Se a segunda parte da frase mudava sempre, a primeira era constante: Anita aprende a ler, Anita vai ao Jardim Zoológico, Anita descobre a música. Mas agora, já não é bem assim: nos novos livros, a multifacetada menina que tanto faz ballet como salva gatinhos chama-se Martine.

A culpa da facada no coração dos nostálgicos é da globalização: Martine é o nome original da personagem criada pelos belgas Gilbert Delahay e Marcel Marlier em 1954, e a ideia é que todos a tratem da mesma forma, independentemente do país de origem.

“Cada vez mais, as crianças de todo o mundo estão unidas pelas mesmas histórias, pelos mesmos temas, pelos mesmos heróis de animação. Todas elas sabem quem é o Mickey, o Noddy e o Harry Potter. Esta razão, aliada ao conceito de ‘aldeia global’ em que vivemos atualmente, faz com que a decisão de voltar às origens ganhe todo o sentido”, lê-se num comunicado enviado pela Zero a Oito, a editora responsável pela nova dinamização dos livros infantis que a Verbo introduziu em 1966, com o nome Anita, no mercado editorial português.

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Simon Casterman, diretor financeiro e descendente do fundador da editora mãe de Anita — perdão, Martine –, acrescenta: “Achámos que era altura de fazer algumas alterações na vida de uma das mais queridas figuras femininas da literatura para crianças. Muitos editores e tradutores com quem falámos concordaram que estava na altura de fazer uma nova tradução. (…) Duas gerações de leitores partilharam com grande entusiasmo as aventuras de Anita: agora é altura de passar essas histórias à próxima geração.”

Os primeiros 10 livros com o nome Martine já estão à venda em todo o país, e estão planeados mais 16 até ao final do ano.

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