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A controvérsia mais recente, das declarações de Paddy Cosgrave sobre Israel, já levou a um pedido de desculpa
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A controvérsia mais recente, das declarações de Paddy Cosgrave sobre Israel, já levou a um pedido de desculpa

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

A controvérsia mais recente, das declarações de Paddy Cosgrave sobre Israel, já levou a um pedido de desculpa

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Da crise com Israel ao jantar no Panteão. Todas as polémicas que a Web Summit protagonizou em Lisboa

Em oito anos em Lisboa, a Web Summit tem tido a sua dose de polémicas. A mais recente, sobre declarações do CEO sobre o conflito Israel-Hamas, já motivou um boicote ao evento e um pedido de desculpas.

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Não é de hoje que as intervenções de Paddy Cosgrave na rede social X, antigo Twitter, provocam acesas discussões online. Mas há alguns dias, uma partilha do CEO da Web Summit sobre o conflito entre Israel e o Hamas gerou controvérsia tal deu origem à hashtag “boycottWebSummit” (‘boicote à Web Summit’). Dor Shapira, o embaixador de Israel, classificou as declarações de Cosgrave como “ultrajantes” e anunciou que Israel não vai participar na conferência.

Figuras de relevo ligadas a incubadoras de startups, como a Y Combinator, ou ainda a fundos de investimento como a Sequoia Capital anunciaram que, devido às declarações do CEO da Web Summit, também não vão comparecer no evento. No site da Web Summit, a lista de oradores de Israel foi-se reduzindo e, neste momento, Israel já desapareceu da lista onde é possível pesquisar oradores por países.

Esta não é a primeira vez em que o próprio Paddy Cosgrave e a cimeira que criou estão no centro das atenções. Nem que se veem obrigados a pedir desculpas. Ao longo dos anos em que a Web Summit se realiza na capital portuguesa acumulam-se já uma mão cheia de polémicas e atritos, desde o célebre jantar no Panteão Nacional até ao convite, mais tarde retirado, à política francesa de extrema-direita Marine Le Pen.

O jantar exclusivo no Panteão Nacional em 2017

Foi após o fim da segunda edição em Lisboa que começaram a circular os rumores sobre o jantar exclusivo da Founders Summit, que habitualmente conta com a presença de fundadores de empresas, no Panteão Nacional. Numa primeira fase, as redes sociais debateram se a imagem que circulava online, que mostrava mesas no corpo central do monumento, onde repousam figuras como Amália Rodrigues ou Humberto Delgado, poderia ser uma montagem. Acabou por ser comprovado que era verdadeira.

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O jantar exclusivo da Web Summit foi no Panteão Nacional

Sucederam-se as reações. O primeiro-ministro disse, em comunicado, que a utilização do Panteão Nacional para um jantar no âmbito do evento era“absolutamente indigna”.“Apesar de enquadrado legalmente, através de despacho proferido pelo anterior Governo, é ofensivo utilizar deste modo um monumento nacional com as características e particularidades do Panteão Nacional”. Também o Presidente da República criticou o recurso ao monumento para um jantar deste género. “A imagem que eu tenho do Panteão Nacional não é a de ser um local adequado para um jantar, nem que seja o jantar mais importante de Estado”, comentou Marcelo Rebelo de Sousa à imprensa na altura.

O Governo anunciou também a intenção de revisão ao despacho que permite o aluguer de espaços como o Panteão para eventos.

António Costa diz que jantar da Web Summit no Panteão Nacional é “absolutamente indigno” e “ofensivo”

O mal estar com o jantar levou Paddy Cosgrave a desculpar-se, alegando diferenças culturais. “Portugal, peço desculpa”, escreveu Cosgrave no então Twitter. “Sou irlandês. Culturalmente, temos uma abordagem muito diferente à morte. Celebramo-la. Isso não faz com que esta seja a abordagem mais correta em Portugal. Adoro este país como minha segunda casa e nunca tentaria ofender os grandes heróis do passado de Portugal”, escreveu.

O convite a Marine Le Pen em 2018

Ainda faltavam meses para a edição de 2018 quando o nome da política francesa de extrema direita Marine Le Pen surgiu na lista de oradores da Web Summit. Em agosto desse ano, o Dinheiro Vivo avançou que a política da Frente Nacional estava na lista, ao lado de nomes como Tim Berners-Lee, o “pai” da World Wide Web, ou Sean Rad, o fundador do Tinder.

O convite a Le Pen foi alvo de críticas por parte de vários partidos e até foi notícia além-fronteiras. Do Governo, num comunicado vindo do Ministério da Economia, chegou o esclarecimento de que não tinha intervenção na “seleção de oradores” da Web Summit.

