As necessidades de financiamento do Estado português para este ano estão fixadas em 12,4 mil milhões de euros, de acordo com o programa divulgado esta terça-feira pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP).

Estas necessidades de financiamento líquidas, descontando já os reembolsos de dívida previstos, consideram já a injeção de fundos públicos de 2.700 milhões de euros na Caixa Geral de Depósitos que, segundo o IGCP, já se encontram financiados. Esta entrada de dinheiro vai acontecer no quadro da recapitalização do banco do Estado, cujos primeiros passos foram já dados este ano.

Segundo a nota do IGCP, a estratégia de financiamento para este ano prevê também a captação de 1.500 milhões de euros junto de particulares através da venda de produtos de retalho como certificados de aforro, de tesouro e as novas obrigações para retalho.

Quanto a obrigações do Tesouro, está prevista a emissão bruta entre os 14 mil milhões e os 16 mil milhões de euros, mas o IGCP não avança com um calendário para estas operações, dizendo apenas que estes leilões serão anunciados pelo menos três dias antes de se realizarem.

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O ministro das Finanças, Mário Centeno, admitiu já esta semana a realização em breve de uma operação sindicada de dívida de longo prazo, numa altura em que os juros das obrigações portuguesas estão sob a pressão dos mercados, depois terem negociado acima dos 4% na maturidade a dez anos.

Já os leilões de bilhetes do Tesouro (dívida de curto prazo) terão uma cadência mensal. A primeira operação esta agendada para o dia 18 de janeiro e tem o valor indicativo entre 1.250 e 1.500 milhões de euros.

O IGCP vai manter a política de operações de troca e recompras de dívida pública, com a estratégia financeira a evitar a criação de excessivas concentrações no tempo de amortizações.

Na apresentação feita aos investidores, a agência liderada por Cristina Casalinho, prevê ainda uma redução da almofada financeira do Estado e 10,2 mil milhões de euros em 2016 para 6,5 mil milhões de euros este ano.