Como português, não posso dizer que tenha ficado impressionado com as imagens das cerimónias fúnebres da Rainha Isabel II. Ver a quantidade incrível de pessoas disponíveis para ficarem 13 horas numa fila, ao frio e à chuva, só para passarem perto de uma defunta e voltarem para casa de mãos a abanar, só é estranho para quem não costuma recorrer ao nosso SNS.

(Mesmo o percurso que o caixão da monarca fez pelo Reino Unido – de Balmoral para o palácio de Holyroodhouse, daí para a catedral de St Giles, depois para Buckingham, Westminster e, finalmente, para Windsor – fez lembrar o périplo de uma grávida portuguesa hoje em dia até encontrar um hospital que a aceite).

O que terá levado tantos milhares de britânicos a deslocarem-se de propósito a Londres, só para assistirem ao funeral de Isabel II? Homenagem, como os comentadores avançam? Não creio. Julgo que vieram foi certificar-se que a sua Rainha está mesmo morta e que nunca mais os voltará a fazer passar vergonhas, como sucedeu ao longo dos últimos 70 anos.

Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.