Confrontados com os últimos escândalos envolvendo os motores diesel, muitos são os consumidores que pensam já duas vezes antes de avançar para a compra de um carro com motor a gasóleo – porque poderão ser mais poluidores que um motor a gasolina, porque podem vir a pagar mais impostos no futuro, ou até mesmo porque existem já alguns políticos a ameaçarem com uma proibição generalizada aos carros equipados com estes propulsores. “Nada disso”, responde o director da Jaguar Land Rover (JLR) no Reino Unido, Jeremy Hicks, garantindo que, ao contrário do que muitos afirmam, “não existe qualquer problema em comprar um carro moderno a gasóleo”.

Falando à britânica Autocar, numa altura em que são vários os debates e discussões sobre a poluição provocada pelos motores diesel, Hicks assegura que muitas dessas iniciativas estão, sim, a confundir os clientes. Pois, garante, um carro moderno a gasóleo “praticamente não emite NOx [óxidos de azoto]”. E mais, acrescenta, hoje em dia, os diesel emitem menos 95% de partículas do que faziam há uma década, ao mesmo tempo que, graças às exigências do Euro 6, quase não emitem NOx. Sendo, por isso, na sua perspectiva, “adequados para uma utilização no dia-a-dia, nas grandes cidades”.

É preciso não esquecer que houve, nos últimos anos, uma evolução assombrosa na tecnologia diesel, que permitiu praticamente eliminar o NOx. Ninguém está a pensar banir os carros a gasóleo que cumprem as determinações impostas pelo Euro 6 de cidades como Londres ou Estugarda, mas a verdade é que está a transmitir-se a ideia de que todos os diesel são iguais – e isso causa confusão e cria falsas impressões.”

Jaguar Land Rover assume defesa do gasóleo. Porquê?

Segundo um estudo levado a cabo pela JLR, a maioria dos consumidores não está sequer familiarizada com as mais recentes evoluções conseguidas no domínio da tecnologia diesel, ou até mesmo quanto às suas vantagens. “Mais de metade dos condutores não faz a mínima ideia do que o Euro 6 representa”, sublinha Hicks, acrescentando que “quase um terço não sabe sequer se as emissões de CO2 que se pretende cortar dizem respeito a motores a gasolina ou a gasóleo, sendo que o mesmo acontece com o NOx”.

Aliás, prossegue Hicks, “metade dos condutores acredita que o transporte rodoviário é o principal responsável pela poluição urbana – e não é verdade”, sentencia. Contrapondo que “os estabelecimentos comerciais e as habitações privadas produzem mais de metade das partículas que poluem” as cidades.

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