O fim-de-semana foi marcado pelas queixas. Queixas, queixas e queixas sobre essas queixas. Os três primeiros classificados ganharam os respetivos encontros, mantiveram os seus lugares na tabela classificativa da Primeira Liga, mas, dentro e fora de campo, houve sempre alguém insatisfeito. Com as pressões. Com o árbitro. Com os adeptos. Com a polícia. Com o azar. Com a inspiração dos outros. Até com os cadernos eleitorais. Dez episódios de novelas diferentes com o ponto comum de estarem a preparar outras que se seguirão.

Do Benfica, por causa das pressões aos árbitros

O Benfica solicitou na passada sexta-feira uma reunião ao Conselho de Arbitragem da Federação. Por um lado, sente-se prejudicado pelas recentes arbitragens; por outro, entende (por outras palavras) que o alegado condicionamento feito pelo FC Porto tem dado resultado em favor dos dragões. De acordo com o Conselho de Arbitragem, os encarnados serão o oitavo clube a ser recebido esta época, depois de Freamunde, U. Madeira, Gafanha, Sertanense, Quinta dos Lombos… FC Porto e Sporting. E vamos em fevereiro.

Do Tondela, por causa da arbitragem com o FC Porto

A arbitragem de Luís Ferreira no FC Porto-Tondela não passou ao lado do treinador dos visitantes, Pepa, que visou os lances mais polémicos da primeira parte do encontro – a grande penalidade que originou o 1-0 de André Silva e a expulsão de Osório. “O jogo ficou estragado. Vi agora as imagens e nem quis acreditar no que vi. A expulsão foi surreal, o penalty foi surreal. As oportunidades do FC Porto na segunda parte justificam o resultado, mas depois daquilo que aconteceu ficou fácil”, queixou-se na conferência após a partida.

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Da lista A das eleições do Sporting, por causa dos cadernos eleitorais

Rui Morgado, candidato à presidência da mesa da assembleia geral do Sporting na lista A, liderada por Pedro Madeira Rodrigues, acusou o atual líder da mesa de não ter disponibilizado os cadernos eleitorais como mandam os regulamentos. Houve um protesto formal da lista A e consequente resposta de Jaime Marta Soares, presidente da mesa da assembleia geral, garantindo que os cadernos eleitorais estão disponíveis para consulta de ponta a ponta.

Do FC Porto, por causa da “tentativa de coação” do Benfica

Através da newsletter “Dragões Diário”, o FC Porto não passou ao lado do pedido de reunião do Benfica ao Conselho de Arbitragem, revertendo o jogo e dando uma bicada às águias. “Pela primeira vez na história do futebol português – e provavelmente do futebol mundial – um clube pede uma reunião com os dirigentes da arbitragem não estando a ser prejudicado. Fazer um pedido de reunião a uma sexta-feira e publicitá-lo não é mais do que uma triste tentativa de coagir a arbitragem do jogo em Braga. E por que faz isto o Benfica? Porque está com medo”, leu-se na missiva.

De Rui Vitória, por causa do castigo e dos últimos episódios no futebol português

Rui Vitória costuma ter uma postura calma, quase didática, nas conferências de imprensa de antevisão dos jogos. No entanto, antes da deslocação a Braga – jogo que marcava o regresso ao banco de suplentes na Primeira Liga após castigo –, o técnico do Benfica não se conteve e aumentou o tom. “Há aqui um jogo no estádio da Luz que ia para o Guiness, com três golos em 20 minutos que toda a gente reconheceu serem precedidos de erros de arbitragem. Qual foi a minha postura? Zero, não disse nada. Assumimos as nossas responsabilidades. Em Setúbal fizemos um mau jogo mas tivemos quatro oportunidades e um lance no final. Qual foi a postura de toda a gente do Benfica no final? Zero. Não brinquem com o meu trabalho nem brinquem com o trabalho dos meus jogadores. Não estou aqui para acalmar ninguém porque sei que se tiver uma atitude mais acicatada aqui ou dentro do campo tenho seis milhões de pessoas atrás de mim que se reveem muito naquilo que digo. E se tenho uma postura cautelosa também sei que seis milhões de pessoas têm uma postura cautelosa. Sinto amargura, alguma tristeza mas esta é a vida do futebol”, referiu o técnico encarnado.

