Donald Trump prepara-se para dar início à sua primeira viagem internacional enquanto Presidente dos EUA. Arábia Saudita, Israel, Vaticano, Bruxelas e Sicília são os locais por onde o Presidente norte-americano irá passar, numa deslocação que tem início na próxima sexta-feira, dia 18.

H.R. McMaster, o conselheiro para a Segurança Nacional dos Estados Unidos, considerou a viagem “verdadeiramente histórica”. “Nunca nenhum presidente visitou a terra natal e os locais sagrados dos judeus, cristãos e muçulmanos tudo numa viagem”, afirmou McMaster na passada sexta-feira relativamente a Israel. “E aquilo que o Presidente Trump procura é unir pessoas de todas as fés em torno de uma visão comum de paz, progresso e prosperidade”.

McMaster sublinhou ainda que, para Trump, a sua mítica frase “America first” (America em primeiro lugar) não quer dizer “América sozinha”. “Antes pelo contrário, dar prioridade aos interesses americanos significa fortalecer alianças”, acrescentou.

A viagem começa no dia 19 em Riade (Arábia Saudita). Entre as várias atividades, refere a Reuters, Trump irá encontrar-se com dirigentes sauditas, terá encontros separados com os seis líderes do Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo e terá ainda um almoço com líderes árabes e muçulmanos para debater o extremismo e financiamento ilegal de grupos terroristas.

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Ainda este sábado surgiram notícias de que os EUA estavam perto de fechar diversos acordos de armamento com a Arábia Saudita. De acordo com a Reuters, que cita fonte oficial da Casa Branca, os acordos deverão ultrapassar os 100 mil milhões de dólares e, em dez anos, poderão ultrapassar os 300 mil milhões.

Segue depois para Israel. Segundo os media israelitas, a visita está marcada para o dia 22 de maio, véspera dos festejos do 50.º aniversário da reunificação de Jerusalém após a Guerra dos Seis Dias de 1967.

Ainda esta quinta-feira as autoridades palestinianas confirmaram que, durante a visita a Israel, Trump encontrar-se-á com o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmmoud Abbas, com quem já esteve na Casa Branca no início do mês. “Estou empenhado em trabalhar com Israel e com os palestianos para chegar a um acordo, mas nenhum acordo pode ser imposto pelos EUA ou qualquer outra nação”, sublinhou, na altura, o presidente norte-americano.

O relacionamento entre o primeiro-ministro israelita e Donald Trump — que estiveram juntos na Casa Branca em fevereiro — tem sido mais positiva do que aquela que Benjamin Netanyahu tinha com Barack Obama, ressalva o Independent. Netanyahu elogiou o Presidente norte-americano pelas suas ações na Síria, considerando-as “uma grande mudança nas diretivas das políticas norte-americanas”.

E há ainda a questão da mudança da embaixada dos EUA de Telavive para Jerusalém — a administração norte-americana tem de tomar uma decisão até dia 1 de junho. Este domingo Netanyahu afirmou que esta mudança “não prejudica o processo de paz, pelo contrário”. “Mudar a embaixada faria avançar [o processo de paz entre Israel e a Palestina], ao corrigir uma injustiça histórica e destruir a fantasia palestiniana de que Jerusalém não é a capital de Israel”, referiu o primeiro-ministro israelita, num comunicado divulgado ontem e citado pela Lusa.

Netanyahu diz que mudar embaixada dos EUA para Jerusalém ajudaria à paz

Donald Trump passará ainda pelo Vaticano, tendo encontro marcado com o Papa Francisco no dia 24 de maio às 8h30 locais (7h30 hora de Lisboa). A relação entre os dois líderes foi marcada por alguma tensão nos últimos meses, com Francisco a criticar palavras do Presidente norte-americano. “Uma pessoa que só pensa em erguer muros e não em construir pontes não é cristã”, afirmou o líder da Igreja Católica, numa entrevista em fevereiro, acrescentando que, tendo em conta as suas afirmações, não considerava Trump um “homem cristão”.

A resposta de Trump não tardou. “O Papa ouviu uma versão da história, não viu a criminalidade, o tráfico de droga e o impacto económico negativo que as políticas atuais têm sobre os Estados Unidos”.

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O Presidente norte-americano segue depois para Bruxelas, onde irá estrear-se na primeira cimeira de líderes da NATO. No encontro, agendado para 25 de maio, será discutido o “papel da aliança na luta contra o terrorismo, a importância do aumento dos gastos com a defesa e uma repartição mais justa dos encargos”.

“O Presidente está ansioso por se encontrar com os seus parceiros da NATO para reafirmar o nosso forte compromisso para com a NATO, e discutir questões fundamentais para a aliança, em particular a partilha de responsabilidade entre aliados e o papel da NATO na luta contra o terrorismo”, afirmou a Casa Branca em comunicado, citado pela Lusa.

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Antes da cimeira da NATO, Trump irá encontrar-se com o rei Filipe da Bélgica e com o primeiro-ministro belga, Charles Michel. O Presidente norte-americano tem ainda marcado “um longo almoço” com o recém-eleito Presidente francês, Emmanuel Macron na embaixada norte-americana. “São os dois mais recentes líderes no cenário internacional”, afirmou fonte oficial da Casa Branca, ressalvando que são ambos “outsiders, que transcendem as tradicionais barreiras políticas”.

No dia seguinte vai até à Sicília (Itália) para a cimeira dos líderes dos sete países mais ricos (G7). A economia mundial, a política externa, a segurança dos cidadãos e a sustentabilidade ambiental serão os temas debatidos no encontro que se realizará nos dias 26 e 27 de maio.

A Casa Branca já avançou que o Presidente norte-americano só tomará uma decisão relativamente à saída dos EUA do Acordo de Paris depois da cimeira. “É um sinal de que o Presidente quer continuar a reunir-se com a sua equipa… e chegar a uma decisão sobre o que é melhor para os interesses dos Estados Unidos”, disse o porta-voz Sean Spicer na semana passada.