“É bom que todos nós como sociedade – e isto envolve várias áreas – pensemos nas expectativas e na selecção destes profissionais. Porque, porventura, outros aspectos, como a resiliência, são aspectos tão importantes como a sua competência técnica”.
Foi esta declaração de Marta Temido, proferida numa audição na Assembleia da República, a origem da grande polémica dos últimos dias. A maioria das pessoas entendeu-a como uma crítica à resistência dos médicos do SNS e como uma recomendação para que, quando se contratarem novos, se certifiquem que não são frageizinhos. É natural que os portugueses, que vêem o que os médicos têm feito durante a pandemia, tenham levado a mal e reagido com uma dureza que até fez a ministra tremer o beicinho.
Porém, fomos muito injustos. Ouvindo a audição toda, percebe-se facilmente que a ministra não se referia à resiliência enquanto capacidade de trabalho, nem de resistência física dos médicos. A resiliência a que ela se refere é outra, bem específica, mencionada antes da tal frase bombástica:
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