Um júri composto por três mulheres e um homossexual é chamado a avaliar as candidaturas de uma pessoa não-binária, uma mulher e duas negras. Apesar de três juradas terem colocado a negra número 1 em primeiro lugar e o homossexual ter lá posto a mulher, pela média aritmética venceu a pessoa não-binário. Isto num concurso organizado pelo ministério dirigido por uma lésbica, parte de um governo chefiado por um indiano. Houve protestos por parte dos amigos da negra número 1, que responsabilizaram o racismo sistémico. Não sabemos reacções da pessoa não binária, nem da mulher, nem da negra número 2.

Repare-se que não há homens brancos cis envolvidos na questiúncula e mesmo assim a culpa é deles. Se pedissem a um misógino racista para inventar uma história que ilustrasse a superioridade do heteropatriarcado ocidental e a incapacidade das minorias se organizarem sozinhas, ele não teria grunhido melhor.

É como se os nazis destrancassem a porta do campo de concentração, dissessem aos prisioneiros “façam o que quiserem”, e os judeus, ciganos e homossexuais começassem a discutir sobre quais deviam ser os primeiros a entrar na câmara de gás.

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