No artigo, o hematologista Stephen Russell afirma que a equipa desenvolveu uma terapia que se aplica uma vez, cujo “resultado pode ser remissão do cancro a longo prazo”.

“Nós acreditamos que ela pode ser uma cura em dose única”, disse Stephen Russell sobre os resultados apresentados por uma paciente de 49 anos diagnosticada com mieloma múltiplo, um tipo de cancro que tem origem nas células plasmáticas, um tipo de glóbulos brancos.

À doente foi dada uma dose intravenosa do vírus do sarampo, que é seletivamente tóxico para as células de plasma de mieloma.

Uma dose normal de vacina contra o sarampo contém 10 mil unidades infeciosas de vírus do sarampo, mas, neste estudo, a equipa aponta para uma dose de 100 mil milhões de unidades infecciosas.

“Ela teve uma resposta notável”, garantiu Stephen Russell, indicando que um tumor na testa desapareceu, apesar de, inicialmente, ter tido alguns efeitos colaterais, incluindo uma forte dor de cabeça.

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De acordo com o hematologista (que estuda o sangue), a remissão do cancro durou nove meses e quando o tumor na testa da paciente começou a reaparecer, os médicos trataram-no com radioterapia local.

Um relatório publicado no Minneapolis Star Tribune indica que a mulher, atualmente com 50 anos, continua de boa saúde e espera visitar o seu médico no mês de junho para mostrar que ainda está livre do cancro.

A equipa médica norte-americana aplicou a mesma terapia a uma segunda paciente, mas não obteve bons resultados, porque a doente tinha grandes tumores nas pernas e a terapia não conseguiu erradicá-los.

No entanto, por meio de estudos avançados de imagem, os médicos foram capazes de rastrear o caminho do vírus do sarampo no corpo desta doente, tendo descoberto que estava realmente a atacar áreas onde os tumores estavam a crescer.

Ambas as mulheres tinham tido exposição limitada ao sarampo no passado e os tipos de cancro que apresentavam tinham-se espalhado para pontos onde não tinham outras opções de tratamento.

Um artigo publicado por John Bell, do Centro de Pesquisa do Cancro do Instituto de Investigação do Hospital de Ottawa considerou que a prova apresentada no estudo agora divulgada pelos cientistas norte-americanos foi “convincente”.

“Estes resultados são emocionantes por finalmente validarem o potencial clínico desse tipo de terapia. No entanto, há muita pesquisa a ser feita”, escreveu Jonh Bell.

MMT // APN

Lusa/fim