Cosme Damião
1907-1916
Jogos 67 Golos 8
Aluno do Casa Pia, é um dos 24 fundadores do Sport Lisboa, em 1904. Além de fundador, é também jogador, capitão, treinador, dirigente mais jornalista (só não é presidente porque não quer). Reconhecido como o homem mais importante da instituição no primeiro quarto de século
Espírito Santo
1936-1941 e 1943-1950
Jogos 207 Golos 147
Ninguém marca mais que ele: nove nos 13-1 ao Casa Pia, em Dezembro 1937. Para não deixar dúvidas, o grande enorme Peyroteo escreve sem rodeios: “Espírito Santo é muito melhor jogador do que eu.” Além disso, é também campeão nacional do salto em altura e triplo salto
Francisco Ferreira
1938-1952
Jogos 399 Golos 35
Nascido em Guimarães e criado no Porto (até aos juniores do FCP), só se faz jogador em Lisboa. Capitão do Benfica por nove épocas, estreia-se e despede-se com o Sporting. No adeus, até levanta a Taça de Portugal, conquistada numa épica final com nove golos (5-4)
Julinho
1942-1953
Jogos 200 Golos 202
Não, não é nenhum erro. E sim, ele tem mais golos que jogos. Uma barbaridade. Ou não fosse ele o mais ilustre do quinteto atacante conhecido como os diabos vermelhos, em que contracena com Mário Rui, Arsénio, Espírito Santo e Rogério
Rogério Pipi
1942-1954
Jogos 314 Golos 205
Ainda hoje (e sempre) é o recordista de golos em finais da Taça de Portugal: 15 distribuídos por seis vitórias. Um belo dia, um alfaiate famoso de Lisboa convida-o para posar e aparece na revista Flama. O capitão Francisco Albino aproveita a deixa e chama-o Pipi. A alcunha permanece
Arsénio
1943-1955
Jogos 298 Golos 220
Admirador do avançado portista Pinga, é assim que lhe chamam nas ruas do Barreiro quando brinca com Vasques (um dos Cinco Violinos) e outros meninos. Marca cinco golos ao FCP na inauguração das Antas e levanta seis Taças de Portugal, com mais cinco golos à mistura
José Águas
1950-1963
Jogos 384 Golos 379
Capitão do Benfica bicampeão europeu, marca um golo em cada final, vs. Barcelona e Real Madrid. Ponta-de-lança clássico e elegante, com excelente jogo de cabeça, é cinco vezes o melhor marcador do campeonato nacional
Coluna
1954-70
Jogos 525 Golos 127
Tal como José Águas, também Coluna marca nas duas gloriosas finais europeias, vs Barça e Real. A maioria trata-o por capitão. Para Eusébio, é o mais velho. Tímido e duro de roer, não precisa de levantar a voz nem da braçadeira à volta do braço para ser o líder de balneário
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Cavém
1955-1969
Jogos 420 Golos 104
Em 1961, antes da final europeia com o Barça, “apareceu-me nos sonhos uma figura simpática a aconselhar-me a não cortar a barba caso quisesse ganhar a taça.” Dito e feito, 3-2. No ano seguinte, a mesma figura ensina-lhe a marcar Di Stéfano. Outra taça, 5-3. Com a barba por fazer
José Torres
1959-1971
Jogos 259 Golos 226
O bom gigante, assim alcunhado pela altura elevada (1,92 m) e pelo fair-play, é contratado por Otto Glória em 1959 e só se impõe em 1962, com a saída de José Águas. Na época de estreia a titular, é o melhor marcador do campeonato nacional
José Augusto
1959-1970
Jogos 369 Golos 175
Dá nas vistas no Barreirense e assina pelo Benfica. Gabriel Hanot, célebre célebre jornalista francês do L’Équipe, considera-o o melhor extremo direito europeu, depois da sua grande exibição na Dinamarca (Aarhus, 4-1), em 1961. É alcunhado de Garrincha português
Eusébio
1960-1975
Jogos 440 Golos 473
Impedido por Salazar de se transferir para Itália, sob o pretexto de estar classificado como “património nacional”, Eusébio acumula grandiosidade: 11 vezes campeão nacional (recorde), 5 Taças (com 7 golos nas finais) e é o herói da final da Taça dos Campeões 1962 (bis ao Real)
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Simões
1961-1975
Jogos 449 Golos 72
Entra para o 11 de Guttmann aos 18 anos, a aproveitar a ausência de Cavém (expulso na jornada anterior, em Aveiro), e nunca mais de lá sai. Como porta-voz das reivindicações salariais, chega a capitão de equipa sem esforço. E depois à comissão do Sindicato dos Jogadores em 1972
