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JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

O esquema de segurança para receber Zelensky, um dispositivo só comparável ao de visitas de Presidentes dos EUA

Meios utilizados na visita serão seguramente superiores aos empenhados em visitas de chefes de Estado internacionais com grau de ameaça elevado. Todas as valências da UEP da PSP devem entrar em ação.

O Presidente da Ucrânia chegará a Lisboa no início da próxima semana, terça ou quarta-feira, e até lá as autoridades vão por em marcha um esquema de segurança pouco comum em Portugal. O Observador sabe que os meios utilizados nesta visita serão seguramente superiores aos empenhados em visitas de chefes de Estado internacionais com grau de ameaça elevado, como Lula da Silva, por exemplo. A visita de Volodymir Zelensky será comparável em termos de segurança, por exemplo, à de um Presidente dos Estados Unidos.

A visita de Zelensky à Península Ibérica deverá começar por Espanha, na próxima segunda-feira, dia 27 de maio, avançam a televisão Cadena SER e o El Mundo, seguindo para Portugal. Recorde-se que esta visita chegou a ser anunciada a 13 de maio para acontecer nos dias seguintes, mas acabou adiada, com por conta da situação da linha na frente em Kharkiv.

Corpo de segurança pessoal da PSP e posicionamento tático repartido entre PSP e GNR

O Observador sabe que desde o momento em que aterrar até ao momento em que sair de território nacional, Zelensky contará com o acompanhamento próximo de agentes de corpo de segurança pessoal da PSP — independentemente da zona do país onde estiver.

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Já o posicionamento tático e fixo -- como os snipers -- nos locais que irá visitar, assim como nos trajetos, será da responsabilidade ou da PSP ou da GNR, consoante a área territorial.

Já o posicionamento tático e fixo — como os snipers — nos locais que irá visitar, assim como nos trajetos, será da responsabilidade ou da PSP ou da GNR, consoante a área territorial. Esta sexta-feira, as autoridades não conheciam ainda ao detalhe a agenda do Chefe de Estado ucraniano nas horas que passará em território nacional.

Ao Observador, uma fonte conhecedora do planeamento explicou mesmo que num caso como estes é sempre feita uma “coordenação e recolha de informação de relevo para determinar o grau de ameaça que depois aumenta ou diminui o empenhamento operacional feito pelas forças de segurança”. Ainda que o Observador não tenha conseguido detalhes sobre o grau definido pelo Serviço de Informações, o certo é que tanto do lado da GNR, como do lado da PSP, o trabalho de preparação já começou.

[Já saiu o segundo episódio de “Matar o Papa”, o novo podcast Plus do Observador que recua a 1982 para contar a história da tentativa de assassinato de João Paulo II em Fátima por um padre conservador espanhol. Ouça aqui o primeiro episódio.]

Coordenação com espanhóis e ucranianos no rescaldo de grandes eventos

A preparação começa muito antes da chegada de Zelensky a Lisboa — que horas antes da sua visita recebe eventos de grandes dimensões, como os concertos de Taylor Swift, no Estádio da Luz, e a Taça de Portugal, no Jamor, e que exigiram grandes dispositivos de segurança, sobretudo da PSP.

O Observador sabe que haverá uma coordenação com as autoridades espanholas, dado que Zelensky estará nas horas anteriores no país vizinho. Mas sobretudo com as forças ucranianas que garantem a sua segurança.

A articulação com o corpo de segurança pessoal ucraniano é feita a montante, havendo mesmo equipas que vêm antecipadamente fazer o reconhecimento dos locais onde o Presidente da Ucrânia estará. Isso estava, aliás, já previsto na primeira visita, que foi cancelada.

Todas as valências da UEP da PSP deverão entrar em ação, como na visita do Papa

Ao que o Observador apurou, ainda que oficialmente esta polícia se tenha remetido ao silêncio, na PSP todas as valências da Unidade Especial de Polícia serão empenhadas, ou seja, o Corpo de Intervenção, o Grupo de Operações Especiais, o Corpo de Segurança Pessoal, o Centro de Inativação de Explosivos e Segurança em Subsolo e o Grupo Operacional Cinotécnico. E entrarão em ação algumas valências do dispositivo territorial.

A última vez em que foram empenhadas todas as valências da UEP, foi durante a Jornada Mundial da Juventuda, durante a permanência do Papa Francisco em território nacional -- e é algo que não acontece com todos os chefes de Estado.

A última vez em que foram empenhadas todas as valências da UEP, foi durante a Jornada Mundial da Juventuda, durante a permanência do Papa Francisco em território nacional — e é algo que não acontece com todos os chefes de Estado. Além dos meios desta unidade, o Observador sabe que, do dispositivo territorial, haverá a intervenção da Divisão de Trânsito, para o desembaraçamento de trânsito, e policiamento fixo com segurança de área e perímetro nos locais visitados por Zelensky.

Isto significa mais meios, esclarece uma fonte policial que pediu anonimato, do que os que foram empenhados durante a visita oficial de Lula da Silva. “É das visitas oficiais das que tem uma complexidade na operação policial mais elevada”, acrescenta a mesma fonte. Só equiparável a uma visita de um Presidente dos EUA ou de Israel, acrescenta outra.

No decurso das deslocações, além do corte de estradas e da utilização de batedores, para garantir deslocações muito rápidas, poderá haver ainda uma “esterilização”, ou seja, um varrimento, com equipas de reconhecimento nos locais que serão visitados.

Esta sexta-feira, o Observador questionou o Ministério dos Negócios Estrangeiros português sobre esta visita, que disse não comentar “qualquer deslocação do Presidente da Ucrânia” ao país.

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