Representantes do Governo de Portugal e do estado brasileiro de Minas Gerais assinaram esta quarta-feira um novo acordo de cooperação para o desenvolvimento de um sistema de mobilidade urbana baseado no uso de carros elétricos.

Esse sistema de mobilidade representa um desafio para Portugal e imagino que também para o Brasil. Ele representa uma nova forma de pensarmos o futuro e a mobilidade sustentável”, afirmou o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.

Em declarações à Lusa, o ministro explicou que a cooperação técnica deste projeto já havia sido firmada em setembro, mas agora passou a envolver também instituições de ensino superior dos dois países, a Universidades do Minho e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O Estado de Minas Gerais, terceira mais importante do Brasil, investirá três milhões de reais (830 mil euros) neste projeto-piloto de mobilidade urbana que usará autocarros, motos e carros elétricos para transportar funcionários dentro de uma grande área onde funcionam diversos órgãos públicos.

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A participação portuguesa consiste no uso de um sistema criado pelo Centro de Engenharia e Inovação (CEiiA) para gerir a circulação destes carros e no desenvolvimento de aplicações que indicarão a localização e a eficiência do transporte dentro deste sistema.

Os veículos serão comprados a fabricantes que têm unidades de transporte movidos à energia elétrica.

Manuel Heitor explicou que projetos deste tipo já estão a ser experimentados em Lisboa e no Porto, mas continuam a ser inovadores porque respondem à procura mundial por novas soluções na área de mobilidade urbana sustentável.

Existem muitos projetos semelhantes no mundo, mas aqui não estamos a falar nem de Minas Gerais nem de Portugal. Estamos a falar de um projeto inovador à escala mundial. Este é o desafio”, destacou.

Fabiana Santos, presidente da Axxiom — empresa controlada pelo governo de Minas Gerais — referiu que o projeto deverá entrar em funcionamento no mês de dezembro, mas a sua aplicação total deve demorar um ano. Espera-se que no final 25 veículos estejam a funcionar dentro do sistema.

Estamos empenhados neste projeto, não só porque ele vai ao encontro de uma visão de futuro associada ao uso da tecnologia, mas também porque temos uma nova visão de política pública. O estado [de Minas Gerais] cria a partir deste projeto-piloto um ambiente e uma possibilidade de estabelecer políticas e diretrizes públicas ligadas à sustentabilidade que ainda não existem no Brasil”, frisou.

A diretora referiu ainda que depois de implantado o projeto será exibido para a população brasileira para estimular a adoção de meios de transporte com energia limpa no país.