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Princess Diana Being Interviewed
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Corbis via Getty Images

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Traição, pedofilia e o falso conto de fadas. As entrevistas que abalaram a monarquia britânica

Em vésperas da entrevista que promete cair como uma bomba em Buckingham, recordamos os momentos e revelações que abalaram a monarquia britânica, incluindo Diana e a emissão da BBC que fez história.

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Compará-las a bombas não é um exagero. Numa máquina onde tudo é planeado ao detalhe — sobretudo o que vem a público e o que nunca chega a sair do palácio –, dar explicações sobre temas indesejados ou o risco de ver dramas e emoções familiares expostos perante o ímpeto curioso dos súbditos tem assombrado os Windsor desde que o clã se abriu ao mundo através da comunicação social, em meados do século passado.

Cada entrevista, momento de invariável tensão e ameaça, é um golpe na união e na legitimidade da monarquia britânica. O resultado são cicatrizes indeléveis, umas mais feias do que outras, que nada mais revelam senão o empenho e a convicção da família real em camuflar os insucessos, polémicas e até possíveis crimes dos seus protegidos.

Em vésperas de mais um momento mediático que promete abalar a Coroa, a negra e tensa nuvem volta a pairar sobre a família, agora fisicamente separada pelo Atlântico. A entrevista de Oprah Winfrey a Harry e Meghan é transmitida no próximo domingo pela CBS e um dia depois no Reino Unido, o que custou um milhão de libras à ITV. Cerca de 25 anos depois das declarações devastadoras de Diana, a história volta a repetir-se.

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Isabel II tinha 69 anos quando a mais nociva das bombas lhe rebentou nas mãos. A entrevista da princesa de Gales à BBC punha a nu os bastidores do conturbado casamento com o herdeiro da Coroa. Carlos tinha antecipado a jogada e falado com a mesma estação um ano antes, em 1994. A confissão não retirou, ainda assim, o peso das palavras de Lady Di — um casamento a três e um oficial de cavalaria para acertar as contas, mas era sobretudo a favorita do povo a expor o primogénito, num tom sem precedentes. Em resposta, o até então impensável: a própria rainha agilizou o divórcio.

Meghan e o “perpetuar de falsidades” da família real. Há um novo trecho da polémica entrevista

Seguiram-se outras: Sarah Ferguson em 1996, ano em que se divorciou do príncipe André, e mais recentemente o próprio em reação ao possível envolvimento na rede de pedofilia de Jeffrey Epstein. Rudes machadadas numa estrutura outrora intocável, mas que, com uma única geração (a de Carlos e dos seus irmãos), começou a ver a sua imagem pública a degradar-se — ou a mostrar-se não muito diferente do comum mortal. 1992 ficou conhecido como o annus horribilis da monarca, mas as revelações ainda estavam por vir.

Diana: a entrevista que ficou para a história

Nenhum outra entrevista dada por qualquer membro da família real britânica teve o mesmo impacto. Três anos depois da separação e um antes da consumação do divórcio, Diana sentou-se à frente de Martin Bashir, jornalista da televisão estatal britânica. A conversa, gravada dias antes da transmissão, aconteceu em segredo. De outra forma, o Palácio de Buckingham tê-la-ia impedido. A 20 de novembro, a ainda princesa de Gales surgia cândida e franca nos televisores dos ingleses e o tópico do polémico enlace de há 14 anos atingia temperaturas recorde.

O momento era desconcertante — os detalhes sobre o casamento (e sobretudo do seu fim) do sucessor de Isabel II vinham a público a conta-gotas, numa crise da monarquia apenas comparável à abdicação de Eduardo VIII, em 1936, frisou na altura o Daily Mail. “Em apenas uma hora […] ela destruiu a imagem que várias gerações de soberanos se esforçaram por criar ao longo dos últimos 100 anos — de uma família real satisfeita, atenciosa e unida. Pelo contrário, o quadro que pintou da vida no Palácio de Buckingham era de isolamento, ciúmes e intrigas cruéis”, escreveu Edward Pilkington nas páginas do The Guardian, no dia seguinte.

