz respeito ao sistema Andante na Linha do Vouga, está “tudo preparado para avançar com o seu funcionamento”, estando os serviços “100% preparados” relativamente à componente tecnológica.

“Do ponto de vista formal e salvo melhor informação, é do nosso conhecimento, através da CP, que não está concluída a aprovação da integração desta linha na rede Andante, a qual foi solicitada pelo Operador [CP] à respetiva Autoridade de Transporte”, a AMP, tinham referido os TIP.

A Lusa questionou também a CP sobre a mesma questão e aguarda resposta.

Há cerca de um ano, a Lusa questionou CP e TIP (participada em 33,3% pela CP) acerca desta questão, tendo ambas adiantado que a solução para integrar o Andante no troço da Linha do Vouga que percorre a AMP (concelhos de Espinho, Santa Maria da Feira, São João da Madeira e Oliveira de Azeméis) poderia passar pela validação junto dos revisores no início das viagens.

Assim, e apesar do fornecimento de validadores estar em curso, as duas entidades, segundo a resposta à Lusa do TIP, “estão disponíveis para avançar com a integração desta linha na rede Andante, com validação dos títulos de viagem nos EPVC (consolas portáteis dos revisores)”.

“Atualmente, tem vindo a ser efetuada a validação do Andante nos EPVC nas outras linhas da CP já integradas na rede Andante”, acrescenta fonte oficial do TIP.

Questionado se há alguma previsão temporal para a instalação, fonte do TIP respondeu que “para este efeito, e face à vontade das partes, não há nenhuma instalação pendente e que possa condicionar a implementação do sistema Andante na Linha do Vouga”.

A ausência na Linha do Vouga do sistema Andante impede, por exemplo, os passageiros frequentes de utilizarem o passe Andante metropolitano no comboio, com o respetivo acréscimo de custos (89 euros de dois passes em vez de 40 do passe único), para chegarem ao Porto, criando uma situação de tratamento desigual face aos restantes utilizadores de transportes públicos da AMP.

O trajeto entre Oliveira de Azeméis e Espinho é feito durante mais de uma hora e a estação de Espinho-Vouga fica a cerca de 500 metros da estação de Espinho da Linha do Norte, servida pelos urbanos da CP com ligações ao Porto e a Aveiro, bem como aos comboios de longo curso.