Albarde-se o burro à vontade do dono, reza o velho ditado. E o dono, pelos vistos, está contente com a albarda.

O trimestre passado o crescimento era de 2,4%, agora desceu para 2,1%, o ritmo mais lento desde 2016? Não faz mal, mesmo assim é crescimento, o nosso primeiro-ministro celebra. E nem conta que tenhamos 14 países europeus a crescer mais do que nós, ou termos o quinto crescimento mais baixo de todo a União Europeia, pois parece ter-se perdido toda a ambição.

De resto, queixas não faltam, mas poucos lhe ligam. Há blocos operatórios parados no hospital Garcia de Orta por falta de anestesistas? A cirurgia de ambulatório está fechada há dois meses? Enfim, já é rotina. Como rotina é a notícia de que o Hospital Amadora-Sintra está a trabalhar com menos de metade dos anestesistas necessários, sendo que há apenas dois médicos por dia nas urgências. Também ali, como no São Francisco Xavier (onde as colheitas de sangue estão racionadas), ou no São João do Porto (local da ala pediátrica num contentor, mas onde também há uma máquina para tratar cancro sem uso há meses por demora nos pagamentos), como no Santa Maria de Lisboa que já uma vez referi quando falei deste clima de tanto faz, logo se vê, que se lixe, que as denúncias destas carências não parecem incomodar ninguém.

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