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Sheera Frenkel e Cecilia Kang são jornalistas no The New York Times e têm acompanhado os principais escândalos do Facebook
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Sheera Frenkel e Cecilia Kang são jornalistas no The New York Times e têm acompanhado os principais escândalos do Facebook

Sheera Frenkel e Cecilia Kang são jornalistas no The New York Times e têm acompanhado os principais escândalos do Facebook

Zuckerberg e Sandberg "estão horrorizados pelos danos que o Facebook causou"

Não têm o Facebook instalado para proteger fontes e escreveram o bestseller que revela como Zuckerberg tomou decisões polémicas. Sheera Frenkel e Cecilia Kang querem que se saiba a "feia verdade".

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“Ugly Truth: Inside Facebook Battle for Domination” (em português, algo como “Uma verdade feia: Por dentro da batalha do Facebook pela dominação”), é o mais recente bestseller que revela os principais segredos das plataformas — Instagram e WhatsApp incluídos — lideradas por Mark Zuckerberg. O livro foi escrito por Sheera Frenkel e Cecilia Kang, duas jornalistas premiadas do The New York Times que têm acompanhado de perto a empresa. Em entrevista ao Observador, falam da “verdade feia” que revelam: o Facebook quer “conectar toda a gente a qualquer custo” e tornou-se “imparável”. Há consequências? Sim. E isso “horroriza” os líderes da empresa, afirmam.

O relato de centenas de páginas vai ser lançado pela editora Objetiva em português, em fevereiro, e conta como Mark Zuckerberg criou “uma das maiores empresas do mundo”. Para construirem o livro, as jornalistas obtiveram relatos de funcionários do Facebook e outras fontes próximas da empresa, o que lhes permitiu revelar que, mesmo nos momentos em que a existência da empresa levou a mortes, como no Myanmar, “não houve cuidado” na tomada de decisões. Além disso, Cecilia e Kang dizem que, apesar de terem contas nas plataformas de Zuckerberg, não instalam nos telefones as aplicações da empresa para proteger quem lhes conta estes segredos.

As autoras contam ainda como Sheryl Sandberg, que começou por fazer carreira na Google, é “crucial” para o Facebook ser rentável. Apesar disso, revelam que a relação não é o que era: “Já não há um número um e número dois a gerir a empresa, há um número um e vários a gerir”, dizem, citando uma fonte. Em entrevista, assumem também que Sandberg falou com as jornalistas numa fase inicial e em off the record, mesmo sem Zuckerberg querer prestar declarações. Contudo, como a chefe de operações da rede social não pôde controlar o que ia sair, tiveram de contar com os relatos que recolheram por outras vias.

"An Ugly Truth" foi lançado a 13 de julho deste ano pela Harper. A edição portuguesa é lançada em fevereiro

Há muitos livros sobre o Facebook e a mensagem parece ser sempre a mesma: é uma empresa que não é fidedigna. Contudo, enquanto outros apelidam Zuckerberg e Sandberg de serem “vilões dos tempos modernos”, vocês não o fazem.
Sheera (S): Penso que a palavra vilão tem um peso muito grande. Não tenho a certeza se algumas pessoas até associam a figuras tipo conto de fadas que são puramente más ou puramente boas. Acho que as pessoas são mais complicadas do que isso. Fizeram coisas e magoaram alguém? Tomaram decisões na empresa que levaram a que alguém fosse prejudicado? Sim. Porém, nenhum deles é uma pessoa que planeia fazer mal. Acho que, se falarem com os próprios, se falarem com pessoas perto deles, vão dizer que os dois estão horrorizados pelo danos que a empresa causou. Isso perturba-os. Não é algo que queriam. Não procuram magoar pessoas.

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É algo que também tentamos mostrar no livro. Os dois tomaram decisões que causaram danos. Ignoraram parte da empresa e do seu negócio. Por exemplo, quando estavam a fazer a investigação sobre a intervenção russa, se calhar, deviam ter prestado mais atenção à empresa de segurança que contrataram. Não tiveram cuidado com avisos sobre danos que estavam a ser feitos às pessoas, como no Myanmar. Uma situação a que, se calhar, deviam ter tido mais atenção. Mas acho mesmo que há uma diferença entre isso e propositadamente ter planos para fazer mal às pessoas.

