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Vladimir Putin com o chefe do FSB, Alexander Bortnikov

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Vladimir Putin com o chefe do FSB, Alexander Bortnikov

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Os erros dos serviços de informações russos que podem ter causado sucessivas derrotas a Putin na Ucrânia

Serviços de informações russos validaram a opinião de Putin de que ofensiva na Ucrânia seria um êxito. Mas Kremlin foi depois confrontado com realidade distinta — e com derrotas no campo de batalha.

A conquista de Kiev em pouco tempo, o assassínio do Presidente ucraniano e o exército russo a ser recebido de braços abertos pela população ucraniana que manifestava um desejo de ser “libertada” do regime de Volodymyr Zelensky. No dia 24 de fevereiro de 2022, seriam estas as convicções do Presidente russo, quando decidiu invadir o país vizinho. Contudo, as expectativas do Kremlin foram rapidamente defraudadas, cabendo grande parte da responsabilidade aos serviços de informações, nomeadamente ao FSB (Serviço Federal de Segurança). “Desinformaram Putin de várias maneiras, o que levou a um falhanço desastroso no início da operação militar especial”, diz ao Observador Marina Miron, investigadora na área da defesa e segurança no King‘s College London. Erros deste género têm acontecido durante o conflito e poderão voltar a repetir-se num futuro próximo, no momento em que a Rússia está concentrada em Bakhmut, ao mesmo tempo que a Ucrânia estará a concretizar os primeiros ataques no sul do país.

Antes do início do conflito, Vladimir Putin “tinha a sua própria ideia da Ucrânia”, avaliando o país como fraco e submisso. E os serviços de informações corroboraram a opinião do Presidente russo, “mesmo que essa não tivesse sido a sua perceção” sobre qual era realidade política, social e militar da Ucrânia antes da invasão de há um ano. “Não tiveram coragem de o contrariar”, aponta Marina Miron, acrescentando que os dirigentes do FSB foram aqueles que aconselharam Putin antes da invasão, superando “inclusive as propostas do Ministério da Defesa”.

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As falhas dos serviços de informações foram preponderantes para algumas derrotas russas. Apesar de não ter sido devidamente aconselhado, Vladimir Putin viu a Rússia apoderar-se de oblasts ucranianos como Kharkiv ou Kherson, devido à supremacia inicial das tropas de Moscovo. No entanto, nos meses que se seguiram, as forças russas voltaram a perder aqueles territórios. Kharkiv foi tomada por Kiev na sequência de uma contraofensiva fulminante e eficaz; Kherson foi recuperada depois de sucessivos avanços das forças de Kiev no sul da Ucrânia.

No caso de Kharkiv, a operação de contra-informação de Kiev parece ter funcionado na perfeição. Nas semanas anteriores, os responsáveis ucranianos foram libertando publicamente sinais que indicavam estar em marcha uma grande ofensiva para a reconquista de território no sul daquela região. A Rússia posicionou-se e preparou-se para responder à chegada do combatentes ucranianos, sem nunca perceber que, na verdade, os homens de Zelensky estavam de mira apontada à zona mais a norte de Kharkiv. Em apenas três dias, mais de um terço da região voltava a estar sob controlo das forças ucranianas. O comando russo parece ter sido apanhado completamente de surpresa pela estratégia, sem capacidade de antecipar os verdadeiros planos do adversário.

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Não foi, por isso, apenas a falta de eficácia dos serviços de informações russos ao longo do conflito que ditou algumas derrotas para a Rússia. Para isso, também contribui o empenho do SBU (Serviço de Segurança da Ucrânia), entidade que tem sido fortemente apoiada pelo Ocidente. Por exemplo, aquando dessa tomada de todo o oblast de Kharkiv, em setembro de 2022, o Pentágono indicou que os Estados Unidos colaboraram de perto com a Ucrânia para a sua conquista: “Facilitámos-lhes informações que lhes permitiram realizar as operações militares.”

Neste momento do conflito, o Ocidente e a Ucrânia anunciaram que Kiev está a preparar uma contraofensiva que deverá começar nos próximos tempos. Simultaneamente, a Rússia estará a começar uma nova ofensiva, tendo como prioridade inicial a tomada de Bakhmut. A ação dos serviços de informações dos dois lados em conflito será fundamental para o bom desempenho das forças militares nas próximas etapas da guerra. Marina Miron diz que Moscovo aprendeu algumas “lições” com os erros do passado, mas Kiev continua a contar com o apoio de países como os Estados Unidos e o Reino Unido.

