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DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

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Anders Tegnell, o epidemiologista rockstar da Suécia que recebe flores e ameaças de morte

Depois de meses de lua de mel, Agência de Saúde Pública e governo sueco desentenderam-se pela primeira vez. A popularidade do epidemiologista, que tem quase 93 mil fãs no Facebook, continua em alta.

O Observador publica esta semana uma série de seis reportagens feitas na Suécia, o país que desafiou o confinamento contra a Covid-19. A estratégia, que uns consideram um milagre e outros um desastre; os hospitais, agora com maiores dificuldades; o impacto na economia e os erros que o explicam; o dia a dia de um infetado, com testes em casa e nenhuma punição se violar as regras; o escândalo nos lares de idosos; e Anders Tegnell, o epidemiologista que recebe flores e ameaças de morte. Esta é 6.ª e última parte.

É uma espécie de tradição natalícia na Suécia. Todos os anos, a Livsmedelsföretagen, a organização que agrega todas as empresas de produção alimentar do país, organiza uma sondagem, estilo “Grandes Portugueses”, para saber quem é que os suecos gostavam de convidar para a ceia de Natal.

O eleito em 2020 foi, sem surpresas, Anders Tegnell, o principal epidemiologista do Estado que — apesar de ter 64 anos e de ser o principal epidemiologista do Estado — se transformou nos últimos meses numa espécie de rockstar nacional, tudo à conta da estratégia sueca para o combate à pandemia e da convicção inabalável com que a tem defendido, mesmo quando o resto do mundo (e as taxas de infeção e os números de mortes, dirão os críticos) faz questão de lhe gritar que está enganado. Neste momento, apurou uma sondagem publicada no Dagens Nyheter esta quinta-feira, 59% dos suecos estão ao seu lado. Já foram bem mais: em abril, 69% da população garantia que tinha confiança no trabalho do epidemiologista, em outubro esse valor estacionou nos 65%, depois de em agosto ter caído para os 63%. Sem nunca referir nomes, também esta semana, o rei Carl Gustav, que raramente se pronuncia sobre as decisões tomadas pelo governo, usou o plural majestático e criticou abertamente a estratégia sueca: “Penso que falhámos. Temos um enorme número de mortos e isso é terrível”.

Quando, no dia 1 de fevereiro, a virologista e realizadora de cinema Lena Einhorn, que não o conhece pessoalmente, lhe enviou um e-mail, a dar conta de um artigo da Lancet que dizia que era provável que o vírus de Wuhan desse origem a uma pandemia e que exortava os países a tomar medidas, Anders Tegnell respondeu educadamente e disse-lhe que ainda era demasiado cedo para fazer projeções. Quando ela insistiu e lhe perguntou se não deviam, pelo menos, impor restrições às viagens ou obrigar quem regressasse de zonas afetadas a ficar em quarentena, o principal epidemiologista da Suécia respondeu-lhe pela última vez e com um ponto final parágrafo: “Isso está fora de questão”.

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“Tenho a certeza de que em algumas situações as máscaras podem melhorar, mas as evidências científicas sobre se o fazem ou não continuam a não ser muito boas. Se têm um efeito, a maior parte dos estudos dizem que talvez não seja um efeito assim tão bom. Vemos muitos países por toda a Europa que impuseram regras sobre o uso de máscaras e mesmo assim continuam a ter aumentos enormes no número de casos”
Anders Tegnell, epidemiologista-chefe da Agência de Saúde Pública Sueca

É o que tem dito desde então, sempre que confinamentos formais ou uso generalizado de máscaras vêm à baila  — “É como usar um martelo para matar uma mosca”, disse em setembro ao Financial Times. “Estamos a tentar lidar com este novo aumento da mesma maneira que lidámos com os casos na primavera, que foi na verdade bastante bem sucedida, e esperamos — acreditamos — que, com as medidas que temos atualmente, vamos conseguir também refrear este aumento”, elaborou Anders Tegnell mais de dois meses depois ao Observador, numa curta entrevista por Zoom, num dia em que foram anunciados 5.676 novos casos de infeção pelo novo coronavírus no país e o número de mortes se aproximava dos 7 mil (agora já há mais de 360 mil casos confirmados no país, quase 8.000 óbitos e por cada 100 mil habitantes contam-se 845,2 infetados; em Portugal são 537,8).