Do lado da organização, Paddy Cosgrave explicou numa longa publicação no Medium que era defensor da liberdade de expressão, justificando o convite à política francesa. Mas também deixava claro que, se o Governo pedisse para retirar o convite, haveria abertura para isso.

Web Summit recua e cancela o convite que fez a Marine Le Pen

A meio de agosto, cerca de uma semana depois de o nome de Le Pen se tornar público na Web Summit, a organização recuou e retirou o convite à antiga candidata à presidência francesa. “É claro para mim que a decisão correta para a Web Summit é rescindir o convite a Marine Le Pen. A sua presença é desrespeitosa para o nosso país anfitrião. E também é desrespeitosa para os muitos milhares de participantes que se vão juntar a nós de todo o mundo”, escreveu o CEO da cimeira tecnológica.

A renovação por mais uma década em 2018 e as dúvidas sobre a expansão da FIL

A chegada da Web Summit a Lisboa foi feita através de um contrato com o Governo português, válido por três anos, até 2018. No mesmo ano da polémica do convite a Le Pen, a possibilidade de o evento continuar em Lisboa ou partir para outras paragens fez correr muita tinta.

Até que, em outubro, cerca de um mês antes do arranque da edição de 2018, a Web Summit e o Governo anunciaram o acordo para mais dez anos da cimeira na capital. Caldeira Cabral, o ministro da Economia na altura, disse que o investimento anual seria de 11 milhões por ano, divididos entre o Executivo e a autarquia lisboeta, totalizando 110 milhões para os dez anos. Estava ainda incluída uma cláusula de rescisão do contrato de 340 milhões de euros por ano não cumprido. O contrato não foi disponibilizado publicamente.

Fernando Medina, António Costa e Paddy Cosgrave em 2018, na apresentação do acordo para a Web Summit ficar em Lisboa até 2028

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

O montante avultado de investimento vinha acompanhado de um plano para expansão da Feira Internacional de Lisboa (FIL), para acomodar mais visitantes, que até hoje ainda não aconteceu. Em entrevista ao Observador no ano passado, Paddy Cosgrave disse não ter novidades em relação à expansão do espaço e realçou que o seu trabalho era “organizar a Web Summit, as instalações são o trabalho de outra pessoa”.

Paddy Cosgrave. “O meu trabalho é organizar a Web Summit, as instalações são o trabalho de outra pessoa”

A questão é que, passados cinco anos desde a renovação do contrato entre o Governo e a Web Summit, a expansão da FIL continua sem novidades. Em setembro, quando veio a Portugal para mostrar à imprensa o novo escritório em Lisboa, Cosgrave voltou a ser questionado sobre o assunto. Quando existir “algo para anunciar, vamos anunciar”, rematou.

Web Summit, com novo escritório junto dos Unicórnios, vai contratar mais 50 trabalhadores em Portugal

As camisolas de lã de 850 euros na “swag shop” em 2019

Não terá sido a primeira vez em que a Web Summit teve um “swag shop” para vender souvenirs a empreendedores que quisessem levar uma lembrança para casa, mas em 2019, o preço das camisolas foi tema de conversa.

A ligação para a loja não funciona hoje em dia, mas na altura, entre a reduzida seleção de produtos, eram apresentados dois modelos de camisolas de lã, semelhantes àquelas que foram usadas por Paddy Cosgrave no palco do evento. Por 780 euros ou 850, dependendo da versão, era possível copiar o visual do principal rosto da Web Summit.

Existia uma razão para o preço elevado das famosas camisolas: a origem. A peça mais barata fazia parte de uma edição especial de 50 peças numeradas, feitas à mão por artesãs do Condado de Donegal, na Irlanda. O artigo mais caro era feito de lã preta cosida com um ponto feito à mão, que não seria possível replicar com recurso a máquinas. Havia ainda uma opção para os mais pequenos, um hoodie da edição de 2019 por 240 euros.

Ainda durante o evento, Paddy Cosgrave fez questão de esclarecer um ponto: a ligação da mulher, a modelo e estilista Faye Dinsmore, ao negócio das camisolas. “A minha mulher não tem interesse em construir um negócio para fins de lucro. É somente para ajudar a apoiar uma indústria que está a morrer, numa área rural de onde ela é, na Irlanda.” Cosgrave reconheu o preço elevado dos artigos – que não impediu que as peças esgotassem – mas realçou que “é absolutamente possível comprar uma camisola por dez euros (…)”, mas que o “objetivo da Faye é de alguma forma diferente”, notando que “claro que não é para toda a gente”.

