A antiga Presidente da Coreia do Sul Park Geun-hye está a ter dificuldades em contratar uma nova equipa que a defenda no julgamento por corrupção que arranca na próxima terça-feira, noticia esta sexta-feira a imprensa sul-coreana.

O problema surge depois de Park ter despedido a maioria dos advogados de defesa, que não conseguiram evitar que, em 10 de março, o Tribunal Constitucional a destituísse do cargo – o que a fez perder a imunidade presidencial –, informa o jornal Chosun.

Park, de 65 anos, que se encontra em prisão preventiva desde 31 de março devido ao escândalo de corrupção e de tráfico de influências conhecido como o caso da “Rasputina”, está em negociações com um antigo juiz que agora trabalha para um grande escritório de advocacia, mas ainda não chegou a um acordo, detalhou fonte próxima da antiga chefe de Estado ao mesmo diário sul-coreano.

Park declara-se inocente das 18 acusações que pendem sobre si e pelas quais arrisca uma pena que pode ir até prisão perpétua no caso de ser condenada. A ex-presidente está acusada, entre outros crimes, de abuso de poder e corrupção.

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A acusação considerou provado que Park criou, com a sua amiga de longa data Choi Soon-sil, conhecida como “Rasputina”, uma rede através da qual pediu e obteve subornos de pelo menos três empresas – Samsung, Lotte e SK – no valor de cerca de 59.200 milhões de won (cerca de 48 milhões de euros).

O caso “Rasputina” abalou os alicerces políticos e económicos da Coreia do Sul, dado que entre os suspeitos detidos figuram presidentes de grandes empresas, como a Samsung, cujo líder, Lee Jae-yong, está em prisão preventiva desde fevereiro último.

O escândalo, que desencadeou uma onda de revolta popular, com massivas manifestações em Seul, levou também a Coreia do Sul a destituir pela primeira vez um Presidente eleito democraticamente, o que fez com que se convocassem pela primeira vez presidenciais antecipadas desde que o país voltou a realizar eleições democráticas em dezembro de 1987.

Moon Jae-in, do Partido Democrático, tem consolidado a sua vantagem, figurando nas sondagens mais recentes como o candidato favorito às eleições presidenciais do próximo dia 9 de maio.