Myanmar: Facebook denuncia bloqueio e apela ao restabelecimento da conexão

Cecilia (C): Apenas quero adicionar que não escrevemos este livro para mostrar uma conclusão muito fácil e direta sobre se as pessoas que lideram a empresa são heróis ou vilões, ou se a empresa é boa ou má. Quisemos mostrar como é que uma empresa mega poderosa, que tem um impacto enorme na sociedade, é por dentro. E como é que as pessoas que a lideram — Mark Zuckerberg e Sheryl Sandberg — tomam essas decisões. Esse era o nosso objetivo.

Têm contas de Facebook? E no WhatsApp e Instagram?
S: Ambas temos contas de Facebook que usamos tanto para trabalho como para a nossa vida pessoal. O Facebook é a maior rede social e ambas temos amigos e família em todo o mundo. Escrever este livro tornou-nos muito mais cientes da forma como usamos as nossas redes sociais e que tipo de informação nos sentimo confortáveis a pôr lá.

C: Acho que não se pode fazer notícias sobre uma empresa e uma tecnologia sem a usar e perceber completamente como funciona. Por isso, uso o Facebook, o Instagram e o WhatsApp.

No livro, escrevem sobre a altura em que “um grande número de funcionários” do Facebook tinha acesso direto a informações privadas de outras pessoas. É possível que isso ainda aconteça?
S: O incidente que descrevemos no livro aconteceu em 2015. Depois disso, o Facebook fez algumas alterações para os engenheiros não terem o mesmo tipo de acesso a informações. Há ainda um número pequeno de programadores no Facebook que têm esse acesso [a dados privados, como mensagens]. Contudo, agora é muito, muito controlo sobre quais os engenheiros informáticos que podem aceder a quê e há um registo sobre quando é que acedem. Não é tão propenso a abusos como era há cinco ou seis anos.

"Se eu fosse falar com uma fonte que fosse um funcionário do Facebook, e se tivéssemos os nossos telefones perto um do outro, esse seria um dos sinais para o quais a empresa olharia para saber se estivemos no mesmo sítio ao mesmo tempo. Assim, potencialmente descobririam quem era a nossa fonte."

No entanto, o Facebook como organização ainda faz um rastreio bastante grande de todos os milhares de milhões de utilizadores que usam as suas plataformas. Esse rastreio inclui geolocalização, se tiver o Facebook no smartphone e tiver a localização ligada. Têm dados muito precisos sobre onde é que está, onde é que vai e quais os lugares mais comuns onde se costuma deslocar. No WhatsApp não veem as mensagens, porque o WhatsApp é encriptado, mas podem ver que dois dispositivos estão a falar um com o outro. Por isso, se eu enviar mensagens à Cecilia 20 vezes por dia no WhatsApp, eles podem assumir que a Cecilia e eu falamos regularmente e temos uma ligação forte. Depois, podem comparar isso com os nossos perfis de Facebook, os de Instagram, e saber mais sobre nós. “Estas duas pessoas não falam só no WhatsApp várias vezes por dia, mas no Facebook tagam-se e partilham publicações uma sobre a outra no Instagram”, por exemplo. “Gostam das mesmas imagens” e, por isso, podem construir um retrato muito claro de uma vida através de todas estas apps.

