O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) garantiu neste domingo que a recusa dos técnicos em fazer horas extraordinárias não põe em causa os cuidados de emergência médica, apesar de admitir “alguns constrangimentos”. Segundo o INEM, “constrangimentos de recursos humanos” levaram a que o organismo pedisse aos técnicos de emergência para assegurarem “os turnos que não podem ser feitos dentro do horário normal”, passando esse trabalho a ser considerado extraordinário e a ser pago como tal.

No entanto, desde o início do mês de junho que os técnicos de emergência se recusam a fazer horas extras, queixando-se da falta de pagamento dessas horas, bem como de subsídios, e de cortes nos salários.

“Naturalmente essa recusa em fazer horas extraordinárias provoca alguns constrangimentos ao Sistema [Integrado de Emergência Médica] mas não põe, de forma alguma, em causa, os cuidados de emergência médica porque o CODU (Centros de Orientação de Doentes Urgentes) continua a enviar os pedidos e solicitações para o meio de emergência mais próximo, seja ele INEM, Bombeiros ou CVP (Cruz Vermelha Portuguesa)”, lê-se no comunicado.

A posição do INEM surge depois dos técnicos de emergência terem convocado uma vigília, para hoje, contra a degradação das condições de trabalho e depois da comissão de trabalhadores ter afirmado que “o socorro em Lisboa está, sim, em causa”, já que seis das 17 ambulâncias estão paradas.

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O Instituto de Emergência Médica diz que dispõe, em Lisboa, de 26 meios de socorro, admitindo, no entanto, que no turno de hoje das 16h00 às 24h00 há três ambulâncias inoperacionais, “cujos serviços estão a ser assegurados pelo meio mais próximo de socorro”.

“O INEM reafirma que as condições de socorro e emergência não estão postas em causa nem em Lisboa nem no restante país e lamenta que se jogue, demagogicamente, com algo tão precioso como a vida humana”, diz o organismo. Acrescenta ainda que “nunca deixou de manter o diálogo e de fazer o que está ao seu alcance para a resolução, no tempo possível, das reivindicações” do Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência (STAE).

A vigília, “em defesa dos postos de trabalho e da dignidade profissional”, está marcada para as 24:00, em frente à sede do instituto, em Lisboa.