A necessidade de financiamento a um evento online em 2020

No primeiro ano da pandemia de Covid-19, o verão ficou marcado por avanços e recuos em relação a uma edição presencial da Web Summit. No ano anterior, tinham estado em Lisboa 70 mil pessoas, algo que em pandemia seria difícil de repetir respeitando as regras sanitárias.

Primeiro, falou-se numa edição híbrida, com a organização a garantir que estava em contacto com as autoridades de saúde, para garantir a segurança dos participantes. Mais tarde, já perto da data do evento, uma nova alteração: a Web Summit passaria a realizar-se em dezembro, um mês depois da data habitual, e apenas online.

Web Summit vai decorrer exclusivamente online em 2020

A FIL não se encheu de stands e de crachás coloridos e os cubos coloridos não foram postos no palco da Altice Arena nesse ano. Mas uma coisa não mudou: os 11 milhões de euros anuais pagos à organização do evento, como ficou assente no contrato firmado em 2018.

A questão de financiamento a um evento online foi questionada, tanto junto do Governo, como fez o CDS-PP, como na Câmara de Lisboa, por um vereador do Bloco de Esquerda. Fernando Medina, na altura ao leme da autarquia, foi questionado sobre o montante de financiamento – três dos 11 milhões são assumidos pela CML – dadas as “alterações das condições de realização do evento”.

Web Summit. Vereador do Bloco de Esquerda questiona Câmara de Lisboa sobre pagamento de 11 milhões de euros a evento ‘online’

Mesmo com as dúvidas e com a cláusula de rescisão de 340 milhões por cada ano que não se realizasse o evento em Lisboa, a Web Summit mudou para um molde 100% online. Dois anos mais tarde, Paddy Cosgrave confessou que a pandemia deixou a empresa “à beira da falência”.

Covid-19 deixou a Web Summit “à beira da falência” e “perto da catástrofe”

Attendees on the fourth day of the 2021 Web Summit in Lisbon, Portugal, 04 November 2021. More than 40,000 participants participate in the 2021 Web Summit, considered the largest event of startups and technological entrepreneurship in the world, that takes place from 01 to 04 November. MARIO CRUZ/LUSA

Em 2021, no regresso da componente presencial, ainda eram visíveis máscaras

MARIO CRUZ/LUSA

As acusações do cofundador da Web Summit a Cosgrave em 2021

Há quase dois anos, a Web Summit arrancou com uma disputa legal em curso, envolvendo David Kelly, um dos fundadores da cimeira, e Paddy Cosgrave, o diretor executivo do evento. Em causa estava o confronto entre a Graiguearidda Ltd (empresa de David Kelly) e a Manders Terrace Ltd, empresa de que a cimeira tecnológica faz parte, o próprio diretor executivo da Web Summit e a Proto Roto Limited, que lhe pertence.

A versão de Kelly, que se afastou da Web Summit em março de 2022, foi prestada num tribunal na Irlanda. Cosgrave foi acusado de utilizar os recursos do evento “para benefício do seu agregado familiar”, nomeadamente quando usou o site da conferência para vender as camisolas feitas pela mulher de Paddy Cosgrave. Kelly alegou que Cosgrave estaria a tratar o evento como “uma extensão da sua pessoa”.

Ao Observador, foi dito na altura pela Web Summit que “David Kelly está a acumular queixas [judiciais] após queixas e estão a ser feitas puramente para distrair e desviar do processo legal que a Web Summit intentou contra este na Irlanda por violação do dever fiduciário, relacionado ao fundo Amaranthine”. “Aguardamos com expectativa futuras audiências, quando as questões de facto receberão a devida consideração”, adiantou a organização do evento.

Paddy Cosgrave acusado por cofundador da Web Summit de usar fundos da empresa para fins pessoais

O recuo no convite à Grayzone e os apelos de “altas figuras” para cancelar Chomsky em 2022

Pouco tempo antes do arranque do evento, no ano passado, a Web Summit foi alvo de contestação devido ao convite feito a nomes do Grayzone, um site gerido por um jornalista norte-americano acusado de propagar narrativas anti-governo da Ucrânia. Após as críticas, a organização da Web Summit retirou o convite. “Percebemos a reação de muitos à presença da Grayzone em Lisboa e prometemos ter uma abordagem a temas cruciais sobre a liberdade de expressão e plataformas tecnológicas com mais cuidado”, explicou a Web Summit num comunicado em outubro.

Na conferência de balanço da Web Summit, Paddy Cosgrave abordou o tema e referiu que alguns “jornalistas expressaram nojo” por a sua organização ter “censurado jornalistas” ao retirar o convite. Nessa ocasião, transmitiu a vontade de que a Web Summit fosse “a Suíça” e de ter “toda a gente na tenda”, mesmo que tenham pontos de vista diferentes.

