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O que é o autocuidado emocional?

O autocuidado é conjunto de escolhas que fazemos e de comportamentos que temos com o objetivo de cuidarmos da nossa saúde e bem-estar. Assim, o autocuidado emocional, refere-se especificamente às escolhas e comportamentos que contribuem para nos sentirmos bem psicológica e emocionalmente, cuidando da saúde mental.

Por exemplo: da mesma forma que lavar os dentes diariamente é um gesto de autocuidado que contribui para uma boa saúde oral, reservar um momento todos os dias para fazer alguma coisa de que se goste contribui para uma boa saúde mental.

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Qual é a importância do autocuidado emocional para ajudar a cuidar da saúde mental?

“O autocuidado emocional permite desenvolver competências de autoconhecimento emocional que contribuem para a melhoria da autoestima, autoconfiança e autovalorização”, diz a psicóloga Susana Luz. E isso tem resultados na forma prática como cada pessoa lida com os desafios do dia a dia.

“O cuidado emocional é um direito e um dever, melhora a saúde psicológica e física,  aumenta a energia, motivação, resiliência, produtividade e felicidade”, diz a psicóloga.

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E quando se tem uma perturbação mental?

O autocuidado em geral e o autocuidado emocional em particular estão associados à melhoria da saúde mental, quer haja ou não uma perturbação psicológica associada.

Praticar exercício físico, evitar a solidão e ter uma boa higiene do sono têm efeitos claros na melhoria de situações como a depressão e a ansiedade. A Cochrane, uma organização sem fins lucrativos sediada no Reino Unido que produz conteúdos de alta qualidade sobre cuidados de saúde, refere que estratégias de autocuidado como exercícios de relaxamento, meditação e biblioterapia, são eficazes a promover melhorias nestas duas condições.

“O autocuidado emocional na perturbação depressiva ou perturbação da ansiedade contribui para o desenvolvimento de recursos internos que ajudam a minorar o sofrimento psicológico”, diz também Susana Luz.

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Como podemos praticar o autocuidado emocional?

Diferentes pessoas — ou a mesma pessoa em diferentes fases da vida — pode ter necessidades de autocuidado diferentes. A psicóloga clínica Susana Luz indica algumas estratégias gerais que são benéficas para toda a gente:

  • Estabelecer prioridades e criar uma rotina funcional entre as várias dimensões e contextos de vida importantes;
  • Criar uma lista de atividades estimulantes e que dão prazer e reservar tempo para as realizar. Além de promover sentimentos de bem estar e felicidade, isso ajuda a regular os níveis de stress;
  • Identificar e expressar os pensamentos e emoções que sentir, refletindo sobre o impacto que têm no comportamento;
  • Criar uma rotina de sono: dormir bem é reparador e ajuda a processar as emoções e vivências do dia a dia;
  • Envolver-se em relações positivas com familiares/amigos/colegas que a/o estimulem, respeitem e valorizem;
  • Praticar a gratidão e a compaixão consigo mesmo e com os outros;
  • Estabelecer limites/fronteiras saudáveis na relação com os outros — por exemplo, saber dizer “não”;
  • Praticar exercícios de respiração e relaxamento focando-se no “aqui e agora”. Isso fortalece o autocontrolo e regulação emocional.

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Quais são as grandes barreiras a um bom autocuidado emocional?

A psicóloga Susana Luz diz que há duas barreiras que muito frequentemente encontra em consulta:

  • Uma gestão do tempo desequilibrada. “Não raras vezes o autocuidado emocional está num plano secundário ou inexistente, não é prioritário e fica refém da possibilidade de tempo extra, que na maioria das vezes não se concretiza.”
  • Os sentimentos de culpa e a sensação de de estar a ser egoísta. “Muito frequentemente manifestados por pais ou cuidadores. Cuidar do outro não deve significar negligenciar-se a si mesmo.”
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E como podemos descobrir estratégias mais ajustadas a cada um?

Essa escolha, explica Susana Luz, depende das necessidades e motivações individuais. “Por exemplo, alguém que procure reduzir os níveis de ansiedade, poderá optar por dar prioridade a atividades que contemplem técnicas de respiração e relaxamento.” Por outro lado, “alguém cuja motivação é aumentar o contacto social, pode envolver-se em atividades sociais e de grupo, por exemplo dança, grupos de leitura, ações de formação presencial, tornar-se mais proativo na vida social, desportos de grupo, etc.”

A psicóloga refere que há algumas perguntas que cada um pode fazer a si próprio para tentar escolher que estratégias de autocuidado melhor se adequam às suas necessidades e motivações:

  • “Como me sinto?”
  • “O que me faria sentir melhor?”
  • “Como me vejo nas várias dimensões e contextos da minha vida? Gostaria de mudar alguma coisa? O quê? Como?”