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Dizer a Putin “o que ele quer ouvir”: as falhas dos serviços de informações russos na Ucrânia

Os momentos que antecederam o início do conflito de larga escala foram marcados por uma série de falhanços dos serviços de informações russos. Marina Miron exemplica que o FSB não revelou a Vladimir Putin “as reais capacidades” das Forças Armadas ucranianas, tendo chegado mesmo a desvalorizá-las. O Presidente russo viu validada a sua opinião de que a conquista da Ucrânia não demoraria muito tempo a materializar-se e que a derrota das forças de Kiev seria relativamente fácil para as tropas russas. “O FSB pode ainda ter dado a ideia a Putin de que os russos seriam recebidos de braços abertos”, prossegue a especialista.

Além disso, o Presidente russo terá querido terminar com o regime de Volodymyr Zelensky, preparando um golpe de Estado que permitiria colocar na presidência da Ucrânia um chefe de Estado pró-russo. A especialista britânica ouvida pelo Observador acredita que um dos principais aliados de Vladimir Putin na Ucrânia, Viktor Medvedchuk (que foi capturado pelas forças ucranianas e que vive atualmente na Rússia, após uma troca de prisioneiros entre os dois países), esteve envolvido nesta operação e “terá ajudado” os serviços de informações russos, ainda que Marina Miron ressalve que as indicações transmitidas pelos serviços russos a Putin “não correspondiam à realidade” e acabaram mesmo por prejudicar Moscovo no teatro de operações.

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FSB disse a Putin que ofensiva seria um sucesso

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Contudo, “mesmo que os serviços de informações encarregues de aconselhar o Presidente russo tivessem uma ideia distinta”, dificilmente arriscariam contrariar as opiniões de Vladimir Putin, defende Marina Miron.

Philip Davies, diretor do departamento de Estudos de Segurança na Universidade de Brunel, em Londres, e Toby Steward, docente universitário na mesma instituição de ensino superior, defendem uma tese semelhante. Mas acrescentam outra camada a esta teoria. Num artigo de opinião divulgado no think tank britânico Royal United Services Institute, os especialistas explicam que “a cascata de falhanços dos serviços de informações em todos os níveis de comando” deve-se, não apenas ao reporte de algumas informações ‘suavizadas’ — para não contrariar abertamente a análise da realidade já interiorizada pelo líder —, mas também devido a uma falha de análise e avaliação da informação por parte do próprio Kremlin.

“Os regimes autoritários têm frequentemente um mau desempenho no que diz respeito à estratégia”, referem os dois especialistas, que sublinham um paradoxo — é que, por muito que países como a Rússia “possam investir fortemente em ações de espionagem e na recolha de informações confidenciais”, são “tipicamente maus a analisá-las e avaliá-las”.

“Em parte, isso acontece porque existe um viés institucional para a espionagem, que negligencia a análise, por conta da pressão que existe em dizer aos autocratas aquilo que eles querem ouvir”, sustentam Philip Davies e Toby Steward, na linha dos argumentos apresentados por Marina Miron. Neste caso, os dirigentes do FSB preferiram reforçar aquilo que seria uma visão pré-estabelecida por Vladimir Putin, porque queriam agradar ao líder russo. Segundo os dois especialistas, quem ousasse discordar da opinião do Presidente poderia mesmo sofrer “riscos pessoais e profissionais”.

"Existe um viés institucional para a espionagem que negligencia a análise, por conta da pressão que existe em dizer aos autocratas aquilo que eles querem ouvir"
Philip Davies, diretor do departamento de Estudos de Segurança na Universidade de Brunel em Londres, e Toby Steward, docente universitário na mesma instituição de ensino superior

Mas, depois, os dois especialistas sustentam uma tese complementar que ajuda a explicar as inconsistências na análise de informações em regimes autocráticos como a Rússia. Davies e Steward defendem que líderes como Vladimir Putin, que possuem um grande poder e controlam todo o aparelho político, confiam mais na sua opinião e no seu julgamento da situação do que propriamente na dos serviços de informações. “Ignoram a verdade mesmo quando alguém se atreve a dizê-lo”, concluem os dois especialistas do Reino Unido. Um dado ainda mais relevante quando o próprio líder russo, assim como uma parte considerável da sua entourage política, terem um passado profissional umbilicalmente ligado aos serviços de informações.

O papel do FSB na Rússia e na Ucrânia

Os serviços de informações russos estão divididos em três organizações. Uma delas é o FSB, que aconselhou o Presidente russo na guerra da Ucrânia; outra é o SVR, o Serviço de Informações Externo. Antes da dissolução da União Soviética, os dois estavam debaixo do guarda-chuva da KGB, acabando por ser separados e passando a operar como organismos independentes. Há ainda o GRU — o serviço de informações pertencente ao Ministério da Defesa, que não sofreu alterações desde a época soviética.

