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Aconteceu tudo muito rápido. Num minuto, publicámos que Marta Temido, Francisco Assis e Ana Catarina Mendes estavam na lista de candidatos a eurodeputados do PS; no minuto seguinte, atualizámos a informação: a ex-ministra da Saúde era a cabeça de lista. Para trás ficaram dias de contactos intensos da equipa de Política com fontes socialistas, para tentar ir reduzindo possibilidades na lista dos potenciais candidatos que atraíam as maiores especulações. Mas, durante grande parte desse tempo, a resposta foi sempre a mesma: as únicas certezas estavam apenas na cabeça de Pedro Nuno Santos — mesmo que alguns companheiros de partido andassem a tentar sondá-lo e a testar nomes, incluindo os tais potenciais candidatos, que tentavam perceber se os rumores em relação a eles próprios eram verdadeiros. Nada. |
Certezas a sério só começaram a desenhar-se mesmo na tarde de segunda-feira, já decorria a reunião do secretariado do PS. E assim que o nome de Marta Temido começou a circular, algumas fontes socialistas já ironizavam nos contactos com a Mariana Lima Cunha, que deu a notícia: “Ainda não perceberam?” Era uma dica, curta, mas certeira: se a ex-ministra da Saúde estava entre os nomes escolhidos, então só podia ser a aposta de Pedro Nuno Santos para cabeça de lista, tendo em conta que há muito que o PS vê em Temido um ativo eleitoral forte. |
Ainda que a limpeza geral na delegação socialista no Parlamento Europeu, depois de conhecida toda a lista, tenha causado alguma “surpresa”, como contou depois a Rita Tavares, com alguns socialistas a temerem a “perda de crédito político”. |
Menos óbvia seria a escolha do cabeça da lista da AD. Depois de muitos dias em que todos os dedos pareciam apontar para Rui Moreira, a entrevista que o presidente da Câmara do Porto deu no domingo parecia ter desbloqueado tudo. Isso mesmo, aliás, indicavam as fontes mais próximas do autarca, à medida que iam sendo contactadas pela nossa equipa de Política. A mesma equipa que percebeu que, na segunda-feira de manhã, alguma coisa tinha mudado. Algumas dessas fontes já faziam saber que, afinal, Rui Moreira tinha dúvidas. E, a meio da tarde, a notícia era avançada pelo Miguel Santos Carrapatoso: nem cabeça de lista, nem em qualquer lugar da lista. Moreira não seria candidato. |
É que, depois da tal entrevista de domingo, o presidente da Câmara do Porto e Luís Montenegro conversaram. E foi aí que Rui Moreira percebeu que, se aceitasse o convite, não seria o número 1. |
As conversas para ocupar esse lugar decorriam, afinal, em absoluto sigilo. Nem mesmo alguns destacados dirigentes do PSD faziam ideia do que se estava a passar. Até à reunião mais restrita do núcleo duro do presidente do partido, às 16h30 de segunda-feira, só três pessoas sabiam: o próprio Montenegro; o secretário-geral do PSD, Hugo Soares; e Sebastião Bugalho, o nome escolhido. Às 19h33, uma mensagem permitiu ao Observador ter a certeza: o jornalista e comentador político seria o cabeça de lista da AD. |
A escolha causou “estupefação” numa parte do PSD, que validou o nome, mas não ficou totalmente convencida. E isso não será, exatamente, por ser um desconhecido — pelo contrário. |
Logo ali, o Rui Pedro Antunes começou a trabalhar num perfil de Sebastião Bugalho e falou com 11 pessoas, entre fontes partidárias, amigos, antigos colegas de trabalho, ex-amigos e críticos. A maioria falou em off the record, mas todos foram intervenientes diretos ou observadores privilegiados das histórias que contaram. E muitos deles deram o mesmo conselho: ver o programa Júlia, da SIC, em que Bugalho contou à apresentadora Júlia Pinheiro alguns detalhes da sua vida de forma mais descontraída do que noutras entrevistas. |
O próprio candidato não é citado no artigo, mas, como é habitual neste tipo de trabalhos, esteve disponível para esclarecer algumas dúvidas — ajudou, por exemplo, a encontrar o artigo em branco que um dia publicou no jornal i, por baixo do título “A estratégia do PS para 2017”. Como o artigo não tem texto e não sabíamos ao certo a data de publicação, era muito difícil encontrá-lo nas pesquisas na internet. |
O resultado dessas conversas foi um dos textos mais lidos no Observador esta semana: Bugalho: o “novo Portas” ou o velho Sebastião? |
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Eleições Europeias
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Solução esteve a ser preparada, pelo menos, desde a semana passada. Moreira achou indigno ser número dois e recusou convite para integrar a lista. PSD aprovou a equipa. Mas não está todo convencido.
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Eleições Europeias
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Pedro Nuno Santos decidiu fazer uma limpeza geral na delegação do PS no Parlamento Europeu e deixou descontentes, mas sobretudo "as bocas abertas" nas delegações estrangeiras.
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Eleições Europeias
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O cabeça de lista da AD às europeias foi sempre visto como querendo ser "o novo Paulo Portas" — no jornalismo e agora na política. Pela pose, dizem que é um jovem, mas também velho. Como chegou aqui?
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Presidente recordou o caminho que o país percorreu desde o estertor do Estado Novo até hoje. Reconheceu frustrações, mas tentou contextualizá-las. E deixou um aviso: a democracia tem de ser defendida.
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Grande parte das pessoas que desceu a Avenida da Liberdade nos 50 anos do 25 de Abril são jovens que não o viveram. Aguiar-Branco, de cravo ao peito, alerta que democracia é frágil e tem de se cuidar.
