Paulo Macedo diz que a greve dos médicos “tem motivos políticos” e refere-se aos clínicos como “a única entidade que tem pleno emprego em Portugal”. Em entrevista à SIC, o ministro da Saúde reconhece os cortes nas remunerações mas desvaloriza: “a sociedade assegura emprego aos médicos que saem da universidade” e “o descontentamento é semelhante a outros setores”. Paulo Macedo já tinha dito esta segunda-feira que a greve “não é construtiva”.

A greve, convocada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), começou à meia-noite e termina esta quarta-feira. Entre as reinvidicações, estão a formação dos clínicos e o mau funcionamento do serviço nacional de saúde (SNS) , que o ministro rejeita: “O SNS tem respondido sistematicamente às pessoas neste período de crise, nomeadamente às pessoas desempregadas”. Para responder à falta de oportunidades para os médicos, Paulo Macedo refere a abertura de concursos “essencialmente para o interior e para o Algarve” e acrescenta que o ministério que tutela “tem estado aberto ao diálogo e tem cumprido a parte que lhe compete.”

Esta quarta-feira será assinado um acordo com a Associação Nacional de Farmácias (ANF) para que possam participar “ativamente” em programas de prevenção de saúde, anunciou. No que diz respeito aos cortes, o ministro não tem dúvidas. “Há cortes que são bem vindos, como os cortes na fraude e nos desperdícios. Mas este tipo de cortes não afeta o funcionamento do sistema como um todo”, conclui. Houve ainda tempo para criticar a postura da Ordem dos Médicos, que considera ser “de natureza sindical, e não daquilo que deve ser uma ordem”.

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