Os encontros do Campeonato tinham sorrido ao Sporting, as partidas da Taça de Portugal acabaram por cair para o Benfica, a Supertaça acabou em empate com vantagem nas grandes penalidades para as encarnadas. No epílogo de um ciclo com quatro dérbis em menos de um mês e meio, os rivais encontravam-se agora no Estádio do Restelo para definirem mais um troféu na presente temporada, neste caso com a final da Taça da Liga que tinha o Benfica com três dos quatro títulos desde que a prova foi inaugurada pela Federação e o Sporting ainda à procura do primeiro triunfo na competição depois da final perdida em 2020/21.

“Venham mais jogos que nos deem muito trabalho como vai ser este. São estes jogos que queremos e não nos escondemos. O que queremos é continuar a nossa caminhada, continuarmos focadas e promovermos um grande espetáculo de futebol. Temos de conseguir colocar o público a querer ver jogos de futebol praticado por mulheres e vamos fazer o melhor jogo possível para conseguirmos mais um troféu. Podemos fazer uma época de excelência, ou não tão boa para os objetivos do clube, que são ganhar tudo. Vamos trabalhar e batalhar para ter uma época perfeita, que passa por ganhar todos os títulos. Fizemos história, atingindo os quartos da Champions, já ganhámos uma Supertaça e agora queremos levar mais uma taça para casa. Tudo faremos para que isso possa acontecer”, salientava Filipa Patão, treinadora das encarnadas.

“Sabemos que uma final é sempre muito equilibrada, um momento muito competitivo que pode cair para qualquer lado. As duas equipas conhecem-se muito bem mas isso não quer dizer que saibam o que a outra vai fazer. Após tantos jogos, torna-se um pouco um jogo de xadrez. Tenho a certeza de que vão estar jogadoras de muita qualidade e que vai ser um jogo muito bonito de se ver. Espero que a Taça da Liga seja conquistada pelo Sporting porque acho que a equipa e os adeptos merecem. O Sporting nunca conseguiu conquistar a Taça da Liga e vamos fazer por isso. Estou ansiosa para pagar um jantar a estas raparigas, vamos ver se consigo…”, comentava Mariana Cabral, técnica da formação verde e branca, que teve de colocar um travão nessa promessa depois de Ana Borges falar em sítios caros: “Calma, eu só pago mas escolho…”.

Apesar de haver esse conhecimento profundo pela quantidade “anormal” de jogos que fizeram esta época, havia espaço para alterações que tinham depois reflexo na forma de jogar, da parte das trocas posicionais em jogadoras que mantinham a titularidade aos próprios figurinos com e sem bola das equipas na tentativa de surpreenderem o adversário. E a primeira meia hora teve momentos repartidos, com o Benfica, que apostou em Andreia Faria e Kika Nazareth em vez de Andreia Norton e a lesionada Pauleta, a começar melhor com um remate de Faria não desviado por Nycole (6′) e um livre de Carole a sair por cima (10′), e o Sporting, que trocou Rita Fontemanha e Cláudia Neto por Alícia Correia e Diana Silva (depois perdeu Jacynta Gala por lesão), a ver Olivia Smith a desviar ao lado um cruzamento de Fátima Dutra (27′).

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Nycole, aproveitando um lance em que a defesa do Sporting parou à espera que fosse marcada uma falta que a árbitra mandou seguir para não beneficiar o infrator, teria ainda a melhor oportunidade da primeira parte com uma arrancada onde deixou Rita Fontemanha mas rematou para defesa de Hannah Seabert (35′) mas o intervalo chegaria mesmo sem golos e com o encaixe natural entre as duas equipas a ser evidente sem que ninguém conseguisse estar de forma estável no comando da partida de forma mais consistente.

O segundo tempo começou com uma grande oportunidade para o Sporting, com Diana Silva a desviar de cabeça um livre lateral de Joana Martins para grande defesa de Lena Pauels (48′), e com Nycole mais uma vez a tentar a meia distância para defesa de de Hannah Seabert, mas os minutos foram passando sem lances de muito perigo apesar de um ligeiro ascendente verde e branco antes do golo que acabou por fazer toda a diferença na final: Rita Fontemanha calculou mal um passe em zona central, Andreia Faria conseguiu isolar Chandra Davidson acabada de entrar, Seabert ainda evitou o primeiro remate mas a canadiana marcou mesmo na recarga (84′). A avançada contratada pelo Benfica ao Fortuna Sittard a meio da época, que antes estivera dois anos no Sporting, entrou para decidir o jogo e dar mais uma Taça da Liga ao clube encarnado, que continua assim com tudo em aberto para fazer o pleno em termos de títulos nacionais.