A História de Cabo Verde, contada à moda do PAIGC-CV, está cheia de mentiras e falsificações grosseiras, tendentes, claro, à glorificação de uma casta “superior”, que veio das densas florestas da Guiné-Bissau e foi ungida, ups…, por Marx, Lenine e Fidel Castro.

Na verdade, nunca existiu nenhum “campo de concentração” no concelho de Tarrafal, sito na ilha de Santiago. O que o ditador Oliveira Salazar criou ali, através de um Decreto emitido em 1936, era uma prisão, ou “colónia penal”, segundo a designação oficial do regime de então.

Há uma grande falta de seriedade por parte dos nossos “historiadores”. Ou serão também, à la Gramsci, ideólogos e membros informais da tal casta?! Num dos meus livros já esclareci, cabalmente, esta questão essencial.

Tarrafal continha, pois, uma prisão (horrível e injusta, em todo o caso, por causa, sobretudo, do clima pouco favorável da região, das condições insalubres do espaço, da ausência de cuidados médicos regulares, etc.), mas nunca albergou nenhum tipo de campo de concentração. Jamais. E felizmente!

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Portugal era uma ditadura nacional-sindicalista mesquinha no tempo de Salazar e perseguia os seus opositores políticos. Os nossos ideólogos travestidos de “cientistas” são profundamente ignorantes. E apostam na manipulação mais reles e inconcebível. O que fazem é pura charlatanice. E há sempre políticos e inocentes úteis que vão atrás… Da Trahison des Clercs falava Julien Benda.

Campos de concentração, minha gente, são estruturas científicas e gigantescas destinadas ao genocídio de certos grupos étnicos, culturais e políticos. Foi o que sucedeu, historicamente, na URSS de Lenine e Estaline e, depois, na Alemanha de Hitler. Ou na China comunista de Mao Zedong, com o seu sistema de “laogai”. Milhões e milhões de pessoas foram brutalmente assassinadas nesses campos industriais, de maldade absoluta, comandados por médicos e técnicos especializados que davam corpo a uma doutrina totalitária de extermínio em larga escala.

Compreendem agora? Leiam, por favor, o Livro negro do comunismo, editado por Stéphane Courtois e outros, ou esse relato pungente que li e reli duas vezes numa única semana (há vários anos) escrito pelo grande Primo Levi, ele próprio vítima do terror descomunal de um campo de concentração nazi – Se isto é um homem.

Isso não se compara, de forma alguma, com a realidade sociopolítica de Tarrafal. Em nada. Haja seriedade, ao menos.

Os poucos presos de Tarrafal tinham direito a banhos de mar, de vez em quando, estudavam em silêncio, jogavam à bola no recinto, e tinham consultas irregulares no hospital da Praia.  Até se recitava poesia e se tocava violão na prisão do Tarrafal, segundo o relato de um dos presos de destaque, o escritor angolano Luandino Vieira, que ali escreveu, de resto, um dos seus romances.

Mas o PAIGC-CV precisa, o quanto antes, do seu “campo de concentração”! Dá jeito. Assim poderá aparecer, aos olhos da massa ignara, como o grande partido humanista e “libertador”-mor da raça crioula!

Quantos cidadãos cabo-verdianos estiveram presos nesse majestoso “campo de concentração do Tarrafal” (CCT)? Apenas 20. Vinte cabo-verdianos.

Durante décadas o sr. Salazar, déspota, planificador “more geometrico”, execrável e provinciano, não foi além disso. E acham, todavia, que isso é digno de um Dachau ou Auschwitz! Haja paciência, folks.

Só não falam dos 70 presos políticos cabo-verdianos que o PAIGC lançou arbitrariamente no CCT… no espaço de um mês, em finais de 74. Assim como nunca se fala, entre nós, das centenas de fuzilados e enterrados, à pressa, nas valas comuns da Guiné-Bissau, no período pós-independência e sob a exclusiva responsabilidade do mesmíssimo partido de Cabral, que sempre apostou na violência “revolucionária”, e na repressão selvagem.

Há livros sobre isso. Isso é completamente proibido, contudo, na historiografia oficial e oficiosa! Tabu. Os déspotas controlam a narrativa.

Não se pode falar dos presos e das torturas de Dezembro de 1974, em que os carrascos foram os nossos patrícios cabo-verdianos. Forget! A História cabo-verdiana acaba sempre, gloriosamente, e em delícias revolucionárias, no dia 1 de Maio de 1974…!