Como tem progredido a tecnologia?

A tecnologia está a abrir novas portas, e assim baixado muito o acesso a bens mais sustentáveis que antes eram apenas para os mais ricos. Para termos uma noção o custo de um sistema de painéis solares baixou 90% em 10 anos, uma bateria baixou o seu custo em 80% entre 2010 e 2017, e também uma turbina eólica baixou o seu custo em 60% na década até 2021. Isto sem esquecer as lâmpadas LED que já se tornaram o novo normal. Para termos ideia da evolução que estas representam basta recordar que uma lâmpada incandescente usava menos de 10% da energia para iluminar, desperdiçando os restantes 90 a aquecer!

A tecnologia também já deu passos bem relevantes no nosso estilo de vida, pois a nossa pegada carbónica é hoje muito mais baixa do que a dos nossos pais ou avós.

Cálculos realizados para o Reino Unido mostram que a pegada de carbono de alguém com 30 anos tem um pegada menos de metade da dos seus avós quando tinham essa idade. Quando os seus avós tinham 20 anos, uma pessoa média no Reino Unido emitia 11 toneladas de CO2 por ano. Atualmente, são emitidas menos de 5 toneladas. A diferença entre alguém com 30 anos e os seus pais é igualmente grande. Entre os anos 50 e os anos 90, as emissões no Reino Unido mudaram muito pouco. Só a partir dessa altura – durante a nossa vida atual – é que as emissões caíram a pique. Até nos Estados Unidos, nos últimos 15 anos as emissões já baixaram mais de 20%! E agora em Julho 2024 a geração elétrica de origem eólica ultrapassou a geração com origem em carvão pela primeira vez, que é hoje 1/3 do que era há 15 anos.

Nada disto quer dizer que as alterações climáticas não estejam a acontecer, e que não tenhamos um desafio enorme pela frente; este é o maior desafio que a humanidade já teve!

O trabalho interior de cada um

A Eco-ansiedade não se trabalha só com dados, realidade e fontes, também se trabalha por dentro. Há alguns passos que nos ajudam a ser parte da mudança, e não nos deixarmos esmagar pelo tamanho do que temos em mãos, focando na sensação de controlo e de contribuir para a solução.

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1 – Ter informação credível (que tentei ao longo deste texto),
2 -Tomar ações para sentir que contribui e faz caminho (algumas sugestões a seguir),
3 – Criar uma rede de apoio (amigos, familiares ou outros) com quem debater o tema.

Para cada um saber onde agir com mais impacto recomendo o uso de uma calculadora da pegada de carbono que cada um tem no nosso planeta, podendo usar-se a da WWF ou a Carbon Calculator, que permite fazer cálculos com base no contexto português.

Deixo o desafio: que tal partilhar com família e amigos o tamanho de cada pegada carbónica e as ações que cada um toma?

Alguma ansiedade é boa, leva-nos a agir e a fazer caminho, o fundamental é não deixar que ela cresça e tome conta da nossa vida.

Quais as melhores opções para o futuro?

Para o futuro há mais sinais de esperança no projeto Drawdown, que estuda e compara as soluções com mais impacto para atingirmos as metas climáticas em cenário 1,5ºC e 2ºC, para que o façamos da forma mais rápida, segura e justa. Neste projeto acessível online, podemos comparar múltiplas soluções.

Além deste caminho, e se nos atrasarmos na transição temos já hoje experiências de retirada de CO2 diretamente da atmosfera e seu aprisionamento definitivo, às quais poderemos recorrer para retirarmos o excesso de CO2 que tenhamos de forma a repor as condições de equilíbrio que tínhamos no inicio da industrialização.

Estamos a fazer caminho, a geração mais nova pode vir a ser a primeira geração verdadeiramente sustentável!

Há um roteiro, já demos os primeiros passos, sabemos onde queremos chegar, temos muito trabalho pela frente; continuemos com esperança!