O antigo ministro da Defesa de António Guterres, Júlio Castro Caldas, defendeu que o caso Sócrates e o seu subsequente inquérito podia ter começado mais cedo. Desde a altura em que José Sócrates ainda cumpria funções como primeiro-ministro.

Em entrevista ao Diário Notícias, dias depois de ter recebido o Prémio Iustitia em Madrid, que distingue a trajetória profissional dos advogados no âmbito das relações ibéricas, Castro Caldas revelou, em relação aos recentes casos de corrupção que abalaram o país, que chegou a escrever “um parecer no Conselho Superior do Ministério Público” onde manifestava que “gostaria de viver num país em que o Ministério Público pudesse deduzir uma acusação contra o primeiro-ministro em exercício”.

Agora, diz o antigo ministro, “não tenho dúvida” de que existe “atrevimento e meios, que antes não existiam”. No entanto Castro Caldas diz que “o caso Sócrates podia ter começado ainda quando ele era primeiro-ministro.  Estaria o poder judicial a atuar como devia ter sido.” Por tudo isto, “o inquérito devia porventura ter começado por dizer claramente que se estava a investigar o primeiro-ministro em vez de deixá-lo para o fim.” Isto porque “quanto mais depressa fosse deduzida a acusação, melhor.”

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