Talvez a pensar já no clássico de quarta-feira à noite com o Sporting, ou talvez porque o Benfica está já de fora da Taça da Liga, o responsável por escolher, Rui Vitória, escolheu poupar no estádio do Bonfim. E nem sombra de um titular do costume no onze escolhido – isto se se ignorar, claro, que esta temporada Svilar e Rúben Dias o chegaram a ser em determinada altura.

Mas dizer que as escolhas de Vitória são “alternativas”, “remendos” ou “secundárias” é, no mínimo, um exercício… puxadinho.

Mostrar Esconder

V. Setúbal-Benfica, 2-2

Estádio do Bonfim, em Setúbal

Árbitro: Luís Ferreira

V. Setúbal: Trigueira; Arnold, Vasco Fernandes, Pedro Pinto e Nuno Pinto; Pedrosa, Podstawski, Nenê Bonilha (Costinha, 41’) e André Sousa; João Amaral (Luís Felipe, 67′) e Gonçalo Paciência (Edinho, 59′)

Suplentes não utilizados: Cristiano, Rafinha, Allef e Morgado

Treinador: José Couceiro

Benfica: Svilar (Bruno Varela, 37’); Douglas, Rúben Dias, Lisandro e Eliseu; Samaris, Filipe Augusto (Krovinovic, 64′) e João Carvalho; Zivkovic, Rafa (Jiménez, 75′) e Seferovic

Suplentes não utilizados: Cervi, Jardel, Keaton e Diogo Gonçalves

Treinador: Rui Vitória

Golos: Vasco Fernandes (30’), Pedro Pinto (39’), Seferovic (51′) e Rúben Dias (56′)

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Filipe Augusto (24’), Eliseu (80′), Samaris (82′), Trigueira (92′) e Zivkovic (93′)

Na semana passada foram divulgados na Internet os ordenados de alguns jogadores do Benfica. Entre eles estavam os de Pizzi, Luisão e Salvio – e estes últimos são mesmo os mais bem remunerados na Luz, amealhando (em valores brutos) 250 mil euros por mês; Pizzi recebe 125 mil euros. Mas também os ordenados de Rafa e Zivkovic (ambos titulares contra o V. Setúbal esta sexta-feira) foram tornados públicos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O sérvio (que jogou até agora pouco mais de 740 minutos de águia ao peito) recebe, em valores brutos, 197 mil euros por mês. Rafa aufere 164 mil. E o ex-Braga tem apenas 420 minutos jogados nesta época. Flops? Até ver, sim. Mas bem pagos. E caros, bem caros: Rafa custou ao Benfica 16,4 milhões de euros e Zivkovic só chegou a custo zero para os mais ingénuos – o Benfica pagou 6 milhões de euros de prémio de assinatura ao ex-Partizan.

Olhando bem e atentamente aos ordenados dos “alternativos”, “remendos” e “secundários” Rafa e Zivkovic, uma simples conta de merceeiro deixa perceber que anualmente os dois recebem quase tanto quanto o orçamento do V. Setúbal (ronda os 2,5 milhões de euros) para a temporada inteira. Vale o que vale…

Certo é que durante a primeira parte do encontro só os sadinos jogaram – do Benfica nem um remate há para aqui escrever – e procuraram o golo. Procuraram e conseguiram. Dois. O primeiro foi ao minuto 30. À direita, Nuno Pinto bateu um canto, longo, a bola chegaria ao segundo poste e foi no segundo poste que Gonçalo Paciência saltou para cabecear. Svilar defendeu – e ainda deu uma dolorosa cabeçada no poste esquerdo depois de o fazer – mas defendeu para a frente e Vasco Fernandes desviou para o primeiro da noite. Svilar, pouco depois, saiu lesionado e foi substituído por Varela.

Varela que tinha acabado de entrar quando o Benfica sofreu (ao minuto 39) o segundo. O livre era ainda distante da grande área, um tudo-nada descaído para a esquerda. Então, Nuno Pinto (outra vez ele) cruzou tenso. Varela saiu (de punhos em riste) em falso, Pedro Pinto saltou mais alto do que Rúben Dias e desviou para o golo do V. Setúbal. A saída de Varela é caricata.

Na segunda parte (o vexame foi tal na primeira que a resposta não poderia ser outra) houve pouco Benfica – é tudo atabalhoado e vivendo do que o individual der na ausência do coletivo – mas o suficiente para empatar. E tanto Zivkovic como Rafa (fazendo valer o que auferem e o talento que, não o demonstrando, até têm) estiveram envolvidos no empate.

Ao minuto 51, Rafa isolaria João Carvalho na grande área, quase sobre a linha de fundo o médio partiu os rins a Pedrosa, cruzou e Seferovic, à boca da baliza, só precisou de encostar. Cinco minutos depois, Zivkovic cruzou da direita, o cruzamento é preciso, surgindo Rúben Dias a mergulhar ao segundo poste. E empatava o Benfica.

Resultado que (à falta de ocasiões de parte a parte) se manteria até final.