Entre muitos dados possíveis de análise em relação ao que se passava em campo no clássico, entre a enorme capacidade coletiva do FC Porto e a falta de oportunidades do Sporting, havia um apontamento histórico que praticamente sentenciava aquilo que era a sorte ou o azar dos leões no Dragão: em 12 encontros com os azuis e brancos a chegarem ao intervalo com dois ou mais golos de vantagem, tinha ganho sempre. E assim parecia continuar até que um senhor chamado Viktor Gyökeres, que nem estivera brilhante após ter sido lançado ao intervalo apesar de ter melhorado as dinâmicas da equipa, bisar apenas num minuto como há muito não se via e resgatar pelo menos um ponto que permitiu agora aos leões terem cinco de avanço sobre o Benfica.

Não foi o melhor jogo do Sporting, longe disso. Não foi o melhor jogo de Rúben Amorim na estratégia inicial e nas substituições (a nível de tempo porque com Nuno Santos e Morita as coisas começaram a mudar) mas a chegada do sueco aos 40 golos pelo conjunto verde e branco esta temporada prolongou a série sem derrotas da formação de Alavalade para 18 partidas (16 vitórias e dois empates, com Rio Ave e FC Porto). Numa semana que não foi fácil para o treinador Rúben Amorim, que fez um mea culpa pela viagem a Londres na folga que teve durante a semana, o Sporting conseguiu aquilo que não alcançava há oito anos: fazer quatro pontos nos encontros diante dos dragões. Mas nem isso fez com que mudasse a sua análise.

“O resultado foi melhor do que a exibição. O FC Porto pressionou-nos quando falhávamos uma receção ou passes divididos. Deixámos o FC Porto crescer, criar problemas. Não tanto pelo Galeno e o Francisco [Conceição] mas quando perdíamos a bola na saída para o ataque. Fomos bloqueando a saída do FC Porto. Nunca assentámos o jogo. Nunca tivemos caudal ofensivo no meio-campo adversário. Mesmo durante o jogo, não fomos muito agressivos. Não foi brilhante, mas fica o resultado”, começou por dizer à SportTV.

“Sporting pior sem Gyökeres? Acho injusto para os outros. Ficamos sem capacidade de ir no espaço. É poderoso, empurra-nos para a frente. Ainda há duas jornadas dizíamos que não marcava há cinco jogos, que estava nervoso, e a equipa até estava na melhor fase. Mas não vou esconder que ele tem capacidades que mais nenhum tem e, por isso, nota-se bastante. Adaptações na equipa inicial? Foi promover uma troca, as bolas paradas e o 1×1 com o Francisco. Foi pensar defensivamente, mas também ofensivamente”, prosseguiu o treinador da formação verde e branca, antes de abordar de novo a viagem a Londres.

“Se o resultado fosse uma derrota, seria diferente, se fosse ao contrário também seria diferente. Não nos garante nada mas mantemos a sequência e temos mais um ponto. Não podemos atingir o recorde do FC Porto mas podemos bater o do Sporting. Ruído? Nada, nada, mexeu mais comigo. É seguir em frente. Os jogadores não sentiram nada. Talvez tenham sentido alguma coisa em mim, mas não neles”, concluiu.

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