Anders Tegnell é a pessoa que os suecos querem ter à mesa de Natal

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

Apesar de sempre ter recusado de forma peremptória medidas mais restritivas, ao Observador o epidemiologista garantiu que não tem “linhas vermelhas” e que todas as hipóteses estão em aberto — e a seguir explicou, mais uma vez, que não tenciona instituir o uso de máscara na Suécia.

“Discutimos as máscaras na semana passada e as regiões continuam a concordar connosco e não veem de que forma é que o uso de máscara possa melhorar a situação nesta fase. A maior parte do contágio a que assistimos ocorre em casas e festas privadas e as máscaras são muito difíceis de aplicar nestas circunstâncias”, começou por dizer Anders Tegnell, para logo depois invocar a ciência. “Tenho a certeza de que, em algumas situações, as máscaras podem melhorar, mas as evidências científicas sobre se o fazem ou não continuam a não ser muito boas. Se têm um efeito, a maior parte dos estudos dizem que talvez não seja um efeito assim tão bom. Vemos muitos países por toda a Europa que impuseram regras sobre o uso de máscaras e, mesmo assim, continuam a ter aumentos enormes no número de casos.”

“O Anders Tegnell é especialista em parecer tranquilizador quando tudo está terrível. Na primavera, quando tínhamos o pior número de mortes do mundo, tínhamos conferências de imprensa todos os dias e ele sentava-se e dizia: ‘As perspetivas são muito boas. Estamos a achatar a curva, estamos a chegar ao pico’”
Lena Einhorn, virologista e realizadora

Não será de estranhar que os críticos lhe chamem teimoso. Ou pior do que isso. “O Anders Tegnell é especialista em parecer tranquilizador quando tudo está terrível. Na primavera, quando tínhamos o pior número de mortes do mundo, tínhamos conferências de imprensa todos os dias e ele sentava-se e dizia: ‘As perspetivas são muito boas. Estamos a achatar a curva, estamos a chegar ao pico’”, recorda Lena Einhorn, parte do grupo de 21 virologistas suecos que mais têm contestado a estratégia da Agência de Saúde Pública.

Jon Tallinger, médico de família que logo no início da pandemia decidiu demitir-se para denunciar a forma como os idosos estavam a ser tratados nos lares, prefere lembrar a forma como, até meio do outono, o principal epidemiologista sueco manteve que não iria existir segunda vaga na Suécia. “Apostou as fichas todas na imunidade de grupo, dizia que as primeiras 6 mil mortes iam ser dolorosas, mas que, no outono, íamos ter imunidade, enquanto os outros iam ter de continuar a implementar as suas restrições. Agora percebemos que não nos tornámos imunes, que está aí uma grande vaga e que muitas mortes vêm a caminho, portanto não beneficiámos nada de tudo o que aconteceu.”

“O estranho é ele ser tão popular, tem um grande clube de fãs, às vezes brinco com isso: nos Estados Unidos o responsável pela estratégia é o Trump, na Suécia é o Anders Tegnell, e os resultados são parecidos, no que diz respeito à disseminação do vírus e ao número de mortes. Esta resistência ao uso de máscaras e a negação dos perigos da pandemia costuma estar à direita do espectro político, mas aqui é ao contrário: o clube de fãs do Anders Tegnell é de esquerda”
Lars Calmfors, economista, Instituto de Estudos Económicos Internacionais da Universidade de Estocolmo

“Apesar de não ser sequer o diretor, tornou-se o rosto da Agência de Saúde Pública da Suécia, o que é muito estranho. Parece-me óbvio que ele cometeu muitos e sérios erros de julgamento”, avalia por sua vez Lars Calmfors, economista e professor do Instituto de Estudos Económicos Internacionais da Universidade de Estocolmo, que também tem verbalizado frequentemente o seu anti-Tegnellismo na imprensa internacional.

