Começou mal, acabou muito bem. O Benfica esteve mais de meia-hora a perder com o Sp.  Braga na Luz, sofrendo um golo de Ricardo Horta ainda na primeira parte, mas acabou por conseguir dar a volta ao jogo no espaço de um quarto de hora e vencer os minhotos pela terceira vez esta temporada.

O único amor sem limite é o de Marcos pela baliza (a crónica do Benfica-Sp. Braga)

Com este triunfo, os encarnados garantiram matematicamente o segundo lugar do Campeonato e a presença na terceira pré-eliminatória de acesso à Liga dos Campeões, sendo que ainda podem beneficiar das contas das competições europeias e cair diretamente na fase de grupos. Adicionalmente, a equipa de Roger Schmidt evitou desde logo que o Sporting seja campeão nacional já este domingo, independentemente do resultado que os leões alcancem no Dragão contra o FC Porto.

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O Benfica mantém-se invicto na Luz no Campeonato, com 14 vitórias e dois empates, e carimbou a sexta reviravolta da temporada — sendo que uma das outras cinco já tinha sido contra o Sp. Braga, mas na Taça de Portugal. Marcos Leonardo foi o herói da vitória encarnada, com dois golos marcados depois de entrar em campo a cerca de 20 minutos do fim, e na zona de entrevistas rápidas não escondeu a felicidade.

“Estou muito feliz pelo espírito da equipa e por ter ajudado a equipa com dois golos. Creio que procurámos vencer o jogo desde a primeira parte. Sofremos um golo, mas não nunca desistimos. Vamos até ao final do Campeonato. Enquanto houver hipóteses, vamos lutar pelo título. O treinador pede sempre para quem está no banco estar ligado ao jogo e fico feliz, hoje foi o meu dia. Imaginei sempre isto quando saí do banco”, explicou o avançado brasileiro.

Já Roger Schmidt, que voltou a ver as bancadas da Luz a sublinharem todo o descontentamento com tochas atiradas para o relvado e uma tarja muito crítica e direcionada a Rui Costa, só respondeu à BTV sobre o jogo e não foi questionado sobre os protestos dos adeptos. “Foi a vitória do querer, sim, mas não importa. No final, o que realmente interessa é ganhar o jogo e foi isso que conseguimos”, começou por dizer.

“Foi uma partida muito difícil. A segunda parte foi de sentido único, precisámos de paciência. Mas foi como disse, a equipa acreditou que seria possível vencer hoje. Podemos estar muito orgulhosos da nossa equipa. Investimos imenso durante o jogo. Não é fácil quando estás a perder por 1-0 e o adversário está sempre à espera de sair no contra-ataque. Mas acho que estivemos muito bem hoje e fomos recompensados”, atirou o treinador alemão.

Já na conferência de imprensa, Roger Schmidt explicou que já falou “demasiado” sobre as críticas dos adeptos e mostrou vontade de falar “dos adeptos que apoiaram”. “Como sempre disse, não sou importante, o importante é o Benfica ganhar. Não é provável que sejamos campeões, mas vamos lutar até ao fim. Foi isso que os meus jogadores mostraram. Como disse, vi 50 mil adeptos a apoiar a equipa. Temos de os fazer felizes e acreditámos em ganhar o jogo. Foi o que falámos ao intervalo”, atirou, ainda que tenha voltado a abordar o tema.

“O que posso dizer é que há pessoas que estão no Benfica há muito mais tempo e dizem-me que isto é normal, não é novo e não é por causa de nós. Claro que dificulta ganhar, mas senti que há muitas pessoas que não estão satisfeitas com esta negatividade. Temos de enaltecer os 50 mil adeptos que apoiaram de forma positiva. Não é fácil lidar com isto, especialmente para os jogadores, mas o Benfica é um grande clube e temos de aceitar que há momentos difíceis. O melhor argumento é jogar bem e ter sucesso. Se fizermos isso, toda a gente ficará satisfeita”, terminou.