O SVR foi a entidade que herdou toda a estrutura do primeiro diretorado da KGB — considerado um serviço de elite na altura da URSS e para onde eram (e são) enviados os melhores quadros. A sua função passava (e passa) por recolher informações confidenciais de vários países fora da órbita da União Soviética, tais como os Estados Unidos, França ou China.

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Edifício do FSB em Moscovo

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Por seu turno, o FSB ficou responsável por outra das missões da KGB, a de preservar a segurança interna do país. Mas a atuação do segundo diretorado da KGB não ficava limitada à Rússia — também tinha como função recolher informações de países que faziam parte da União Soviética, tais como a própria Ucrânia e países hoje independentes como a Moldávia, o Cazaquistão ou a Estónia, e também por aqueles que estavam na zona de influência soviética na Europa, como a Hungria, a Checoeslováquia e a Polónia.

Atualmente, o FSB continua a desempenhar um papel primordial na recolha de informações em países que faziam parte da União Soviética e que ainda não entraram na NATO, tais como o Cazaquistão, a Geórgia ou a Ucrânia. 

Não cabe, portanto, ao SVR — considerado o serviço de elite na Rússia — a missão de recolher informações sobre a guerra na Ucrânia. Só no final de setembro de 2022 Sergey Naryshkin, diretor desta entidade dos serviços de informações russos, admitiu que o SVR passará a obter “informações operacionais e táticas” em território ucraniano, procurando dar um contributo para a “vitória no campo de batalha”. 

A mudança e a perda de confiança de Putin

O FSB ainda continua a recolher informações confidenciais na Ucrânia, mas Vladimir Putin “castigou” a entidade pelo mau desempenho na guerra contra Kiev logo em maio, quando tinham passado pouco mais de dois meses sobre o início da invasão. Marina Miron sinaliza que, a partir desse mês, o GRU começou a ganhar preponderância. A expectativa do líder russo era a de que o departamento dos serviços de informações do Ministério da Defesa conseguisse “virar a corrente” na guerra, mas isso acabou por não acontecer.

Desde que o GRU assumiu as rédeas da recolha de informações na Ucrânia, “houve uma série de contratempos no campo de batalha”, recorda Marina Miron, como aconteceu com os reveses da Rússia em regiões como Kharkiv e Kherson. Contudo, as perdas russas não se deveram somente à atuação ineficaz dos serviços de informações militares. A especialista britânica salienta que foram aprendidas várias lições do que correu mal no início da guerra, mas continua a ser difícil colocá-las em prática, “especialmente devido à falta de tomada de decisão no campo de batalha”.Tem havido, por conseguinte, uma falha na operacionalização das ordens emanadas quer das altas patentes quer dos serviços de informações russos.

Marina Miron ressalva ainda que nem tudo correu mal ao GRU durante o conflito. “No domínio cibernético, a sua atuação tem sido evidente e tem tido êxito. Conseguiu causar transtornos”, exemplifica, frisando tamém que os serviços de informações do Ministério da Defesa russo fizeram um “trabalho decente” ao “garantir que não houvesse uma vaga de deserções ou traições entre os soldados”.

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Igor Kostyukov é o líder do GRU

Anadolu Agency via Getty Images

Mais recentemente, a especialista britânica considera que a Rússia voltou a conseguir impor-se no campo de batalha, mais concretamente em Bakhmut, deixando de lado a postura mais defensiva que mantinha desde julho de 2022. Mas Marina Miron não associa essa postura mais ofensiva de Moscovo aos serviços de informações, resultando, antes, de uma combinação de fatores.

Em primeiro lugar, o inverno e os “ataques russos contra infraestruturas civis” ucranianas levaram a  uma diminuição do moral das forças da Ucrânia. Apesar das boas notícias relacionadas com o envio de armamento mais eficaz do Ocidente, essas capacidades estão “a chegar lentamente” ao terreno. Em segundo lugar, a entrada de novos atores no teatro de operações, como o Grupo Wagner, veio dar uma ajuda à Rússia, inclusivamente na recolha de informações, já que as milícias privadas também têm serviços autónomos para realizarem essa função.

Da parte da Rússia, existe igualmente uma tentativa para centralizar todos os esforços relacionados com o conflito, algo que ficou patente com a nomeação de Valeri Gerasimov, o novo comandante das operações na Ucrânia e que também ocupa o cargo do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas russas. De acordo com Marina Miron, o objetivo consiste em “aumentar a capacidade de tomar decisões” e também “resolver o caos” entre os diferentes ramos militares russos.