Do Rio Ave, por causa da inspiração de Rui Patrício

O Sporting venceu em Alvalade o Rio Ave por 1-0 mas os visitantes não se resignaram ao desaire num encontro onde tiveram muito mais oportunidades para marcarem – e a culpa foi de Rui Patrício, que cumpria o jogo 400 como leão numa fse até menos conseguida da época. “Fizemos uma exibição extraordinária mas infelizmente do outro lado está um guarda-redes campeão da Europa. Foi o homem do jogo e fez com que o Sporting não perdesse”, referiu o extremo Gil Dias. “Custa comentar quando jogamos como jogámos e só não marcámos por causa da exibição do Rui Patrício. Apanhámos pela frente um guarda-redes inspirado”, acrescentou o treinador Luís Castro.

Do Sporting, por causa das declarações de Rui Vitória

No seguimento da conferência de imprensa de Rui Vitória antes do jogo em Braga, o Sporting, através do diretor de comunicação, Nuno Saraiva, veio falar em condicionamento. “Este é o discurso de um treinador que, dizem, nunca fala de arbitragens. Este é o discurso que parece estar eivado de raiva e que pode ser interpretado como de alguém que não hesita em ameaçar um pretenso exército mitológico. Este é o discurso que pode ser entendido como de alguém que parece seguir uma linha de intimidação e de condicionamento dos agentes do futebol. Aguardemos pela intervenção do Conselho de Disciplina, tão célere e diligente quando se trata de outros protagonistas”, referiu na sua página do Facebook.

De Jorge Simão, por causa da falta de eficácia

O treinador bracarense brilhou na conferência de imprensa de antevisão ao jogo frente ao Benfica, com a declaração retirada de Jorge Sampaoli sobre a posse de bola e com o objetivo de criar as condições para o Sp. Braga poder ser campeão até 2020. Após a derrota com os encarnados, que começa a “apertar” a meta dos 65 pontos na presente temporada (terá de somar 27 dos 36 ainda em disputa para alcançar a marca) e elevou a série sem vencer na Primeira Liga para cinco jogos, Jorge Simão falou da falta de eficácia. “Justificava-se que tivéssemos feito um golo. Foi o melhor jogo que fizemos desde que cheguei mas o talento do jogador venceu a coesão de uma equipa”, argumentou.

Dos adeptos do Benfica e dos responsáveis do Sp. Braga, por causa da polícia

Antes do jogo no Minho, alguns adeptos do Benfica queixaram-se sobre agressões de que foram alvo à chegada ao estádio, bem como de danos provocados em várias viaturas por ali estacionadas. Depois do encontro, foi a vez da direção do Sp. Braga carregar contra a polícia. “A operação policial montada para o jogo cometeu um erro crasso e imperdoável: foi reativa e não preventiva. Não esteve à altura dos desafios que um evento desta natureza levanta. Não teve a capacidade para mediar os conflitos, restando-lhe carregar indiscriminadamente sobre a multidão, em particular sobre os adeptos da equipa da casa, gerando o pânico e transformando um momento de celebração entre amigos e família num episódio lamentável e que afasta público dos estádios”, escreveu em comunicado.

Da lista B das eleições do Sporting, por causa da viagem do outro candidato ao Médio Oriente

Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, esteve presente no aniversário do núcleo de Moura e acusou o outro candidato à liderança, Pedro Madeira Rodrigues, de “andar a vender o clube”. “Não puderam estar presentes no último jogo porque Madeira Rodrigues anda a tentar vender o clube lá fora sem ser presidente, tal como fez Godinho Lopes. Chega de falsidade e de manchar o nome do Sporting”, comentou a propósito da viagem do adversário ao Médio Oriente (Kuwait e Emirados Árabes Unidos).