Os eventuais raros leitores deste texto terão sobre o autor pelo menos uma vantagem crucial: conhecem os resultados das eleições de ontem. Todos concordaremos, todavia, que, mais importante do que os resultados específicos é o simples facto de termos tido mais uma eleição parlamentar, livre e imparcial, basicamente pacífica também, e sem obrigatoriedade de votar. Para este agradável e tranquilo privilégio, contribuiu decisivamente um homem que já não pôde votar neste passado domingo: Diogo Freitas do Amaral, que morreu na passada quinta-feira.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, justamente decretou luto nacional e proferiu uma tocante comunicação ao país. Foi também tocante testemunhar a homenagem que a Freitas do Amaral foi prestada por líderes políticos do centro-direita e do centro-esquerda. Como recordou Aníbal Cavaco Silva, “Freitas do Amaral foi, a par de Mário Soares e de Francisco Sá Carneiro, um defensor convicto de uma democracia de tipo ocidental no pós-25 de Abril”.
Nestas homenagens, foi sobretudo sublinhado o papel de Freitas do Amaral na consolidação de um espaço civilizado para a direita democrática na democracia portuguesa, nos anos conturbados do PREC, no pós-25 de Novembro e na campanha presidencial de 1985/86. Gostaria de enfatizar o papel da sua notável campanha presidencial de 1985/86.
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