Vladimir Putin Attends Military Academy Reception

Putin tentou centralizar todos os esforços relacionados com o conflito

Sasha Mordovets/Getty Images

Os serviços de informações do Ocidente e da Ucrânia: a mudança da estratégia

Os serviços de informações do Ocidente e da Ucrânia têm conseguido antecipar muitos dos passos da Rússia durante esta guerra, o que tem obviamente prejudicado Moscovo. Em entrevista à revista New Statement, o conselheiro de Volodymyr Zelesnky, Mykhailo Podolyak, disse mesmo que o Ocidente “sobrevaloriza” o papel dos serviços de informações russos. “Eles não vão sequer reparar no momento em que objetivamente vão começar a perder”, atirou.

Até ao momento, certo é que o Ocidente conseguiu antecipar o início da invasão. O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi informado dos planos para o início do conflito em outubro de 2021, após a CIA ter detetado uma movimentação invulgar das tropas russas para junto da fronteira ucraniana. Washington encetou depois numa maratona diplomática com o objetivo de tentar dissuadir Moscovo de começar uma guerra em solo europeu, avisando os seus aliados da NATO e os dirigentes ucranianos.

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Os Estados Unidos conseguiram até apurar, através de várias fontes do Kremlin, quando é que a invasão começaria. Embora possuindo inúmeros detalhes, os aliados europeus (à exceção do Reino Unido) pareciam não acreditar na palavra dos dirigentes norte-americanos, considerando improvável que a Rússia invadisse o país vizinho. A Ucrânia expressou as mesmas dúvidas.

Face à renitência dos aliados, os Estados Unidos alteraram o paradigma dos serviços de informações — e começaram a divulgar publicamente detalhes que deviam manter-se confidenciais (ou classificados). “Não é a coisa mais normal partilhar informações secretas para além dos nossos aliados, mas nós sabíamos que ia ter um efeito profundo e global”, explicou ao The New York Times Jon Finer, vice-conselheiro do Conselho de Segurança Nacional norte-americano, acrescentando que havia “fortes razões” para desclassificar e publicar “informações secreta”.

"Não é a coisa mais normal partilhar informações secretas para além dos nossos aliados, mas nós sabíamos que ia ter um efeito profundo e global"
Jon Finer, vice-conselheiro do Conselho de Segurança Nacional norte-americano

A estratégia norte-americana resultou parcialmente. Ainda que não tenha travado a invasão, a comunidade internacional não foi apanhada de surpresa pelo início do conflito. O diretor da CIA, William J. Burns, garantiu recentemente que esta tática se manterá no futuro, referindo que a divulgação de informações confidenciais acabou por alterar o rumo do conflito. Porém, o responsável assegurou que “cada caso é um caso” na divulgação deste tipo de revelações, fazendo depender o seu anúncio do impacto que poderá ter no desenrolar da guerra.

Esta poderá ter sido uma revolução na maneira como os serviços de informações comunicam. Aliás, na opinião de Philip Davies e Toby Steward, as entidades do Ocidente sofreram uma “série de revoluções” desde a década de 70. Uma delas é precisamente o facto de as estratégias e avaliações dos serviços de informações “fazerem explicitamente parte da discussão política”, deixando de estar num circuito fechado. Ao mesmo tempo, os países ocidentais apostaram na partilha de informações confidenciais com os aliados da NATO e também a União Europeia, principalmente após o 11 de setembro.

Por sua vez, a liderança russa, de acordo com os dois especialistas, “entrou no conflito manifestamente pouco preparada para as capacidades e os usos dos serviços de informações do século XXI”. Uma atitude opaca presa ao passado continua a ser a pauta pelo qual se regem as entidades russas neste domínio — e isso teve, está a ter e terá implicações no campo de batalha.

Liderança russa "entrou no conflito pouco preparada para as capacidades e os usos dos serviços de informações do século XXI"
Philip Davies, diretor do departamento de Estudos de Segurança na Universidade de Brunel em Londres, e Toby Steward, docente universitário na mesma instituição de ensino superior

Vladimir Putin parece ter reconhecido essa falha. Na passada terça-feira, o Presidente russo disse ser necessário reforçar os serviços de inteligência, porque os ocidentais “têm trabalhado ativamente na Rússia”. “Têm recrutado mais pessoas e têm utilizado mais técnicas. Precisamos de responder de forma adequada”, afirmou o líder da Rússia, que considera mesmo ser “urgente” que se trave as “atividades ilegais daqueles que estão a tentar dividir e enfraquecer a sociedade”.

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