Images tv de Lady Diana sur la B.B.C

Diana durante a entrevista à BBC, em novembro de 1995

Sygma via Getty Images

O mesmo colunista classificou a entrevista no programa Panorama como “devastadora”. Diana não só a deu sem autorização como escolheu um timing que muitos consideraram infeliz. A BBC começou por anunciar o exclusivo a 14 de novembro, dia em que Carlos comemorou o seu 47º aniversário, e o dia escolhido para a emissão coincidiu ainda com o aniversário de casamento da rainha. A entrevista foi antecedida de um circo mediático num contexto que já era de tensão e que atiçou ainda mais as audiências. É, até hoje, o programa de não ficção mais visto da história da televisão britânica, com cerca de 23 milhões de espectadores, segundo a estação.

Um casamento a três, o desperdício de comida e a fúria de William

“Éramos três neste casamento, era gente a mais”. A resposta à pergunta de Bashir, sobre se considerava que Camilla tinha estado na origem do fim do casamento, ecoa até hoje. Diana admitiu ainda ter percebido quando, em 1986, Carlos reatou a relação extraconjugal com Parker-Bowles — “Não estava em posição de fazer nada em relação a isso”. Acabaria, na mesma entrevista, por confirmar o envolvimento com James Hewitt, um oficial do Exército Britânico. Os dois ter-se-ão conhecido em 1986. O caso terminou no início dos anos 90, quando Hewitt decidiu revelar alguns dos segredos do casal num livro. “Estava apaixonada por ele, mas fiquei muito desiludida”, afirmou.

Contudo, o grande golpe desferido na monarquia foi outro. No seio da família, Diana acusou sinais de abandono e indiferença. Momentos como a depressão pós-parto, depois do nascimento de William, e a bulimia com que sofreu durante vários anos tinham lhe valido os rótulos de “instável” e de “mentalmente desequilibrada”, além dos comentários de que desperdiçava comida.

Camilla Parker-Bowles and Diana at Ludlow racecourse

Camilla e Diana, em 1979

PA Images via Getty Images

Diana ter-se-á arrependido quase instantaneamente de dar a entrevista, já que esta despoletou a primeira grande zanga com o filho mais velho, na altura com 13 anos. “O William ficou absolutamente lívido”, admitiu Simone Simmons, amiga próxima da princesa, à Vanity Fair, ao falar o momento em que a mãe lhe contou que havia dado uma entrevista à BBC. “É claro que estava em todos os jornais e o William chegou a contar-me que era provocado na escola por causa disso. Ele sentia-se mal por tudo o que a mãe tinha enfrentado, mas estava furioso com ela. Na escola, as pessoas chamavam-lhe todos os nomes”, revelou a mesma fonte.

Simmons afirmou nunca ter visto William tão zangado com a mãe, mas que a terá acabado por perdoar. “No fim de semana a seguir à emissão, houve uma grande discussão do Palácio de Kensington. O William estava furioso e a Diana perturbada. Estive lá no dia seguinte e ela estava num estado lastimável”.

Novas acusações contra Martin Bashir

Em novembro do ano passado, os 25 anos volvidos desde a entrevista não foram o único pretexto para desenterrar o tema. Numa carta enviada a Charles Spencer, irmão de Diana, foram levantadas novas suspeitas em torno de Martin Bashir e da forma como terá recorrido a documentos falsos para persuadir a princesa a conceder-lhe a entrevista. O assunto não é, contudo, inédito. Já em 1996, no rescaldo das revelações polémicas, haviam sido levantadas suspeitas em torno do jornalista e da forma como teria pressionado a princesa a dar a entrevista. Na altura, a ponte entre os dois terá sido feita pelo irmão.

Mas de acordo com a missiva revelada no final do ano passado, o jornalista terá usado comprovativos de transferências bancárias que demonstravam alegados pagamentos feitos a membros da Casa Real pelos serviços de segurança britânicos, prova de que Lady Di estaria sob vigilância permanente.

