Num país onde tudo está desorganizado, com uma visível falta de visão a longo prazo, de planeamento, cuja população está envelhecida, temos o Primeiro Ministro António Costa que, sobre a permanência de utentes idosos nos internamentos hospitalares após alta, diz já estar em andamento “uma rede de cuidados continuados integrados e institucionalizados” no “apoio domiciliário”. É algo que, palavras suas, “vai funcionando”.

Perante esta resposta de António Costa no dia 3 de outubro, questionado por Arminda de Jesus Branco Morais, enfermeira de 63 anos, posso dizer que somos o país do vai funcionando.

Vai funcionando na saúde, vai funcionando na educação, vai funcionando na habitação, vai funcionando nas forças de segurança, e em tudo aquilo que deveria ser o Funciona.

Lamentável esta afirmação e o conformismo do vai funcionando…

Não, Sr. Primeiro-ministro, no nosso país tudo tem de funcionar e não ir funcionando. As pessoas precisam que funcione, e que o nosso governo tome medidas imediatas, com soluções reais para dar respostas às pessoas deste País. Manter um país unido e com dignidade para o ser humano viver exige esforço, dedicação, empreendedorismo, gestão e planeamento eficiente e eficaz, contando com todos os atores que dele fazem parte e das necessidades destes mesmo atores. As pessoas, os portugueses necessitam ao longo do seu ciclo de vida de serem cuidados para estarem bem e poderem viver as suas vidas pessoais e profissionais com a qualidade que merecerem. Todos fazemos falta, não para ir funcionando, mas sim para funcionar. Funcionar a vida de cada um e cada um no exercício das suas profissões deixar o país funcionar.

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Há que agir rapidamente, na saúde, na educação, no social, no privado, todos fazem falta e, devidamente articulados, com a proximidade necessária às pessoas e com a visão sobre a satisfação das suas necessidades. Propostas virtuais, fora da realidade de nada servem Sr. Primeiro-ministro.

Para os utentes idosos internados e que permanecem em internamento após a alta, dado não existir capacidade instalada a nível social para os acolher, para que as suas famílias trabalhem e continuem a conseguir conciliar o cuidar dos seus filhos, manterem-se saudáveis e cuidarem dos seus idosos, Sr. primeiro-ministro, a resposta não pode ir funcionando, tem sim de funcionar.

Os filhos destes idosos encontram-se em idade ativa, e necessitam de continuar no meio laboral e de ter o equilíbrio familiar para o conseguir fazer. Emerge daqui a importante noção da necessidade do desenvolvimento de políticas familiares e sociais adequadas à evolução das pessoas no meio laboral, e refiro-me aqui à própria emancipação da mulher que nos dias de hoje trabalha, tal como o homem, tendo de cuidar dos seus idosos e dos seus filhos que serão não mais do que o futuro do nosso país.

Sr. Primeiro-ministro onde estão esta políticas familiares e sociais? Sr. primeiro-ministro onde está o equilíbrio deste Pais? É isto que queremos para Portugal?

Pois bem, eu não! Quero um futuro equilibrado, com políticas sustentáveis evoluídas que permitam mantermos as pessoas saudáveis e com qualidade ao longo de todo o seu ciclo de vida. Sejamos um país evoluído, a pensar nas pessoas e não esvaziado por números sem qualquer significado.