(artigo originalmente publicado a propósito do 90.º aniversário de Jerry Lewis, a 16 de março de 2016)

O tipo que fazia humor com tudo o que tinha, dos pés à cabeça, mais as ideias que ia acumulando, Jerry Lewis faz hoje 90 anos e é difícil imaginar – impossível, vá — a história do cinema e da comédia sem ele. Continua no ativo, mesmo que não seja seguindo os mesmos princípios e métodos que o tornaram famoso (até porque humor físico como o que Lewis fazia é difícil de manter para sempre) e não parece querer parar.

Começou há 70 anos, em 1946, quando fez dupla com Dean Martin. Ambos construíram currículo pelos clubes de comédia americanos, até aparecerem no cinema em 1949, com “A Minha Amiga Irma”. Até 1956 com Martin, daí em diante sozinho, Jerry Lewis chegou a protagonizar vários filmes num mesmo ano e até ao início da década de 70 foi razoavelmente imparável.

[veja o trailer de “A Minha Amiga Irma”]

Excessivo para uns, genial para outros, é uma figura de referência que entre o cinema e o palco fez quase tudo. Deu aulas de realização (teve alunos como Steven Spielberg) e passou pela Broadway. Foi do humor ao drama, entre produções como “O Rei da Comédia” (1982) ou “Arizona Dream” (1992) e fez filmes que nunca chegaram a ser exibidos. “The Day the Clown Cried” conta a história de um palhaço que é feito prisioneiro num campo de concentração nazi. Tem carimbo de 1972 mas continua por ser revelado. No ano passado foi comprado pela Biblioteca do Congresso americano mas Lewis fez questão de deixar uma importante cláusula no acordo: o filme só pode ser visto em 2025.

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[veja o trailer de “O Rei da Comédia”]

Em 2011, Jerry Lewis assegurou que seriam produzidos os remakes de três dos seus mais populares filmes: “The Bellboy”, “Cinderfella” e “The Family Jewels”. E ainda este ano vai estrear “The Trust”, fita entre o policial e a comédia, realizado por Benjamin Brewer e Adam Hirsch, com Jerry Lewis entre Nicolas Cage e Elijah Wood. Pelo meio de tudo isto, já nos últimos meses, foi notícia por ter feito comentários polémicos sobre a crise dos refugiados sírios e sobre a campanha presidencial americana, mostrando o seu apoio a Donald Trump.