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25 de Abril
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Os fotojornalistas estrangeiros que vieram para Lisboa a 25 de abril de 1974, com melhores equipamentos e um maior orçamento para rolos fotográficos, mostram-nos aquele dia para lá do preto-e-branco
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Restaurantes
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Assim como o 25 de Abril, são vários os restaurantes que celebram 50 anos em 2024. Reunimos sete que abriram portas em Lisboa, Setúbal e no Porto em 1974 e que se mantêm em atividade.
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Cultura
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Na cultura, o dia 25 de abril de 1974 mudou tudo — mesmo para quem se fazia ouvir num tempo adverso às mulheres com voz. Testemunhos de Simone de Oliveira, Maria do Céu Guerra e Gracinda Candeias.
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Justiça
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Presidente da Assembleia da República defende que PGR deve ir ao Parlamento para prestar esclarecimentos sobre casos com consequências políticas. Mas isso é possível? E já aconteceu no passado?
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Governo do PS deixou em vigor descida "temporária e extraordinária" do imposto sobre combustíveis de mais de 20 cêntimos por litro. Revisão de apoios em vigor está em avaliação
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TAP
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Tribunal de Contas devolveu mais de 30 contratos remetidos para visto prévio pela TAP por já terem produzido efeitos. Execução de contratos sem visto prévio é uma infração financeira e pode dar multa.
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As declarações num jantar com a imprensa estrangeira caíram como uma bomba na véspera do 25 de Abril. Marcelo falou do filho, dos primeiros-ministros, da PGR e do custos da reparação do colonialismo.
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Em entrevista, António Capucho tece duras críticas a Marcelo Rebelo de Sousa, dizendo que o Presidente fez considerações "lamentáveis" sobre Montenegro, Costa e a relação com antigas colónias.
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Fontes próximas de Fernando Araújo revelam que a forma como foi tornado público o pedido de prestação de contas à DE-SNS precipitou a demissão. Previsível retirada de competências também contribuiu.
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Ucrânia denuncia duplos critérios do Ocidente, que protegeu céus israelitas mas não protege ucranianos. EUA dizem que querem evitar guerra contra Rússia. E há mais fatores que motivam a falta de ação.
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Pacote de ajuda dos EUA de 57 mil milhões de euros ajudará ucranianos a suster ofensiva russa e a proteger civis dos ataques aéreos. Kiev deixará de "racionar munições", mas não é nenhuma "panaceia".
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Conflito Israelo-palestiniano
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Erros que permitiram ataques de 7 de outubro motivam saída do chefe de secretas militares, Aharon Haliva: "Carrego dor horrível da guerra". Nas altas patentes israelitas deverá haver mais demissões.
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Foram próximos durante a cadeira de sonho, tornaram-se inimigos na luta pela cadeira da liderança. Que FC Porto têm pela frente Pinto da Costa ou Villas-Boas? O retrato da campanha que fechou uma era.
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Um tubarão que se confessa inquieto, um gestor que chocou com o PS, um outro que foi adotado pela Sonae e um banqueiro que testou a gestão pública. Quem são os financeiros dos candidatos ao Porto?
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A sede é um Museu mas hoje Villas-Boas "perde-se" entre a parede de recordações e a sala onde preparou candidatura durante dois anos. Almoço com Zubizarreta em Matosinhos trouxe à baila uma profecia.
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Começa a dar aulas de História em Pedrouços, almoça em casa, passa a correr pela empresa antes da paragem obrigatória no café Velasquez e acaba a levar o filho ao treino. Pelo meio, tudo é FC Porto.
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Desde pequena que está ligada ao mar, foi nove vezes recordista saudita no mergulho livre, tornou-se a personagem principal do documentário "Sob a Superfície: A Luta Pelo Coral": quem é Salma Shaker.
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St. Vincent largou a peruca loira e a personagem de "Daddy's Home" (2021), disco que lhe valeu um Grammy, para cair na vertigem do rock. O novo álbum chama-se "All Born Screaming". Falámos com ela.
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Quem nunca sonhou ter um monte alentejano, ou uma casa de linhas contemporâneas assinada por um arquiteto? Graças a um conceito de estadias cada vez mais popular, o sonho pode realizar-se.
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A bailarina, coreógrafa e ativista leva ao Festival Dias da Dança, no Porto, a mais recente criação: uma performance de três horas e meia que gira em torno dos limites físicos e se revela hipnótica.
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Música
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Há demasiada Taylor Swift neste mundo, demasiado debate sobre Taylor Swift, e não há suficientes refrões gloriosos para manter esta conversa eternamente, não no novo "The Tortured Poets Department".
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A chinesa ByteDance tem nove meses para vender o TikTok, caso contrário a app será proibida nos EUA. A empresa vai recorrer da legislação, promulgada por Biden, e o processo pode arrastar-se.
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Opinião
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Vida fora, muitos foram os que quiseram seguir Mário Soares. Outros, também muitos, quiseram combatê-lo. Deve ter valido a pena para todos: Soares valia como escolha e como adversário.
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O 25 de Abril não tem donos e toda a beleza do dia residir nisso. Tem, quando muito, uns porteiros de discoteca que acham que podem seleccionar a entrada.
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Líder do PSD pode não querer contar com Ventura, o que é legítimo; é mais difícil compreender que não o tente derrotar. Ficar entre a sua estratégia e a de Passos pode tornar-se contraproducente.
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Esta foi a batata quente que Marcelo decidiu atirar para as mãos de Montenegro e de todos nós. Sem especificar a que se referia, sem fundamentar o que quer que fosse, dando azo a todas as especulações
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