“Os gostos no Instagram não medem o quanto somos amados”

Quando vão falar com uma fonte — uma base crucial para fazerem este livro –, e essa fonte só quiser falar pelo computador, o WhatsApp, que oferece mensagens encriptadas, é uma opção?
C: É importante essa pergunta sobre como é que falamos com as nossas fontes. Somos incrivelmente cuidadosas quando falamos com elas. Primeiro, não temos o Facebook instalado nos nossos telemóveis porque podem rastrear os dados de localização. Por exemplo: se fosse falar com uma fonte que fosse um funcionário do Facebook, e se tivéssemos os nossos telefones perto um do outro, esse seria um dos sinais para o quais a empresa olharia para saber se estivemos no mesmo sítio ao mesmo tempo. Assim, potencialmente descobririam quem era a nossa fonte. Seria mais fácil. Tentamos ser muito cuidadosas com a forma como utilizamos a tecnologia. Contamos com apps encriptadas fora da família de aplicações do Facebook, como o Signal. Não obstante, o que preferimos fazer principalmente são chamadas com pessoas e escrever as coisas em papel e em documentos encriptados.

“O Facebook é uma empresa controlada por uma só pessoa”

Porque é que é o vosso foco foi o Facebook e não a Google ou a Microsoft? Sheryl Sandberg veio da Google, é um produto dessa empresa, que deixou lema “Don’t be Evil” (Não sejam maus”).
C: São empresas muito diferentes. A funcionalidade principal do Facebook é a comunicação. Isso é diferente de procurar informação na internet, que é o que a Google faz. E é uma empresa diferente da Microsoft porque não está a fornecer serviços na nuvem e software e serviços para negócios ou pessoas. É uma ferramenta muito poderosa, está a conectar cada vez mais pessoas em todo o mundo nas comunicações do dia-a-dia de uma forma muito diferente das outras empresas tecnológicas. É mais parecida, por exemplo, com a primeira empresa de telefone que conectou o mundo. A Google, a Microsoft ou a Apple criam dispositivos.

Porquê o Facebook? Porque o Facebook é o reflexo daquilo que a nossa sociedade tenta ser e o que significa viver num mundo conectado. O Facebook está no centro dos escândalos de falhas de proteção de dados. Está no centro da desinformação e do debate sobre até onde deve ir a liberdade de expressão. Também é uma empresa idiossincrática na sua liderança. É estruturada de forma muito diferente dessas empresas, que têm conselhos de administração. O Facebook é uma empresa controlada por uma só pessoa, Mark Zuckerberg, e à volta dele está um grupo muito especifico de indivíduos que não mudou ao longo de muitos, muitos anos.

Sheera Frenkel é especializada em cibersegurança e Cecilia Kang em regulação e política

Beowulf Sheehan

S: Apenas quero realçar que o Facebook é a maior empresa. É uma das claras razões para nos focarmos neles e não noutras, isto quanto a organizações de redes sociais. Entre todas as apps, têm três mil milhões de utilizadores. Estabeleceram as bases daquilo que uma empresa de redes sociais deve ser e focámo-nos nisso.

Falaram do papel que Zuckerberg tem desde o início. No livro, referem o momento em que não aceitou a proposta de mil milhões de dólares da Yahoo. É isso que separa Mark Zuckerberg da maior parte das pessoas do mundo?
C: Humm…
S: (pausa) Desde o início, quando ainda ninguém pensava em dados e no poder que têm, Mark Zuckerberg estava já a pensar nisso. Penso que uma das coisas que o tornou tão bem sucedido é que percebeu o quão poderosos os dados são e focou-se nisso acima de fazer dinheiro. Pensou apenas: como é que consigo ter muitas pessoas no Facebook durante muito tempo o mais rapidamente possível? E ele sabia que o resto viria depois. Mark Zuckerberg também percebeu a importância de ser o primeiro a chegar ao mercado e de fazer crescer esta empresa o mais rapidamente possível. Todos iriam querer ter o maior número de dados possível. E, corretamente, assumiu que, se tivesse muitas pessoas no Facebook rapidamente, isso obrigaria todas as outras a juntarem-se. E, sim, acho que era extremamente confiante nos seus 20 anos e na capacidade de ser bem sucedido, enquanto outros adolescentes simplesmente aceitariam o dinheiro e teriam ido fazer outra coisa. Mark Zuckerberg, mesmo quando era adolescente, era muito confiante nas suas capacidades e extremamente competitivo e isso distinguiu-o e deu-lhe o seu sucesso inicial.