Toni
1968-1981
Jogos 391 Golos 23
Lutador incansável em campo, é um exemplo humano de generosidade e fair-play que dificilmente encontra paralelo na tribo do futebol. De resto, é só o único benfiquista campeão nacional como jogador (8) e treinador (2). E é o único a levantar a Taça na dupla função
Nené
1968-1986
Jogos 574 Golos 359
Acusado de nunca sujar os calções, paradigma de quem não se esforça o suficiente, responde aos pseudo-entendidos do Terceiro Anel com golos e mais golos. Ao ponto de ainda hoje ser o terceiro melhor marcador do clube, só atrás de Eusébio e José Águas. E o segundo com mais jogos
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Humberto Coelho
1968-1975 e 1977-1984
Jogos 498 Golos 81
Central mascarado de avançado, é uma referência no Benfica e em todo o país como quinto defesa goleador da história europeia da 1.ª divisão. Em Agosto 1968, Otto Glória lança-o na digressão da pré-época e aí confirma qualidades com uma marcação exemplar ao rei Pelé (Santos)
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Artur Jorge
1969-1975
Jogos 130 Golos 105
Brilha no curso de Filosofia e nos relvados, como goleador da surpreendente Académica (2.º lugar em 1967). Assina pelo Benfica e comete a proeza de ser o melhor marcador da equipa, à frente de Eusébio, em duas épocas seguidas (1971 e 1972)
Artur Correia
1971-1977
Jogos 161 Golos 3
Campeão de juniores no Benfica, vai estudar medicina para Coimbra. Três épocas depois, é-lhe impossível reconciliar os estudos com o futebol (Académica). Opta pela bola e volta para o Benfica. Depois, Sporting. No jogo do adeus, Toni define-o: “O único jogador do Sporting à Benfica”
Bento
1972-1990
Jogos 465 Golos 307
Substitui Yashin, ausente à última hora, na despedida de Coluna em 1970 e surpreende toda a gente. Sai do Barreirense para o Benfica em 1972 e só se torna titular indiscutível em 1976, no lugar de José Henrique. Só larga a baliza em 1986, com a lesão no Mundial do México
Jaime Graça
1966-1975
Jogos 229 Golos 29
O Benfica vais buscá-lo ao Vitória em pleno Mundial-66. Na Luz, salva a sua vida mais as de Eusébio e Malta da Silva quando corta a electricidade durante um curto-circuito numa sessão de hidromassagem na Luz, que vitima Luciano. Marca o golo ao United na final da Taça dos Campeões 1968
Shéu
1972-1989
Jogos 487 Golos 45
Mais um produto africano, este captado por José Augusto durante um jogo treino com o Sport Lisboa e Beira, em Moçambique. Marca na final da Taça UEFA 1983, ao Anderlecht, e é o capitão de outra final europeia, a da Taça dos Campeões 1988, com o PSV. Master
LUSA
Chalana
1975-1984 e 1987-1990
Jogos 310 Golos 47
Chumba nos treinos de captação da CUF e vai para o Barreirense, onde só faz seis jogos. Assina pelo Benfica, aos 17 anos de idade, e é um ver se te avias. Quando arranca, o estádio todo levanta-se à espera de um golpe de magia. Ora com o pé direito, ora com o esquerdo
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Carlos Manuel
1979-1988
Jogos 320 Golos 58
Salta da CUF para o Barreirense, como Chalana, e assina pelo Benfica. Na Luz, é lançado por Mário Wilson e endeusado pelo Terceiro Anel pelas inegáveis capacidades técnico-tácticas-física-e-mais-alguma-coisa. Joga e marca. É dele o golo ao Porto na final da Taça 1983, nas Antas
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Diamantino
1979-80 e 1982-1990
Jogos 306 Golos 83
É o amigo de Carlos Manuel, dentro e fora do campo. Entendem-se às mil maravilhas, a partir do momento em que Eriksson os junta. Oito épocas seguidas garantem-lhe muitos títulos e uma só tristeza: a lesão que tira da final da Taça dps Campeões 1988, com o PSV
Veloso
1980-1995
Jogos 538 Golos 9
O penálti falhado com o PSV, na final da Taça dos Campeões 88, só lhe dá ainda mais força para continuar a cair na boa graça dos adeptos benfiquista. Em 15 anos na Luz, sete deles como capitão. Ora à direita, ora à esquerda, é um lateral temível e nem Asprilla se atreve a ultrapassá-lo