Não foi só o site Grayzone a ser alvo de contestação. Também Noam Chomsky, que encerrou a edição do ano passado, foi alvo de críticas. “Vou dizer isto muito publicamente: algumas altas figuras tentaram cancelar [a participação] de Noam Chomsky. E dissemos ‘no way’ [nem pensar]” Lembrou que é importante começar a discutir “quais são os parâmetros aceitáveis” para o discurso, sublinhando que é importante “levar o assunto a sério”.

Chomsky usou tecnologia para falar na Web Summit mas não vê “uma única coisa” útil nos modelos de IA na linguística

A retirada de Israel e de vários oradores pelas declarações de Cosgrave sobre o conflito este ano

A polémica deste ano está ligada a comentários sobre os ataques do Hamas a Israel, a 7 de outubro. O principal rosto da cimeira dedicada à tecnologia e empreendedorismo escreveu no X que estava “chocado com a retórica e as ações de tantos líderes e governos ocidentais, com exceção em particular do governo da Irlanda”, país de onde é natural. “Os crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando cometidos por aliados e devem ser denunciados pelo que são”, escreveu.

Começaram a surgir críticas de vários nomes de nacionalidade israelita ligados ao mundo da tecnologia e cancelamentos de participações na edição deste ano. David Marcus, antigo executivo da Meta e da PayPal, criticou a postura “mal informada” do CEO da Web Summit, referindo que “poderia ter escolhido uma abordagem mais subtil, condenando estas atrocidades e pedindo moderação”.

No X e também na rede social LinkedIn, começaram a surgir publicações com hashtag “boycottWebSummit”. Dor Shapira, o embaixador de Israel em Portugal, anunciou que o país não vai participar no evento, explicando no X que considerou as declarações de Cosgrave como “ultrajantes”. Vários fundadores de empresas israelitas, que vinham a Lisboa para a edição deste ano, cancelaram a participação.

Ainda esta segunda-feira, Paddy Cosgrave escreveu uma publicação para tentar acalmar os ânimos. “Estamos todos devastados com as terríveis mortes e o número de vítimas civis inocentes em Israel e em Gaza. Condenamos os ataques do Hamas e apresentamos as nossas mais profundas condolências a todos os que perderam entes queridos. Esperamos que haja uma reconciliação pacífica”, escreveu, desta vez. Mais tarde, repetiu que não ia “ceder” e que “os crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando cometidos por aliados e devem ser denunciados pelo que são”.

Israel fora da Web Summit devido a “declarações ultrajantes” de Paddy Cosgrave sobre o conflito

Durante a manhã desta terça, Paddy Cosgrave partilhou que, mesmo com o boicote, tinham sido vendidos “mais bilhetes do que em qualquer outra segunda-feira de 2023” e que estava a ser “inundado” de mensagens de apoio.

Horas mais tarde, a Web Summit partilhou o pedido de desculpas de Paddy Cosgrave, já após ser conhecido que nomes como Garry Tan, da Y Combinator, ou Ravi Gupta, da Sequoia Capital, tinham cancelado a participação. Numa nota assinada pelo fundador, foram apresentadas desculpas àqueles que ficaram “magoados” e o esclarecimento de que, tal como o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, pretendia “exortar Israel, na sua resposta às atrocidades do Hamas, a não ultrapassar as fronteiras do direito internacional”.

Paddy Cosgrave diz que Web Summit vendeu “mais bilhetes do que em qualquer outra segunda-feira de 2023” após boicote de Israel

“Condeno, sem reservas, o repugnante e monstruoso ataque do Hamas de 7 de outubro. Apelo também à libertação incondicional de todos os reféns. Como pai, simpatizo profundamente com as famílias das vítimas deste ato terrível e lamento por todas as vidas inocentes perdidas neste e noutros conflitos”, afirma Paddy Cosgrave, que relembra que a Web Summit tem “uma longa história de parceria com Israel e as suas empresas tecnológicas”. “Lamento profundamente que esses amigos tenham ficado magoados com tudo o que eu disse. O meu objetivo é e sempre foi lutar pela paz.”

O Observador tentou perceber junto da organização da cimeira quantos oradores e participantes é que já recuaram na participação e se vão ser substituídos. Primeiro, a organização remeteu para o pedido de desculpas de Paddy. Após insistência, foi dito que a publicação do CEO “fala por si” e que “ele percebeu o impacto das suas palavras” – às questões, ficou apenas a garantia de que “há uma equipa de mais de 300 pessoas que estão a trabalhar para entregar um evento de classe mundial para todos os participantes em Lisboa este ano”.

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