Se estivessem a liderar o Facebook em 2007, sabendo o que sabem hoje, aceitariam essa proposta?
C: Acho que não consigo responder a essa pergunta. Não sou uma gestora de negócios. Não sei dizer se foi ou não uma boa ideia. Mas a verdade é que, apesar de todos os seus gestores de topo se terem demitido devido à sua decisão de não aceitar a proposta da Yahoo, e com todos os investidores do Facebook a dizer que devia aceitá-la e ir-se embora, decidiu não aceitar. Isso mostrou um tremendo sentido de confiança nele mesmo.

Também foi um momento crucial porque ficou mais confiante. De muitas formas, isso mostrou-lhe que podia confiar nos seus instintos. Apesar de dizer que foi um dos seus piores momentos, foi uma boa decisão de negócios. Se se estiver a tentar medir o sucesso de uma empresa, foi a decisão certa graças à sua capacidade, ambição e à sua visão para a organização. Ninguém pode argumentar que o Facebook não é um sucesso.

"Apesar de todos os seus gestores de topo se terem demitido devido à sua decisão de não aceitar a proposta da Yahoo, e com todos os investidores do Facebook a dizer que devia aceitá-la e ir-se embora, decidiu não aceitar."

No livro, referem muito o papel de Sheryl Sandberg. A líder de operações do Facebook é ainda crucial? Se não fosse Sandberg, Zuckerberg teria tido um modelo de negócio que é “imparável no seu crescimento”?
S: Claramente teve um papel crucial em tornar o Facebook rentável e a criar uma estrutura para o lado de negócios da empresa. Se se olhar só para o Facebook do ponto de vista de negócios, é uma empresa incrivelmente lucrativa e rentável. Os seus investidores estão muito contentes. Pode-se argumentar que, pelo menos desse ponto de vista, Sandberg continua a ser importante e é a pessoa que criou esse modelo.

Revelam que a relação pessoal de Zuckerberg e Sandberg está com problemas. O que é que isso significa para o futuro do Facebook?
C: Acho que é muito importante perceber que, apesar de as relações entre dois ter mudado drasticamente, e de as responsabilidades da Sheryl Sandberg terem sido reduzidas de certa forma, ela continua a ser muito importante e respeitada. É devido a uma coisa em específico: a empresa, como um negócio que faz dinheiro, é muito bem sucedida. Pode dar-se a Sheryl Sandberg grande parte do crédito disso. É conhecida internamente como muito importante para a rentabilidade e a monetização do Facebook e continua a sê-lo. Contudo, quanto ao papel que tinha — de ser uma pessoa em quem Mark Zuckerberg confiava plenamente para estratégias, políticas, comunicação e aconselhamento –, perdeu alguma dessa confiança.

Os dois ainda se encontram todas as semanas — às segundas e sextas-feiras [no livro é explicado que essa foi uma das regras que Sandberg exigiu para ir para a empresa] — e falam, como têm feito desde 2008. Têm uma relação profissional muito forte. Porém, o que estamos a ver agora é uma empresa que é muito maior, e alguns executivos também se expandiram. Nas palavras de um deles: “Já não há um número um e número dois a gerir a empresa, há um número um e vários a gerir”. Sendo que o “vários” é a Sheryl Sandberg e outros executivos que trabalham para Mark Zuckerberg.

Mesmo com todos os problemas, como o caso do Myanmar, o Facebook ainda quer “conectar as pessoas a todo o custo” e tem um “algoritmo que se tornou demasiado poderoso e lucrativo”. Há alguma coisa que se possa fazer quanto a isso?
S: Acho que há muitas coisas que as pessoas e a sociedade podem fazer e que não têm a ver diretamente com o Facebook. Há países que estão a criar leis que forçam o Facebook a ser mais responsável em temas como o discurso de ódio e a desinformação. Há também um papel que os governos têm em educar as pessoas sobre como utilizar o Facebook de forma responsável. Há países, como a Letónia e a Estónia, nos quais as pessoas são ensinadas na escola sobre desinformação, como fazer fact-check de temas na internet e como partilhar informação de forma responsável.