Martin Bashir

Martin Bashir, o jornalista que entrevistou Diana, numa conferência de imprensa sobre a emissão especial de novembro de 1995

BBC News & Current Affairs via G

Outros documentos comprovariam ainda que membros da Casa Real estariam a vender informação a órgãos de comunicação social. Charles Spencer, no entanto, partilhou muito mais informação sobre a suposta desonestidade do jornalista da BBC — 32 alegadas mentiras, entre as quais que a rainha sofreria de problemas cardíacos, que o príncipe Eduardo teria sida e que Carlos estaria apaixonado pela ama dos filhos.

A BBC comprometeu-se a abrir uma investigação para apurar os factos. Semanas depois, a televisão veio anunciar a descoberta de uma carta escrita por Diana que confirma que a entrevista foi concedida sem qualquer forma de coação (a mesma conclusão a que chegara numa investigação desencadeada pelas primeiras suspeitas, em 1996). A recuperar de uma cirurgia ao coração e da Covid-19, Martin Bashir não chegou a pronunciar-se publicamente sobre o assunto. Esta semana, a Polícia Metropolitana informou que o jornalista não será alvo de uma investigação criminal, mesmo após a divulgação destes novos documentos. No entanto, o caso continuará a ser seguido a título privado.

Harry e Meghan: a história repete-se

Os paralelismos são inevitáveis. No domingo, a americana CBS exibe a muito aguardada entrevista de Harry e Meghan a Oprah Winfrey — cerca de duas horas que se adivinham incómodas para a Casa Real, não só pela tensão que já pautava o atual clima pós-Megxit, processo cujo desfecho resultou na perda de títulos e responsabilidades para os Sussex e ainda levou a que a entrevista fosse reeditada e parcialmente regravada, mas também pelas declarações de Meghan, que define os 20 meses enquanto membro sénior da realeza como “quase impossíveis de sobreviver” e aponta o dedo à família real (referindo-se a ela como “A Firma”) por “perpetuar falsidades”.

A cadeia televisiva encarregou-se de criar um aparato mediático em torno da entrevista, antes mesmo de ela ir para o ar, tal como fez a BBC em 1995. Tratando-se dos Estados Unidos, as audiências prometem superar em larga escala as registadas há 25 anos. Até Oprah Winfrey, que além de nome incontornável do entretenimento é amiga pessoal de Meghan, já a terá considerado a sua melhor entrevista.

O tom promete ser igualmente grave (apenas o cenário se destaca por ser bastante mais luminoso, cortesia do sol californiano), até porque o atrito entre as duas partes se arrasta há mais de um ano. A especulação sobre o temperamento implacável de Markle começou a ecoar na imprensa apenas seis meses após o casamento, dos assistentes demissionários aos arrufos entre cunhados, passando pelas mais recentes acusações de bullying, que já estão a ser investigadas pelo Palácio de Buckingham.

Também nos anos 90, a polémica em torno do fim do casamento de Carlos e Diana tinha vindo a ser progressivamente aquecida por rumores propagados por tabloides e declarações oficiais. Diana: Her True Story, o livro onde o jornalista Andrew Morton pintou um retrato íntimo da princesa, foi publicado em 1992, o ano da separação. Já aí, a infidelidade do príncipe de Gales era um dos temas em cima da mesa. Em 1994, Princess in Love chagava às livrarias, livro escrito por Anna Pasternak com a colaboração de James Hewitt.

A confissão de Carlos e o historial de fugas ao protocolo

A 29 de junho desse mesmo ano, Carlos antecipava-se. Num documentário de duas horas e meia, o príncipe quebrava o silêncio sobre o casamento, numa conversa com o biógrafo Jonathan Dimbleby. Questionado sobre se tinha sido fiel, respondeu: “Sim. Tentámos os dois, até que tudo ficou irremediavelmente perdido”.

Segundo a Tatler, o sucessor de Isabel II terá mudado de ideias várias vezes antes de filmar em definitivo o momento em que admitiu ter sido infiel, indo contra o parecer de todos os seus conselheiros. A exposição tinha uma intenção clara: restaurar a simpatia do grande público da figura de Carlos. Tal não aconteceu e este continuou a ser visto como o mau da fita. Como referiu um dos seus conselheiros da época, anos mais tarde: “Não conheço nenhum membro da família real que não se tenha arrependido depois de falar publicamente da sua vida privada”.