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Rui Águas
1985-1988 e 1990-1994
Jogos 237 Golos 103
Carrega a herança pesada do apelido (o pai José é o capitão do Benfica bicampeão europeu) e dá a volta ao texto com uma categoria assinalável. Atira-se de cabeça para a fama e consegue três campeonatos, três taças mais um título de melhor marcador em 1991
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Paneira
1988-1995
Jogos 289 Golos 44
A finta é assim ò: atira-se para um lado e vai para o outro. Seja quem for o adversário, esta jiga-joga é sucesso garantido para o habilidoso número 7. A eficácia garante-lhe a admiração dos adeptos, até quando falha um penálti com o Parma, na 1/2 final da Taça das Taças em 1994
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Rui Costa
1991-1994 e 2006-2008
Jogos 177 Golos 29
Nascido e criado na Luz, elege a Fiorentina como futuro em vez do Barça de Cruijff. Então? Os italianos pagam mais que os espanhóis ao Benfica. Amor. No regresso a casa, faz-se capitão, já depois de ter chorado nos festejos de um golo pela Fiorentina ao Benfica. Amor. Puro.
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João Pinto
1993-2000
Jogos 302 Golos 90
No Verão 1993, o Sporting de Cintra alicia-o. Nada feito, Jorge de Brito consegue mantê-lo na Luz e o Benfica é campeão com aquele 6-3 em Alvalade, onde JVP assina um hat-trick. Seis épocas e dois presidentes depois, a amarga dispensa a cargo da dupla Heynckes-Vale e Azevedo
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Preud’homme
1994-1999
Jogos 199 Golos 184
O primeiro guarda-redes estrangeiro do Benfica é, de longe, a melhor contratação da era Artur Jorge. Completo em todos os sentidos, chega à Luz aos 34 anos de idade na plenitude da forma física. Salva vezes sem conta o Benfica do embaraço e sai com a Taça de Portugal 1996
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Nuno Gomes
1997-2000 e 2002-2011
Jogos 397 Golos 165
Nome completo? Nuno Miguel Soares Pereira Ribeiro. Então e o Gomes? Por uma questão de empatia e admiração pelo bibota d’ouro do FCP, passa a ser o Nuno Gomes. O nome fixa-se. Tal como o estilo e a eficácia. Dentro da área, é rei. Fora dela, um assistente de primeira
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Simão
2001-2007
Jogos 230 Golos 93
Capitão no ano do título de campeão em 2005, com Trapattoni, o extremo é capaz da maior maravilha com aquele pé direito desde livres directos até pontapés acrobáticos. O seu reportório é extenso e vale muitas alegrias ao Benfica, como a conquista da Taça de Portugal 2004 ao FCP
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Cardozo
2007-2014
Jogos 292 Golos 173
Melhor marcador do campeonato em 2010 e 2012, também é o campeão dos penáltis falhados na 1.ª divisão, com oito (à frente do bibota d’ouro Gomes, do FCP). A sua relação com os adeptos é de amor-ódio e o pé esquerdo resolve alguns atritos
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Luisão
Desde 2003
Jogos 510 Golos 45
O Benfica festeja o sexto título de campeão nacional do século XXI e adivinhe lá quem é o único elo de ligação entre todos eles? Esse mesmo, o capitão. Lançado por Camacho, marca na estreia, vs Belenenses (3-3 no Jamor). Daí para cá, um fartote de golos decisivos e títulos
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Maxi
2007-2015
Jogos 330 Golos 20
Quando aterra na Luz, é um médio direito de qualidade assim-assim. Transforma-se então num valioso lateral-direito, cheio de garra e atitude, características que lhe garantem a braçadeira na ausência de Luisão. Sai para o Porto no Verão 2015
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Jonas
Desde 2014
Jogos 109 Golos 85
Marginalizado em Valencia, então treinado por Nuno Espírito Santo, o brasileiro ocupa o lugar de goleador de Cardozo com uma categoria indisfarçável. Na primeira época, 31 golos. Na segunda, 36 (mais o título de melhor marcador do campeonato). Este ano, a conta gotas, marca 18
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