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MIGUEL A. LOPES/LUSA

MIGUEL A. LOPES/LUSA

José Luís Carneiro sobre eleições autárquicas: "Comigo, até hoje, não houve qualquer diálogo"

Disponibilizou-se para ser testado enquanto candidato mas a direção do PS ainda não o convocou para o embate eleitoral. Já sobre as presidenciais, José Luís Carneiro pede que se "evitem precipitações"

Foi o autor da proposta para conceder honras de Panteão Nacional a Eça de Queiroz. Ex-presidente da Câmara de Baião, município que acolhe a freguesia de Santa Cruz do Douro, onde fica a Fundação, José Luís Carneiro viu a iniciativa no Parlamento ser aprovada por unanimidade em 2021, revela ter sido “apanhado de surpresa” com o diferendo entre os descendentes do escritor, mas não esconde a satisfação por tudo ter corrido pelo melhor.

Em entrevista ao Observador, no programa “Sofá do Parlamento”, o antigo ministro da Administração Interna e candidato à liderança do PS — contra Pedro Nuno Santos –, fala ainda sobre o tema do momento: as eleições presidenciais. Diz que é tempo de “aguardar pelas hipóteses” e tempo para as “hipóteses se confirmarem”. Apesar de ter sido próximo de António José Seguro, quando este era secretário-geral do PS, não declara para já apoio. Devem ser “evitadas precipitações”, diz.

Já sobre as eleições autárquicas, José Luís Carneiro diz que “até hoje” ninguém da direção do PS o desafiou para uma candidatura e, depois de se ter disponibilizado para ser testado como candidato à Câmara Municipal do Porto, não recebeu qualquer feedback. Agora, limita-se a desejar “felicidades” ao “camarada Manuel Pizarro”.

[Ouça aqui O Sofá do Parlamento com José Luís Carneiro]

José Luís Carneiro sobre apoiar António José Seguro? “Devemos evitar precipitar-nos”

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Este processo da trasladação de Eça de Queiroz fica manchado pelo diferendo entre descendentes?
O que se consuma agora é a vontade expressa de uma maioria da família que devemos respeitar. Na altura, fui contactado pelo atual presidente da Fundação Eça de Queiroz, o escritor Afonso Reis Cabral, dando-me conta dessa vontade da família. O que fiz foi tratar de elaborar a proposta de resolução da Assembleia da República e de poder articular e dar conhecimento dessa intenção a vários dos responsáveis. Fui também, na altura, informar outros responsáveis institucionais e promover o diálogo com os partidos políticos, que veio a culminar numa unanimidade nessa decisão. Claro está que, quando foi colocada a questão, estávamos longe de vir a saber que havia uma parte da família que discordava dessa decisão.

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Foi apanhado de surpresa? 
Em certa medida, sim. Contudo, veio a verificar-se que uma maioria da família consuma essa vontade e, por outro lado, julgo que o Estado português e a sociedade portuguesa cumprem o dever de reconhecer Eça de Queiroz com honras de Panteão. Ou seja, reconhecer o Eça como uma das maiores referências literárias do nosso país, onde figuram Camões ou Fernando Pessoa. É sempre um orgulho para o país e também para o município, uma região com a qual ele teve uma relação muito profunda, ver reconhecido este estatuto a Eça.

No entanto, os descendentes que discordam desta trasladação apontam alguns textos e excertos de Eça de Queiroz, que indiciam que o escritor quereria ficar em Santa Cruz do Douro, a terra que inspirou Tormes. Não faz também essa interpretação?
A mim não me competem essas análises. São assuntos que dizem respeito estritamente à família.

Mas o trabalho da Fundação Eça de Queiroz não fica menorizado com o conselho do escritor da região?
No meu entender não. Aliás, em momento algum, o trabalho de promoção literária, de defesa e promoção da obra, da herança e do próprio espólio do Eça de Queiroz, que está preservado na Fundação, toda a sua atividade cultural, as atividades de formação, didáticas e pedagógicas realizadas com as escolas de todo o país, foi sempre um trabalho que, fundamentalmente, dependeu muito da liderança de quem esteve à frente da instituição. Aqui cabe uma recordação com muita saudade da Maria da Graça Salema de Castro, que foi casada com o neto de Eça de Queiroz e que chegou a ser presidente da Câmara Municipal de Baião. Ela foi, de facto, uma líder que permitiu erigir uma obra material em torno de uma dimensão imaterial da literatura e da cultura.