“O estranho é ele ser tão popular, tem um grande clube de fãs, às vezes brinco com isso: nos Estados Unidos, o responsável pela estratégia é o Trump, na Suécia é o Anders Tegnell, e os resultados são parecidos, no que diz respeito à disseminação do vírus e ao número de mortes. Esta resistência ao uso de máscaras e a negação dos perigos da pandemia costuma estar à direita do espectro político, mas aqui é ao contrário: o clube de fãs do Anders Tegnell é de esquerda.”

Flores, grupos de Facebook e tatuagens

Não será exagerado falar em clube de fãs. Anders Tegnell, que nasceu a 17 de abril de 1959 em Uppsala, estudou medicina em Lund e se especializou em doenças infecciosas em Linköping, tem t-shirts com a sua fotografia à venda na Amazon, posters à Obama com a sua cara  — a mensagem é “Tvätta Händerna” (“Lave as mãos”), em vez de “Hope” (“Esperança”) — e vários grupos de apoio com milhares de seguidores no Facebook.

Também há pelo menos uma pessoa, Gustav Lloyd Agerblad, um sueco de 32 anos, com a sua imagem tatuada no braço. “Acho que ele é a cara desta crise, acho que está a fazer um bom trabalho porque se tem mantido firme na linha da frente e porque se tem limitado a fazer bem o seu trabalho”, disse em abril, à Reuters, acabado de tatuar num estúdio em Södermalm, no centro de Estocolmo, onde ainda estão várias versões do desenho, em papel vegetal, coladas à parede.

Lisa Caiado Thorfinn, médica portuguesa a trabalhar nas urgências do Hospital de Linköping, onde Tegnell estudou e trabalhou, lembra-se de o ouvir contar, numa entrevista a uma rádio local, durante o verão, que eram tantos os ramos de flores que os admiradores lhe mandavam para casa que teve de chegar a acordo com a florista, para dividir as entregas pelos vários dias da semana. “Ele tem uma legião de fãs, a maior parte dos suecos está contente com as medidas tomadas e acha que a Suécia está a fazer muito bem, é uma minoria que acha que devia ter havido um confinamento, que acha que se deviam usar máscaras, que está insatisfeita.”

Zashay Tastas tatuou a cara de Tegnell no braço de Gustav Agerblad. Os esboços ainda estão colados na parede do estúdio, em Södermalm

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Uma das moderadoras do grupo de Facebook “Vi stöttar Anders Tegnell & Co” (“Apoiamos Anders Tegnell e Companhia), com quase 93 mil membros, garante o mesmo e diz que o único problema é os detratores serem mais audíveis do que os fãs do epidemiologista. “As sondagens demonstram que o Tegnell e a Agência de Saúde Pública têm um forte apoio público. Mas algumas pessoas fazem muito barulho na Internet, portanto é fácil pensar o contrário”, explica Christine Tidåsen.

“Neste momento diria que a Suécia está sob um confinamento baseado em recomendações”, continua a fã e investigadora na área do empreendedorismo e marketing na Universidade de Linnaeus, na região de Småland, no sul do país, garantindo apoiar a 100% a estratégia por que Tegnell dá a cara — e que, desde a primavera, tem consistido essencialmente em recomendar aos suecos que se mantenham em teletrabalho, evitem socializar fora da sua bolha de contactos próximos e prefiram as bicicletas e as caminhadas aos transportes públicos.

