O Observador publica esta semana uma série de seis reportagens feitas na Suécia, o país que desafiou o confinamento contra a Covid-19. A estratégia, que uns consideram um milagre e outros um desastre; os hospitais, agora com maiores dificuldades; o impacto na economia e os erros que o explicam; o dia a dia de um infetado, com testes em casa e nenhuma punição se violar as regras; o escândalo nos lares de idosos; e Anders Tegnell, o epidemiologista que recebe flores e ameaças de morte. Esta é 3.ª parte.
É quase meio dia de uma terça-feira de fim de novembro e a Stortorget, a praça mais antiga e emblemática de Estocolmo, em torno da qual a cidade se desenvolveu e espraiou pelas 14 ilhas que hoje a compõem, está praticamente deserta. No centro da praça — que, por esta altura, já devia estar cheia de gente às compras no mercado de Natal que, este ano, foi cancelado — há apenas um grande pinheiro, ao lado da fonte de pedra; duas das seis esplanadas que a rodeiam estão fechadas, nas outras não há absolutamente ninguém.
No interior do Chokladkoppen, que vende sumos naturais, sanduíches, bolos elaborados e os típicos kanelbulle suecos, há duas mesas ocupadas, quatro pessoas ao todo; no café do lado, o Kaffekoppen, do mesmo proprietário, não há nem um cliente. “Em outubro não foi mau, mas, desde então, tem vindo sempre a piorar”, diz a empregada, antes de passar a bola para o colega do lado.
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