Os EUA têm tentado legislar sobre essas matérias e podem fazê-lo, mas o que é que países mais pequenos, como Portugal, podem fazer?
S: Creio que um dos grande problemas do Facebook é quanto ao número de países onde foi lançado tão rapidamente sem suporte no terreno. Já ouvimos de muitas pessoas em todo o mundo a queixa de que o Facebook não tem escritórios nesses países. Em África, na América do Sul ou na Ásia.

O Facebook, especificamente Mark Zuckerberg, teve como prioridade trazer os “próximos mil milhões de utilizadores”, como apelidou. Isso significou expandir para muitos países e línguas tão rapidamente quanto era possível. Ao escalar tão rapidamente, não investiram tempo em criar escritórios em cada país. Como muitos argumentam, também não têm moderadores de conteúdos que falem a língua local. Acho que isso é muito problemático. Há pressão de pessoas em todo o mundo para o Facebook ser melhor. Acho que essa pressão no Facebook criou alguns resultados. No Myanmar e no Sri Lanka, por exemplo, foi obrigado a alocar recursos. Provavelmente não o suficiente. Pessoas nesses países dirão que não é o suficiente. Mas dedicaram mais recursos.

"O Facebook, especificamente Mark Zuckerberg, teve como prioridade trazer os "próximos mil milhões de utilizadores", como apelidou. Isso significou expandir para muitos países e línguas tão rapidamente quanto era possível."

As duas vivem em dois fusos horários diferentes, três horas de diferença, e em cidades bastante distantes (São Francisco e Nova Iorque). Quais os principais desafios que encontraram ao fazer este livro?
C: A Sheera e eu estamos muito habituadas a trabalhar juntas no The New York Times. O livro surgiu de uma história que escrevemos em novembro de 2018. Foi nessa altura que começámos a treinar trabalhar juntas, apesar de estarmos tão distantes. A divisão de trabalho foi natural. A Sheera é especializada em cibersegurança, eu em regulação e política. É com estas lentes que olhamos para o setor da tecnologia. As nossas fontes são diferentes e a nossa abordagem a cada tópico é um pouco diferente. Às vezes, foram só precisos cinco minutos para decidir quem é que escrevia o quê e quem é que noticiava outra coisa. Mesmo assim, implicou falarmos a toda a hora. Estávamos ao telefone sempre. Utilizámos muito documentos partilhados. Mas não foi assim tão desafiante quanto pode parecer. Já estávamos habituadas.

“A Sheryl Sandberg aceitou reunir-se connosco off the record

Pediram alguma declaração a Mark Zuckerberg ou a Sheryl Sandberg para o livro?
S: Falámos com o Facebook logo no início do processo e pedimos entrevistas com os dois. Pedimos inúmeras vezes e foi-nos sempre dito que Mark Zuckerberg não estava interessado em participar. Já Sheryl Sandberg aceitou reunir-se connosco off the record e apenas para ouvir mais sobre o projeto do livro. Contudo, acho que o Facebook está muito habituado a controlar a sua imagem e Sheryl Sandberg, especificamente, está também muito habituada a isso. Quando ficaram a saber que este não seria o tipo de projeto que poderiam controlar e que não poderíamos fazer coisas como enviar o livro previamente para verem, disseram-nos que Sheryl Sandberg não ia falar connosco.

Este livro poderá ser a base para uma sequela do filme “A Rede Social”, que mostra um lado mais negativo da empresa?
C: (risos)
S: Estamos muito orgulhosas do nosso livro porque relatamos minuciosamente o que aconteceu e, ao mesmo tempo — esperamos–, é uma leitura fluida, com uma boa narrativa e personagens cativantes que funcionam bem no papel e funcionariam bem noutros media. Estamos abertas ao que vier a seguir e muito orgulhosas daquilo que fizemos.

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