“Eu sigo as recomendações. A minha vida mudou muito. As pessoas tendem a acreditar que a Suécia não fez nada. Fizemos muito. O Estado informou o povo sueco sobre aquilo que devíamos fazer e explicou-nos porquê e a maior de nós compreendeu e fê-lo”, acrescenta a moderadora do grupo de Facebook, criado para apoiar Anders Tegnell na primavera, depois de o epidemiologista e a família terem começado a receber ameaças. “Ele é um funcionário público que está só a fazer o seu trabalho, não devia receber ameaças de morte. É horrível.”

“As sondagens demonstram que o Tegnell e a Agência de Saúde Pública têm um forte apoio público. Mas algumas pessoas fazem muito barulho na Internet, portanto é fácil pensar o contrário”
Christine Tidåsen, administradora de um grupo de apoio a Tegnell no Facebook

Casado com Margit Neher, uma holandesa que conheceu nos Estados Unidos, Tegnell trabalhou para a Organização Mundial de Saúde entre 1990 e 1993 — no Laos, a desenvolver um programa de vacinação. Este ano, se tudo tivesse corrido como planeado, teria viajado para a Somália, para ajudar a implementar a agência de saúde local.

Em vez disso, acabou a receber telefonemas, cartas e e-mails com avisos, como o revelado há uns meses pela imprensa sueca — “Tive conhecimento de que um grupo de indivíduos extremamente perigosos e extremamente determinados (residentes na costa oeste) decidiu ‘neutralizar-vos’”.

Apesar de a polícia ter investigado as ameaças, nunca chegou a fazer qualquer detenção — mas as palavras também nunca foram consubstanciadas em atos. Anders Tegnell, que mora em Vreta Kloster, nos arredores de Linköping, a duas horas de Estocolmo, manteve as rotinas. Sempre que tem de ir à capital, geralmente às terças e às quintas, dias que a Agência de Saúde Pública reservou para as conferências de imprensa em que a situação pandémica no país é atualizada, sempre via Zoom, apanha o comboio e aproveita para trabalhar durante o caminho — não usa máscara, comprovam as fotografias que as pessoas com quem se cruza vão partilhando nas redes sociais. Mas também só esta sexta-feira, 18 de dezembro, é que o primeiro-ministro sueco tornou pública a recomendação para que se passem a usar máscaras nos transportes públicos. De resto, Anders Tegnell segue os seus próprios conselhos: mantém-se em teletrabalho e fala com as três filhas, todas adultas, uma médica, outra enfermeira, outra engenheira civil, por telefone, dia sim, dia não.

Especialistas ou governo, quem decide mais?

Durante muito tempo, o único a dar a cara pela estratégia sueca foi Anders Tegnell, o herói improvável que gosta de jardinagem e nunca deixou de fazer as compras para a casa no Lidl de Linköping — o cirurgião português Jorge Azevedo esbarrou com ele durante os meses de verão e não resistiu a fotografá-lo, qual paparazzo escondido junto ao corredor dos frescos.

Depois, há cerca de um mês, começaram a surgir rumores de que a relação da cúpula da Agência Nacional de Saúde Pública com o governo liderado por Stefan Löfven já teria conhecido melhores dias. “O governo está a ficar um pouco cansado do Anders Tegnell. Até agora, era a Agência de Saúde Pública, de que o Tegnell é responsável, quem estava ao comando, e o governo limitava-se a seguir as orientações que ele dava. O governo estava completamente dependente deles, o que nos estava a deixar a nós, os críticos, loucos”, explicou Lena Einhorn ao Observador, dias depois de o primeiro-ministro sueco ter anunciado ao país, alegadamente à revelia de Tegnell, que os ajuntamentos com mais de oito pessoas passavam a estar proibidos.

“O governo está a ficar um pouco cansado do Anders Tegnell. Até agora, era a Agência de Saúde Pública, de que o Tegnell é responsável, quem estava ao comando, e o governo limitava-se a seguir as orientações que ele dava. O governo estava completamente dependente deles, o que nos estava a deixar a nós, os críticos, loucos”
Lena Einhorn, virologista e realizadora

“O governo ficou com medo, por isso decidiu esta medida sozinho. E o resultado foi que o Anders Tegnell veio a público falar contra o governo e dizer que a medida não se aplicava aos cinemas. O que obrigou o governo a intervir e a dizer que sim, a regra aplica-se aos cinemas. É a primeira vez que vemos isto a acontecer”, continua a virologista.