Tendo sido também presidente da Câmara de Baião, acha que a região e a população entendem estas honras de Panteão Nacional como um agradecimento? Ou, mais uma vez, entra naquela lógica de que estamos a retirar algo a uma terra mais pequena para colocar em Lisboa?
Vamos imaginar que agora o nosso escritor António Mota, a quem desejamos uma vida longa, vem também a ser reconhecido como uma personalidade com distinção de Panteão Nacional. Ou outras personalidades cujo percurso, história e contributo para o país se venha ainda a descobrir. O facto de isso acontecer, é sempre algo que enaltece um território, uma cultura, uma comunidade e uma região.

"Candidatura ao Porto? A decisão está tomada. Mais nada me cumpre a dizer nesta fase e o que formulo são votos das maiores felicidades para a escolha que foi feita e para o meu camarada, Manuel Pizarro" 

“Seguro? Devemos evitar precipitar-nos relativamente a hipóteses”

Sobre a atualidade política. O país acelerou o calendário presidencial, já são muitos os nomes apontados. José Luís Carneiro foi próximo de António José Seguro, que está abertamente a refletir sobre uma candidatura. É um nome que merece o apoio do PS?
O mais importante é deixar que se forme a vontade dos que querem e sentem ter um apelo íntimo e uma vontade própria para se habilitarem às funções de Presidente da República. Haverá tempo para apreciar o perfil das candidaturas e depois o PS e o seu secretário-geral terão que apreciar e certamente discutir o assunto nos órgãos do partido. É importante atender muito ao perfil. Do meu ponto de vista, mais do que discutir as personalidades, é mais importante conhecer o que é o pensamento dessas personalidades, o que defendem no plano político sobre questões que se colocam ao futuro do nosso país. Os desafios da demografia, como veem as questões da pobreza e das desigualdades, como é que o país na sua política externa vai cumprir os compromissos internacionais, no quadro do reforço da Defesa comum europeia.

E o secretário-geral devia antecipar-se para tentar evitar uma divisão no partido, como aconteceu no passado?
Não me compete a mim estar agora a pronunciar sobre os tempos e os modos da decisão, particularmente num momento em que há dois grandes desafios com que estamos confrontados, as autárquicas e também as presidenciais. Tenho para mim a firme convicção de que o secretário-geral está a fazer a sua avaliação, a sua ponderação em relação a estes dois desafios estratégicos e o que posso reafirmar é a minha total disponibilidade para cooperar e colaborar no objetivo de termos um grande resultado nas eleições autárquicas, temos a ambição para termos um grande resultado nessas eleições e também para vencermos as  presidenciais.

Se António José Seguro avançar, José Luís Carneiro será um apoiante declarado?
Deveremos evitar precipitar-nos relativamente a hipóteses. Primeiro, é preciso que as hipóteses se confirmem e, depois das hipóteses se confirmarem, será momento para avaliarmos e tomarmos decisões. Mas sempre também em respeito pelas orientações do PS.

"Como digo, até hoje, sobre eleições autárquicas não houve qualquer diálogo. Não posso estar a pronunciar-me sobre uma matéria que compete estritamente aos órgãos e à direção do partido"

“Até hoje ninguém falou comigo sobre eleições autárquicas”

Falou de autárquicas. Recentemente, Pedro Adão e Silva desafiou, em jeito provocador, Pedro Nuno Santos a ser candidato em Lisboa. O PS está a atrasar-se a apresentar candidatos?
Pelo que tenho visto, estamos até adiantados em relação a outros. No caso de Lisboa, parece que há neste momento uma avaliação das diferentes possibilidades. Mas, por exemplo, já foram apresentados os candidatos no Algarve. No sábado, serão apresentados os candidatos no distrito de Braga. Há um timing e um modo, um método que compete ao secretário-geral, sobre o qual não me quero estar a pronunciar. O que sempre defendi foi que, antes da escolha e do anúncio dos candidatos, deveríamos ter convenções autárquicas. Se não for antes pode ser depois. Mas termos convenções autárquicas de nível regional para estabelecer as grandes orientações políticas do partido para as eleições autárquicas e também que as orientações sejam construídas com os próprios intérpretes, que têm que se articular com as prioridades políticas do país e da União Europeia.

Mostrou disponibilidade para ser testado como candidato ao Porto. A escolha foi Manuel Pizarro. Fica magoado por não ter sido considerado pelo PS?
Já disse o que tinha que dizer sobre essa matéria. A decisão está tomada. Mais nada me cumpre a dizer nesta fase e o que formulo são votos das maiores felicidades para a escolha que foi feita e para o meu camarada, Manuel Pizarro.

Mas a porta está aberta para outra autarquia?
Como digo, até hoje, sobre eleições autárquicas, não houve qualquer diálogo. Não posso estar a pronunciar-me sobre uma matéria que compete estritamente aos órgãos e à direção do partido.

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