É quase certo: a 61ª edição do Festival Eurovisão da Canção vai ser vencido por um artista russo. As casas de apostas e os principais prognósticos de especialistas afirmam que a vitória do concurso irá para o cantor russo Sergey Lazarev, informa o ABC.

Caso o artista russo vença a competição, o próximo país a organizar o Festival Eurovisão da Canção será a Rússia, um país com uma política abertamente anti-homossexual.

Estas leis são contraditórias com as posições da Eurovisão, abertamente contra qualquer descriminação. Nos últimos anos, sempre que o concorrente que representava a Rússia cantava, o público vaiava a atuação e abanava bandeiras com as cores do arco-íris, a simbologia adotada pela comunidade gay.

Na edição de 2015 a televisão austríaca optou por utilizar aplausos pré-gravados para abafar um pouco os assobios durante a atuação. E, quando a Rússia estava à frente nas votações para vencer o concurso, os apresentadores fizeram questão de relembrar que a Eurovisão era “um concurso musical” e sem ligação a nenhum tipo de agenda política. A Suécia acabou por ser o país com a atuação mais votada, depois de vários pedidos de votos por parte da audiência.

Caso Lazarev vença o festival, a próxima edição da Eurovisão pode ser marcada pelo confronto entre as reivindicações pelos direitos humanos por parte dos fãs do concurso e as leis do país anfitrião.

Em 2009, o único ano em que a Rússia serviu como anfitriã da Eurovisão, 800 pessoas foram detidas por se terem manifestado a favor da homossexualidade nas ruas de Moscovo, no mesmo dia em que acontecia a final do festival. Estas detenções aconteceram ainda antes de ser promulgada a “Lei contra a propaganda homossexual” na Rússia.

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