O espaço da loja é despido, porque o que interessa está pendurado em cabides ou dentro de vitrines: uma clutch Chanel de edição limitada, uns botins pretos Gucci, um casaco Escada vintage, um lenço de seda Hermès, uma mala Louis Vuitton vinda quase diretamente da passerelle e dezenas de outras peças para homem e mulher.

Na nova loja pop up da Rua do Alecrim, em Lisboa, mora o luxo. Mas um luxo a preços mais acessíveis, o que explica o nome: Lux-a-Porter.

Rita Lobo, bióloga de profissão e apaixonada por moda, descobriu o conceito de aquisição e venda de peças de luxo em segunda mão numa viagem a Estocolmo, em 2008. Acabou por trazer algumas peças consigo e, passado algum tempo, arrumou-as no armário e não voltou a usá-las. Percebeu, então, o sentido das lojas que dão uma segunda oportunidade a peças de grande valor com as quais, por inúmeras razões, quem as adquiriu já não se identifica.

Comprar segunda mão pode ser sexy. Mais do que nunca, as celebridades estão agora a mergulhar no mundo do estilo vintage, do reciclado e quase novo, sabendo que podem ter um look de um milhão de dólares, gastando menos e tendo uma abordagem mais sustentável e que se destaca da multidão. São conscientes em termos de moda e com visão de futuro”, diz a proprietária da loja, para quem “não reutilizar ou não dar uma nova vida a estes artigos de altíssima qualidade e design é quase criminoso, uma negação da própria moda”.

Por essa razão, Rita Lobo criou a Lux-a-Porter. Começou por comprar diferentes peças a particulares portugueses e estrangeiros, até optar por uma estratégia — que dura até agora — que passa pela consignação dos artigos. Ou seja, a proprietária fica com uma percentagem do valor de venda previamente acordado.

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Este casaco Escada vintage custava cerca de 3.200€. Agora custa 250€. (Foto: André Marques/Observador)

Os preços vão dos dois dígitos aos quatro. O artigo mais caro é uma mala Chanel rara (3.900€) e o mais barato começa nos 40€. Já os clientes são como as marcas: sobretudo estrangeiros, de diversas faixas etárias.

A mesma variedade de idades se aplica ao stock. Aqui há peças vintage, peças que têm décadas mas continuam a ser intemporais, outras que foram adquiridas apenas há dois anos e fazem sucesso. Cada uma das que existe na loja exigiu um trabalho de verificação de qualidade, idade e autenticidade, e todas têm uma história. Há algumas que Rita Lobo não esquece.

“Tive um colete de ganga Dolce Gabbana com duas asas nas costas que foi do gosto imediato de um cliente. O colete fazia-lhe lembrar a série Walking Dead e uma das personagens que anda sempre com um idêntico. Foi essa a razão de escolha do jovem. Não são só os clássicos que despertam a atenção de quem nos procura, há peças mais recentes com as quais as pessoas se identificam imediatamente”, conta ao Observador.

Até dezembro no Chiado, a Lux-a-Porter continua a funcionar também como loja online e a garantir envios e devoluções gratuitas em todo o país.

Nome: Lux-a-Porter
Morada: Rua do Alecrim, 30 (Chiado), Lisboa
Horário: Segunda a sábado das 11h00 às 19h00. Em dezembro também estará aberta aos domingos e feriados das 15h00 às 18h00
Preço: 40€ a 3.900€