Diana Attends Vanity Fair Party At The Serpentine Gallery

Em junho de 1994, Diana surpreendeu tudo e todos com este vestido preto arrojado. Ficou conhecido como "revenge dress"

Getty Images

Enquanto a entrevista era transmitida, Diana surgia numa festa da Vanity Fair com o famoso vestido incendiário, desenhado por Christina Stambolian, que ficaria para sempre como símbolo da sua emancipação. Tenha sido pelo decote ou pela confissão de culpa, ambos furaram o protocolo nesse dia.

Mas as declarações não autorizadas pela Casa Real não desapareceram do caminho dos Windsor. Basta recordar o documentário exibido pela ITV em outubro de 2019, durante o qual Meghan Markle expôs a sua fragilidade de uma forma muito pouco comum para alguém que pertence ao núcleo duro da realeza britânica. Depois do desabafo — “Não, não está tudo bem […] poucas pessoas me perguntam se estou bem” –, a explicação: “Qualquer mulher, especialmente quando está grávida, fica realmente vulnerável. Isso tornou-se um grande desafio. Depois, quando tens um recém-nascido, especialmente no caso das mulheres, é muita coisa. Agora, soma isso [a pressão mediática] a estares só a tentar ser mãe ou recém-casada”.

Os tabloides britânicos nunca deram tréguas a Markle e a relação tornou-se litigiosa quando esta decidiu processar o Mail On Sunday em outubro de 2019, batalha judicial que ganhou já em fevereiro deste ano. Nessa altura, Harry assumiu uma posição forte e vocal na defesa da mulher. “O meu maior medo é que a história se repita outra vez. Vi o que acontece quando alguém que amo é transformado numa mercadoria ao ponto de já não ser tratado ou visto como uma pessoa real. Perdi a minha mãe e agora vejo a minha mulher a ser vítima das mesmas forças poderosas”, afirmou o príncipe em comunicado.

Enquanto isso, nas redes sociais, Meghan seria muitas vezes apontada como oportunista, para não mencionar os comentários racistas e sexistas. No final desse mesmo ano, a cisão entre o casal e o resto do clã tornou-se efetiva. Os Sussex começaram por passar o Natal do outro lado do Atlântico. Em janeiro, o Megxit já era um tema, justificado pela vontade de construir uma vida longe dos holofotes ou, pelo menos, da ferocidade da imprensa britânica.

No primeiro teaser da entrevista que é transmitida este domingo, Harry voltou a evocar a atribulada relação da mãe com os média — “A minha maior preocupações era a história repetir-se”. A história da princesa que morreu aos 36 anos, num trágico acidente de carro, paira sobre o casal. Grávida do segundo filho, Meghan surge na entrevista com uma pulseira que pertenceu à sogra que nunca chegou a conhecer.

Tal como Diana nos anos 90, tudo indica que Harry e Meghan estão agora prestes a entrar num campo de hostilidade com a família real britânica. O timing é também ele especial — a emissão nos Estados Unidos acontece no dia em que a realeza celebra o Dia da Commonwealth, com a rainha a dirigir-se à nação e as principais figuras da família a marcarem presença numa cerimónia na Abadia de Westminster (a mesma onde, há um ano, os Sussex fizeram a sua última aparição no Reino Unido, ao serviço da Coroa).

Além disso, o clã está fragilizado pelo internamento (há já quase três semanas) do duque de Edimburgo. Aos 99 anos, o marido de Isabel II foi submetido na última quinta-feira a um “procedimento médico” para tratar um problema cardíaco, devendo permanecer hospitalizado por vários dias.

Outras entrevistas polémicas: os duques de York

A entrevista deste domingo está longe de ser uma estreia para Oprah Winfrey, que há muito teve contacto com os desabafos de quem optou por abandonar a realeza. Em novembro de 1996, foi Sarah Ferguson a sentar-se em frente à apresentadora para uma conversa reveladora. O casamento com o príncipe André, o terceiro filho de Isabel II, chegava oficialmente ao fim. Para trás ficava uma década (mas foram quatro anos desde a separação e o divórcio) de experiências no seio da família real britânica.

