A Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) decidiu antecipar, para março, o lançamento do concurso de 2017 para a atribuição, exclusiva, de bolsas de doutoramento, depois dos atrasos verificados com o concurso de 2016.

O anúncio da antecipação foi feito esta terça-feira, numa nota de imprensa, no dia em que a FCT divulgou os resultados do concurso de 2016, que aprovou 1.200 bolsas (800 de doutoramento, quase o dobro face a 2015, e 400 de pós-doutoramento, menos 180 comparativamente a 2015).

Na nota, a FCT refere que, em 2017, “vai antecipar significativamente o calendário do concurso de bolsas de doutoramento”, com o período para a apresentação de candidaturas a “decorrer durante o próximo mês de março”.

“A documentação relativa a este concurso será divulgada nos próximos dias”, assinala a FCT, principal entidade, na dependência do Ministério da Ciência, que financia a investigação em Portugal, nomeadamente através da atribuição de bolsas de doutoramento e pós-doutoramento, que funcionam como subsídios concedidos aos investigadores para executarem, em regime de exclusividade, o seu trabalho.

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Em declarações anteriores à Lusa, o presidente da FCT, Paulo Ferrão, disse que o concurso de 2016 deveria ser o último em que seriam concedidas bolsas de pós-doutoramento, uma vez que o decreto-lei de estímulo ao emprego científico, em vigor desde setembro, propõe-se substituir estas bolsas por contratos de trabalho, a termo.

Segundo a FCT, as ciências biomédicas e as engenharias, assim como história e arqueologia e psicologia, são as áreas com mais bolsas de doutoramento e pós-doutoramento aprovadas no concurso de 2016, cujo período para submissão de candidaturas sucedeu entre 15 de junho e 15 de julho.

O prazo para a publicação dos resultados do concurso de 2016 tinha sido prorrogado até 28 de fevereiro, com a Fundação para a Ciência e Tecnologia a justificar, em outubro, o adiamento com o “volume de candidaturas” e a “complexidade do processo” de avaliação das mesmas.

Inicialmente, de acordo com o regulamento do concurso, o prazo para a divulgação dos resultados terminava a 23 de novembro.

O atraso levou candidatos a bolseiros a protestarem, nesse mesmo dia, em frente à sede da FCT, em Lisboa.

Uns dias antes, no parlamento, o ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor, assumiu a “responsabilidade política” pelos atrasos.