A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, está envolvida num processo a que se deu o nome de Pfizergate. A responsável comunitária é suspeita de, durante a pandemia, ter trocado mensagens com o diretor executivo da Pfizer, Albert Bourla, para facilitar a compra de vacinas contra a Covid-19 na União Europeia àquela farmacêutica.

Numa publicação nas redes sociais, fala-se num “desastre” para Ursula von der Leyen, que foi levada ao “Tribunal Penal europeu no escândalo das vacinas Covid”. A responsável será, lê-se na publicação, “investigada pelo Ministério Público Europeu, substituindo os procuradores belgas à medida que o caso aumenta” de dimensão.

“Ela é acusada de corrupção, negociando secretamente com o diretor executivo da Pfizer a compra de vacinas para toda a União Europeia e depois apagando as mensagens”, o que é “equivalente à destruição de documentos administrativos”. De acordo com a publicação, para piorar a situação de Ursula von der Leyen — que é tratada por “bruxa” no post —, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, juntou-se ao caso de “grande repercussão” com as suas próprias queixas.

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De facto, Ursula von der Leyen está a ser investigada pela procuradoria europeia, precisamente na sequência deste Pfizergate. Segundo apurou o jornal Politico, os procuradores pretendem apurar se a responsável comunitária cometeu qualquer “interferência em funções públicas, destruição de SMS, corrupção e conflito de interesses”. A informação foi confirmada àquele jornal pela própria procuradoria.

É igualmente verdade que Viktor Orbán apresentou uma queixa contra Ursula von der Leyen na procuradoria europeia, tal como fizeram as autoridades polacas. Ainda assim, antes do primeiro-ministro húngaro, já o empresário Frédéric Baldan tinha denunciado a responsável comunitária relativamente à troca de mensagens com o diretor executivo da Pfizer.

No entanto, Ursula von der Leyen ainda não foi acusada da prática de nenhum crime. Contrariamente ao que sugere a publicação nas redes sociais, ainda não foi deduzida qualquer acusação contra a presidente da Comissão Europeia. Os procuradores europeus estão apenas a investigar o caso, podendo ou não avançar com uma acusação. Caso esta última hipótese se venha a confirmar, isso poderá colocar em causa, no entanto, a renovação do mandato da alemã na Comissão.

Conclusão

É verdade que, após as denúncias de um empresário e dos governos da Hungria e da Polónia, a Procuradoria Europeia está a investigar Ursula von der Leyen por “inferência em funções públicas, corrupção, conflito de interesses e destruição de SMS”, que terá trocado com o diretor executivo da Pfizer. Porém, a presidente da Comissão Europeia ainda não foi acusada da prática de nenhum crimes; apenas está a ser investigada.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ENGANADOR

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

PARCIALMENTE FALSO: as alegações dos conteúdos são uma mistura de factos precisos e imprecisos ou a principal alegação é enganadora ou está incompleta.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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