“Era um conto de fadas, mas depois vem a realidade e na realidade não casas com o conto de fadas, casas com o homem”, afirmou a duquesa de York, que os britânicos desde logo apelidaram de Fergie. Na mesma conversa, entrou em detalhes sobre algumas das apertadas regras dentro do palácio — entre elas, nunca poder abrir totalmente a janela e usar apenas lâmpadas de uma determinada potência.

Questionada sobre o porquê de, tal como Diana, não se ter acomodado à vida de luxo, a entrevistada concluiu que podia tê-lo feito. “Eu e ela somos como rios, queremos aprender mais, temos fome de vida. Somos muitos curiosas”, referiu. Sobre a então cunhada, que era dois anos mais nova, não hesitou em afirmar: “Ela é a princesa perfeita”. “Quando fui morar para o palácio, fui percebendo cada vez melhor a dor que ela sentia. É muito cruel e muito doloroso estar num palco com tanta visibilidade”.

“Abusa”, “cruel” e “invasiva” — a duquesa tinha todos os motivos e mais alguns para se referir à imprensa britânica de forma intempestiva. Em 1992, após a separação do príncipe André, imagens escandalosas encheram as páginas dos tabloides — Fergie em topless, acompanhada pelo empresário texano John Bryan, que lhe beijava os pés numa das fotografias.

As fotografias de Sarah Ferguson na primeira página do Daily Mirror, em 1992

Fergie voltaria a ser convidada de Oprah em 2010 e 2011, sempre com um tema quente nas mãos. A segunda entrevista coincidiu com o escândalo dos subornos. Na época, um jornalista da News of the World disfarçado de empresário encontrou-se com a duquesa, que estava disposta a aceitar meio milhão de libras para pô-lo em contacto com o ex-marido, na altura representante do Reino Unido na área do comércio e do investimento. Um ano depois, partilhou a tristeza por não ter sido convidada para o casamento de William e Kate.

O caso Epstein e a desastrosa entrevista do príncipe André

Aparentemente, o mês de novembro é rico em entrevistas polémicas. Em 2019, com as palavras insatisfeitas de Meghan ainda a ecoar dentro do Palácio de Buckingham, foi a vez do duque de York enfrentar o rol de questões de Emily Maitlis, jornalista da BBC. Contudo, o tópico foi bem mais pesado. Sobre o filho de Isabel II pairavam suspeitas de envolvimento numa rede de tráfico sexual — pela proximidade que mantivera com Jeffrey Epstein, detido nesse verão pelas autoridades norte-americanas e na casa do qual André tinha sido avistado em 2010, e pela acusação direta feita por Virginia Giuffre, que foi alegadamente forçada a ter relações sexuais com o príncipe, três vezes entre 1999 e 2002, quando esta era ainda menor de idade.

Durante a entrevista, André foi errático e titubeante, a começar pelo momento em que foi confrontado com a estadia na casa de Epstein, que dois anos antes já havia sido condenado por aliciar uma menor a prostituir-se. “Fiquei em casa dele e isso…isso…é essa parte que…é isso que me incomoda todos os dias porque não é algo próprio de um membro da família real e nós tentamos manter os mais altos padrões e práticas e eu envergonhei-os, tão simples quanto isso”, respondeu. A conveniência falou mais alto, mas quanto às acusações de Giuffre, bem mais concretas, o príncipe limitou-se a reagir com um “não me lembro”.

“Desastrosa”, “piada nacional”, “desatenta”, um “pesadelo” — a entrevista fez manchetes no dia seguinte e pelos piores motivos. Sem respostas cabais às suspeitas que sobre ele recaíam e depois do álibi (uma festa de anos numa pizzaria) ter sido deitado por terra pela própria filha, a imagem de André estava ainda mais enegrecida. Dias depois, aos 59 anos, o terceiro filho da rainha abandonava funções públicas. Os últimos desenvolvimentos dão conta de outras incongruências nas provas fornecidas pelo duque de York para se defender das acusações de Giuffre.

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