“Parece-nos um valor elevado para um país com tanto sol e grande exposição solar”, comentou a investigadora Cátia Duarte à agência Lusa, apontando como causas o facto de as pessoas não se exporem ao sol os “10 a 15 minutos recomendados”.

Segunda a médica do CHUC, o estudo realizado conclui também que 15% da população apresenta deficiência grave daquela vitamina.

A investigadora salientou que as “percentagens variam consoante as estações do ano e as taxas de insolação, sendo que o inverno acentua, efetivamente, esta deficiência”, e o verão melhora a produção de vitamina D.

O estudo, acrescentou, revela que no género feminino e indivíduos não caucasianos existe uma maior tendência para níveis deficientes de vitamina D, sendo que a faixa etária mais deficitária se encontra entre os 46 e os 64 anos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Os Açores são a zona do país mais deficitária, com uma taxa de 70%, enquanto a região do Algarve apresenta menos prevalência de falta daquela vitamina, com 42%.

Com uma amostra de cerca de 3.000 indivíduos de todo o país (continente e regiões autónomas) e com idades entre os 18 e os 64 anos, a investigação permitiu “pela primeira vez” obter dados representativos dos níveis de vitamina D na população portuguesa.

“O estudo permite-nos conhecer a realidade e definir estratégias de atuação na implementação de medidas e reforço de atitudes”, sublinhou Cátia Duarte.

De acordo com a especialista, a falta de vitamina D está associada a maior risco de infeções, doenças autoimunes, oncológicas e cardiovasculares, manifestando-se através de sintomas como sensação de cansaço, falta de energia, dores musculares, pele e boca mais seca, entre outros.

O estudo “Deficiência de Vitamina D em Portugal: Um mito ou uma realidade?” é apresentado no sábado, em Coimbra, na segunda edição do Fórum D, com a participação de centena e meia de profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e farmacêuticos.