Maio 2013, lembra-se? Concentre-se no primeiro fim-de-semana (prolongado). No sábado, o Porto ganha 3-1 na Choupana. No domingo, o Sporting perde 1-0 em Paços de Ferreira. Na segunda-feira, o Benfica empata em casa com o Estoril (1-1). E agora, já se lembra?

Pois bem, é a última vez de uma jornada em que o Porto ganha pontos aos grandes de Lisboa. Yup, a última vez. Em 2013. Passa-se uma época. Duas. Três. À quarta, em 2016-17, alto lá e pára o baile: Benfica 3 Boavista 3, Chaves 2 Sporting 2 e Porto 2 Moreirense 0. Aleluia, chi-ça. Com o onze de sempre, o Porto aproveita o deslize do Benfica e aperta o cerco ao líder. De seis para quatro pontos de desvantagem à partida para a segunda volta. O Moreirense, que elimina o Porto da Taça da Liga no início de Janeiro (1-0 em Moreira de Cónegos), até começa o jogo com personalidade e é de Geraldes o primeiro remate a sério. Casillas estica-se e repele a bola, Marcano completa o alívio para canto.

O Porto joga a passo, sem chama, e só cria perigo em lances de bola parada. No primeiro (20′), Alex Telles tenta o canto directo, Makaridze afasta para fora, junto à trave. No segundo (30′), Alex Telles volta a testar os reflexos de Makaridze. A jogada prossegue fora da área, Marcano ganha a linha de fundo e cruza para trás, onde surge Óliver Torres a empurrar com categoria para as redes. Um-zero, sem espinhas.

O 2-0 também nasce de um livre. Só que do Moreirense. Calma, vamos explicar. Dramé arranca pela esquerda e leva tudo à frente. Felipe trava-o à margem das leis, perto da área. É livre e, depois, canto. O Porto afasta a bola para longe e Diogo Jota tem toque de classe para a desviar do marcador directo antes de avançar com velocidade para o contra-ataque. Corona recebe, simula para um lado, atira para o outro e Makaridze defende com estilo. Ao segundo poste, solto e em esforço, André Silva salta de peixe. Está feito o 2-0 e o 11.º golo do 10 portista no campeonato – é o novo segundo melhor marcador, atrás do sportinguista Bas Dost (13) e à frente do vimaranense Marega (10).

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Até ao intervalo, só mais uma situação digna de registo com a expulsão de Geraldes, por duplo amarelo: aos 29′, faz falta sobre Óliver; aos 45′, agarra-se à camisola de Danilo. O árbitro nem tem outra opção senão exibir o vermelho – é a 11.ª expulsão de um adversário do Porto em 2016-17, a sexta antes dos 45 minutos.

A segunda parte é um passeio sem história do Porto – o Moreirense nunca mais incomoda Casillas nem sequer chega à área. No outro lado, Makardize evita o 3-0 de André Silva em três remates à figura entre os minutos 57 e 58. Só aos 62′ é que aparece o terceiro golo da noite, por Marcano, de cabeça, sem tirar os pés do chão, no limite da pequena área, na sequência de um canto da esquerda de Herrera. É o capítulo final da oitava derrota seguida de Inácio no Dragão (Marítimo 1998, Sporting 1999, Vitória SC 2002 + 2003, Belenenses 2004, Beira-Mar 2006 e Naval 2010), o quinto 3-0. Daí para a frente, só os cânticos do Dragão e o regresso de Kelvin animam a noite fria.

Estádio do Dragão, no Porto
Árbitro: Fábio Veríssimo
FCP: Casillas; Maxi, Marcano, Felipe e Telles; Danilo; Corona (Kelvin, 68′), Óliver (André André, 68′) e Herrera; André Silva e Diogo Jota (Rui Pedro, 78′)
Treinador: Nuno Espírito Santo (português)
MOREIRENSE: Makaridze; Sagna, Diego Galo, André Micael e Rebocho; Geraldes, Cauê e Schons (Nildo Petrolina, 46′); Podence (Ramírez, 78′), Boateng e Dramé (Jander, 68′)
Treinador: Augusto Inácio (português)
Marcadores: 1-0, Óliver Torres (30′); 2-0, André Silva (42′); 3-0, Marcano (62′)
Indisciplina: expulsão do moreirense Geraldes (45′, duplo amarelo)