Apesar de a Agência de Saúde Pública não ter poder para legislar, todas as decisões que o governo tomou ao longo da pandemia no sentido de restringir a vida dos suecos (em vez de se limitar a dar conselhos sobre ela) tiveram por base recomendações dos especialistas. A meio de novembro, pela primeira vez, Tegnell e Löfven desalinharam-se em público — mas só durante escassos dias.

Depois de ter dito à imprensa que a decisão tinha sido tomada exclusivamente pelo governo, sem intervenção da Folkhälsomyndigheten, justamente no dia em que falou ao Observador, o epidemiologista emendou o discurso e garantiu que tudo está bem no reino da Suécia. “Mantemos um diálogo contínuo, o governo diz o que dizemos: que todos devemos trabalhar para parar isto. O governo avança na área onde sempre esteve, precisamos de medidas legais. A divisão de tarefas é a mesma de sempre, temos plena confiança mútua.”

Para os críticos, e até para alguns apoiantes da estratégia sueca, o protagonismo que Tegnell e a Agência de Saúde Pública têm tido na gestão da pandemia é demasiado grande. “O governo devia fazer outro tipo de considerações, mas deixou-nos decidir tudo”, disse recentemente o ex-epidemiologista estatal Johan Giesecke, atual consultor do grupo técnico para as doenças infecciosas da Organização Mundial da Saúde e um dos especialistas que mais vezes tem vindo a público defender a forma como o país está a gerir a pandemia.

Anders Tegnell, pelo artista Anders Gabrielsson, em exposição no café Tårtan, no centro de Estocolmo

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

“Eu e os meus colegas sabemos muito mais do que os políticos sobre a forma como a economia funciona, mas eles contrariam os nossos pareceres a toda a hora, é assim que a política funciona, alguém tem de tomar decisões”, analisa, por sua vez, ao Observador o economista Lars Calmfors. “Neste caso, parece que deixaram as avaliações nas mãos de peritos que não prestam contas a ninguém. É como se os políticos tivessem decidido que era mais simples seguir apenas os conselhos deles, como se fosse uma espécie de estratégia de minimização de risco.”

Na verdade, em 2009, quando o H1N1 passou a pandemia e chegou à Suécia, onde se estima que tenha infetado entre 240 mil e 610 mil pessoas (e causado a morte a 31), a Folkhälsomyndigheten ainda não existia, mas também foram as autoridades de saúde quem assumiu o controlo da situação no país.

Na altura, a luz verde para vacinar milhares de pessoas com uma vacina desenvolvida em tempo recorde pela inglesa GlaxoSmithKline foi acesa pelo Conselho Nacional de Saúde e Bem-Estar, em colaboração com o Instituto de Controlo de Doenças Transmissíveis.

Quando se percebeu que a vacina, tomada por 60% da população, tinha deixado pelo menos 700 jovens a sofrer de narcolepsia, a farmacêutica foi responsabilizada (até hoje já pagou 8,9 milhões de euros em indemnizações), mas a atuação dos epidemiologistas não foi sancionada. “Claro que a decisão tinha sido completamente diferente se tivéssemos conhecimento dos efeitos secundários. Mas eram completamente desconhecidos, foram uma surpresa para toda a gente”, disse recentemente Anders Tegnell à AFP, então um dos responsáveis pelo Conselho Nacional de Saúde e Bem-Estar.

Nesta, nem Lars Calmfors consegue estar contra ele: “Na altura foi muito criticado por ter recomendado uma vacina que ainda não tinha sido considerada segura. De qualquer forma, talvez tenha sido a decisão certa, porque a vacinação salvou muitas vidas. Foi aí que o Anders Tegnell se tornou conhecido na Suécia”.

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