Superou aquilo que a lista de André Villas-Boas via como melhor cenário, superou aquilo que a lista de Pinto da Costa via como pior sufrágio, superou todas as expetativas de quem assistia de fora à possível viragem no poder, superou qualquer ideia romântica de sentimento de gratidão. Não se pode dizer que o resultado das eleições do FC Porto tenha sido uma surpresa mas a forma como Villas-Boas “esmagou” Pinto da Costa com 80% (21.489 votos) apanhou até os mais otimistas desprevenidos. Que os sócios dos azuis e brancos queriam uma mudança, ninguém duvida. No entanto, a expressão dos resultados finais mostrou quase uma necessidade de viragem para uma nova era. Quer isso dizer que o novo presidente portista terá assim mais facilidades? Longe disso. Mas a “legitimidade” do antigo treinador campeão saiu (e muito) reforçada.

Villas-Boas tem variados assuntos para resolver, da parte financeira a todo o departamento de futebol, dos quase 20% avessos à mudança que muitas vezes se transformam em minorias ruidosas às reformulações que terá de fazer em termos internos. Fez o que parecia impossível mas, de forma quase paradoxal, só agora vão começar as reais dificuldades. Do lado de Pinto da Costa, que ganhou esta semana o último título como presidente numa final do Campeonato de voleibol feminino marcada pelo abraço ao sucessor, saiu de uma forma demasiado pequena para tudo o que fez para tornar o FC Porto tão grande. Esse é o maior de todos os desafios para os novos dirigentes: respeitar o legado de quem sai fazendo o que é necessário por quem entra. E se os treinadores têm aquele chavão de que “só no dicionário sucesso vem antes de trabalho”, neste caso só mesmo no dicionário a palavra verdade pode aparecer depois de gratidão. Essa é a chave para o futuro.

Em campo, num dia de homenagens a Pinto da Costa na tribuna e saudações a Villas-Boas no lugar anual na bancada, o FC Porto esteve a ganhar por 2-0 mas deixou-se empatar em pouco mais de um minuto com bis de Gyökeres. Rúben Amorim falou num resultado melhor do que a exibição, Sérgio Conceição abordou o espelho da época ao mesmo tempo que admitiu a continuidade no Dragão. Como ficaram as contas? Pode haver campeão este fim de semana mas com os leões a não dependerem de si, precisando ganhar ao Portimonense (sábado, 18h) e que o Benfica, que venceu na Luz o Sp. Braga num encontro marcado pela chuva de tochas entre protestos com Roger Schmidt e o próprio Rui Costa, não vença fora o Famalicão (domingo, 20h30). Já o FC Porto, na luta ainda pelo terceiro lugar, desloca-se a Chaves (sábado, 20h30), tentando defender ou aumentar a vantagem de um ponto para o Sp. Braga e três para o V. Guimarães.

Lá fora, o Real Madrid pode sagrar-se campeão este sábado, necessitando de bater no Santiago Bernabéu o Cádiz (15h15) e que o Barcelona não vença de seguida fora o Girona (17h30). Depois vão regressar as provas europeias, na Liga dos Campeões com o PSG-B. Dortmund (terça-feira, 20h) e o Real-Bayern (quarta-feira, 20h) e na Liga Europa com o Bayer Leverkusen-Roma e o Atalanta-Marselha (ambos quinta-feira às 20h).

Nas modalidades, são vários os pontos de interesse nos próximos dias – a significar na maioria dos casos o título. No futsal realiza-se a Final Four da Champions na Arménia com Benfica-Palma (15h) e Barcelona-Sporting (18h) esta sexta-feira, com a final (17h) e o jogo de terceiro e quarto lugares (14h) no domingo. Já no voleibol, depois das vitórias do Benfica na Luz e do Sporting no João Rocha, o jogo 5 decide o vencedor do Campeonato no reduto dos encarnados (sábado, 19h). Nota ainda para o Grande Prémio de Miami em Fórmula 1 (sprint no sábado às 17h, corrida no domingo às 21h), para a Final Four da Taça Hugo dos Santos em basquetebol (final no domingo às 16h30), para o clássico entre Benfica e FC Porto na fase final do andebol depois do triunfo dos dragões diante do Sporting (sábado, 15h), para a final do Masters ATP e WTA de Madrid em ténis (sábado e domingo, 17h30) e para o início da Volta a Itália em bicicleta, que desta vez contará apenas com Rui Oliveira, da UAE Team Emirates, entre os corredores portugueses.