Chego atrasado à vitória eleitoral de Trump, eu sei, mas o calendário eleitoral norte-americano, inexplicavelmente, estabeleceu eleições a 5 de novembro, quase parecendo indiferente aos meus prazos de entrega desta crónica. Mais uma coisa para Trump reformar no sistema político dos Estados Unidos.
Resulta daqui que chego a este tema mais ou menos com o mesmo atraso com que Pedro Sanchéz chegou à devastada Valência. Em todo o caso, optarei por permanecer firme no meu lugar, bem ao contrário do admirador de António Costa e, estou certo, odiador de Donald Trump. Acabarei todo coberto de metafórica lama? Talvez. Mas diz que faz bem à metafórica pele.
Mais que MAGA, TAON é o lema da futura presidência americana. Trump parece apostado em trazer de volta uma América odiada por imensa gente: dos burocratas corruptos em Washington, aos lobistas das indústrias do armamento e farmacêutica, passando pelos cartéis de tráfico de seres humanos, e por toda a sorte de outros grupos terroristas espalhados pelo mundo. Mas detenhamo-nos, mais em detalhe, em alguns dos que odiarão Trump quase tanto quanto beneficiarão de Trump para sinalizar virtude e fazer progredir as suas carreiras.
Anedota Guterres
O secretário-geral das Nações Unidas pode começar a fazer contas às vida. A torneira é capaz de fechar para os seus projetos em co-autoria com o Hamas, com destaque para a UNRWA, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente. É possível que Trump ache pouca graça a continuar a financiar uma instituição em que o Irão tem moral para votar resoluções contra Israel.
Os Ricardos Costas da vida
Saiu a sorte grande aos meios de comunicação social tradicionais! Mais quatro anos a encher tempo de antena com o maluquinho do Trump e os “maluquinhos do Trump”. É aproveitar enquanto ainda há maluquinhos que recolhem a sua “informação”na mesma comunicação social que, por toda a Europa ocidental, garantia que a eleição de uma candidata mais comunista que Bernie Sanders era o que a América e o mundo mais precisava.
Os activistas marxistas
Vão odiar ainda mais Trump (se é possível… Claro que é! Esta gente tem sempre mais um espacinho para ódio), porque embora adorem políticas identitárias e que cada um expresse a sua identidade, não admitem que isso tenha de ser feito por intermédio de um cartão com nome e fotografia, no momento de votar. E Trump quer tornar obrigatório o cartão de eleitor. E o partido democrata quase só ganhou estados onde não tem de se mostra cartão de eleitor. É fazer as contas.
As celebridades
Parece que embora a campanha de Kamala Harris tenha angariado mil milhões de dólares, está agora a pedir ajuda para colmatar prejuízos, à conta da contratação de vedetas como Beyoncé, Cardi B e Megan Thee Stallion. Se calha perguntarem ao ex-presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, o que pensa disto, é provável que responda como respondeu em 2017 a propósito, também, de Portugal e dos fundos europeus: “Não se pode gastar todo o dinheiro em mulheres e álcool e, depois, pedir ajuda.” Em mulheres é indiscutível que Kamala gastou bom dinheiro. Quanto ao álcool não posso garantir. Até porque há apenas suspeitas sobre o/a proprietário/a da cocaína descoberta, há uns meses, na Casa Branca.
Dito isto, o lema TAON serve também para marcar a diferença do mandato de Trump para os anos Biden-Harris, porque se com Trump tivermos um movimento TAON, isso contrastará imenso com a sensação que tivemos durante quatro anos cada vez que ouvíamos Biden ou Harris e pensávamos: “há aqui qualquer coisa que TAOFF”.
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